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Estado de Minas ECONOMIA

Com compra do Big, Carrefour chega a R$ 100 bi de receita e avan�a no atacarejo


25/03/2021 08:10

A aquisi��o do Grupo Big pelo Carrefour Brasil, neg�cio de R$ 7,5 bilh�es anunciado ontem, tem o potencial de expandir as opera��es da rede francesa no Pa�s em diferentes frentes, e coloca a companhia v�rios passos adiante na corrida do atacarejo, segmento que se tornou a joia da coroa das grandes varejistas no mercado nacional. Para analistas, � uma compra altamente estrat�gica por consolidar a lideran�a do Carrefour no Brasil. A a��o da varejista encerrou o dia com alta de 12,77% na B3, e a empresa ganhou R$ 4,9 bilh�es em valor de mercado.

A transa��o envolver� um pagamento de 70% em dinheiro e de 30% em a��es, que o Carrefour entregar� aos atuais acionistas do Big - a gestora Advent e o Walmart.

O neg�cio cria um grupo com faturamento combinado de R$ 100 bilh�es, 137 mil funcion�rios e 876 lojas, segundo dados de 2020. A estimativa � de que as sinergias entre as duas empresas cheguem a R$ 1,7 bilh�o anuais, valor que n�o se refere apenas a cortes de custo.

O Carrefour quer fazer com que o Big venda mais e traga um fluxo maior de clientes a seu banco, parte importante do quebra-cabe�as da companhia no Brasil. O Pa�s � hoje o maior mercado da varejista fora da Fran�a, com 45 milh�es de clientes, n�mero que subir� para 60 milh�es com o novo parceiro.

"A compra representa um grande salto. As duas empresas s�o extremamente complementares", afirmou No�l Prioux, CEO do Carrefour Brasil. Ele destacou a for�a do Big nas regi�es Sul e Nordeste, onde o Carrefour � menos presente, e o apelo a p�blicos que hoje n�o s�o atendidos pela empresa. As marcas do Big ser�o substitu�das pelo Carrefour e pelo Atacad�o, a depender do tamanho das lojas.

De cara, o Carrefour ganha musculatura no atacarejo, segmento que tem puxado o faturamento e os lucros das grandes redes do setor nos �ltimos anos. As 49 lojas do Maxxi, o atacarejo do Big, ser�o convertidas em Atacad�o, e parte dos hipermercados Big ter� o mesmo destino.
"Antes da pandemia, o atacarejo j� crescia mais. Uma das raz�es � a de que o atacarejo cumpre a fun��o de abastecimento, com compras 'do m�s', que antes era do hipermercado", explica Eug�nio Foganholo, da consultoria Mixxer Desenvolvimento Empresarial. "O atacarejo tem uma oferta que atende a essa compra. E os pre�os do atacarejo s�o muito atrativos."

Contexto

O peso do pre�o na disputa pelo bolso do consumidor ficou ainda mais importante em um cen�rio de crise econ�mica e infla��o em alta. H� ainda a redu��o do novo aux�lio emergencial dos R$ 600 pagos no ano passado para uma m�dia de R$ 250 neste ano. Ainda assim, a Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras) estima que o setor crescer� 4,5% neste ano em rela��o a 2020, ano em que as vendas aumentaram 9%.

O dado prova a for�a do atacarejo. No quarto trimestre de 2020, as vendas do Atacad�o cresceram 32,4%, enquanto as da bandeira Carrefour subiram 8,4%. Essa diferen�a entre o atacarejo e o chamado multivarejo (que inclui supermercados e hipermercados) � vis�vel em todo o setor. O GPA separou os dois segmentos em empresas distintas justamente para valorizar mais o atacarejo - e o valor do Assa� se multiplicou quase cinco vezes j� no primeiro dia de negocia��o na B3.

O Carrefour, no entanto, n�o pretende fazer o mesmo. "Nos �ltimos anos, aprendemos a colocar modelos diferentes juntos sem que um impacte no outro", disse Prioux. "N�s consideramos que h� muitas sinergias (entre atacarejo e multivarejo). Ter um ecossistema global � melhor do que ter um ecossistema separado."

Mantendo as duas vertentes na mesma empresa e agregando o Big, o Carrefour espera ganhar poder de barganha nas negocia��es com fornecedores, e atrair mais consumidores ao Banco Carrefour. Atualmente, o Big tem contrato com a Hipercard, do Ita� Unibanco, para oferecer servi�os financeiros. Ap�s o fechamento da opera��o, a Hipercard deve dar lugar ao Banco Carrefour.

L�der mais forte

Com a compra, o Carrefour consolida a lideran�a no varejo alimentar brasileiro. A consultoria Varese Retail estima que a combina��o das empresas vai criar uma gigante que concentrar� ao menos 15,3% das vendas do setor no Pa�s. Juntos, GPA e Assa�, que seguem com os mesmos controladores, ficariam com 10,9%, em segundo lugar.

Para o mercado financeiro, esse fortalecimento justifica o pre�o que o Carrefour vai pagar. "A aquisi��o aumenta a lideran�a do Carrefour e fortalece sua posi��o na regi�o Sul, notoriamente dif�cil para nomes de escala nacional", afirmaram Richard Cathcart, Jo�o Andrade e Victor Gaspar, analistas do Bradesco BBI.

A transa��o ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). No ano passado, o �rg�o aprovou sem restri��es a compra de 30 lojas do Makro pelo Carrefour, transa��o menor que a do Big, mas semelhante em termos de presen�a geogr�fica das empresas envolvidas.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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