(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Com o vinho em alta, vin�colas se espalham pelo Pa�s


28/03/2021 16:00

O ano de 2020 foi de recordes para a produ��o de vinho nacional. Impulsionadas pelo salto de 30% no consumo per capita da bebida, que atingiu a m�xima hist�rica, as vin�colas nacionais viram uma oportunidade para apresentar seu produto a um p�blico mais amplo. Foi tamb�m uma chance para que o brasileiro experimentasse n�o apenas os vinhos e espumantes feitos no Rio Grande do Sul - principal polo do Pa�s -, mas se abrisse a op��es de origem menos tradicional.

Segundo a Ideal Consulting, que acompanha de perto o mercado brasileiro de vinhos, o Pa�s hoje tem 1.003 vin�colas - o dado contempla tanto as que fazem a bebida fina quanto as voltadas ao vinho de garraf�o, feito de frutos comuns. Embora o Rio Grande do Sul ainda seja o l�der isolado, concentrando dois ter�os da produ��o, outros Estados come�am a ganhar relev�ncia em um movimento que deve continuar nos pr�ximos anos, segundo especialistas.

Essa descoberta dos vinhos feitos fora do Rio Grande do Sul � puxada por duas regi�es. Uma � a do Vale do Rio S�o Francisco, na fronteira entre Pernambuco e Bahia, que virou um importante polo de produ��o de espumantes de marcas de alto volume, como a ga�cha Miolo e a portuguesa Rio Sol. Essa experi�ncia, que j� dura uma d�cada, se junta a uma outra mais recente, que trouxe reputa��o para regi�es alternativas: a Guaspari, de Esp�rito Santo do Pinhal (SP).

A hist�ria dos vinhos da Guaspari, que j� ganharam pr�mios e s�o servidos em v�rios restaurantes de renome, come�ou a ganhar corpo h� cerca de 15 anos, quando a fam�lia decidiu dar uma nova dire��o a uma propriedade de 950 hectares na regi�o da Serra da Mantiqueira, perto da divisa entre S�o Paulo e Minas Gerais. Segundo Fabrizia Gennari Zucherato, diretora executiva da Guaspari, sabia-se que era uma aposta de longo prazo. "Todo mundo entrou no neg�cio sabendo que o retorno viria em cem anos, que n�o seria algo que ver�amos na nossa vida."

Diante dessa perspectiva, a velocidade da descoberta da marca foi considerada surpreendente pelos s�cios. "N�s vendemos nossa primeira garrafa em novembro de 2014", lembra. A partir da�, o projeto ganhou for�a e v�rios investimentos foram adiantados, como as visita��es e degusta��es na pr�pria fazenda, que foi aberta aos visitantes em 2017. "Acho que o turismo nos beneficiou muito - estamos muito pr�ximos de S�o Paulo, o principal polo consumidor de vinho", diz Fabrizia.

O enoturismo, que hoje representa metade do faturamento da Guaspari, ajudou a acelerar o crescimento. Atualmente, a vin�cola tem 50 hectares de terra produzindo uvas vin�feras em diferentes pontos da propriedade - algumas videiras est�o a 850 metros de altitude e outras, a 1,3 mil. A mesma propriedade tamb�m produz caf� gourmet com a mesma marca, e h� espa�o para a expans�o do plantio.

A Guaspari produz 120 mil garrafas por ano, ainda se encaixando na categoria de vin�cola butique. Al�m de vender para os milhares de visitantes que v�o at� Esp�rito Santo do Pinhal todos os anos, a companhia mant�m um e-commerce pr�prio e distribui seus produtos em redes como St. March�, Santa Maria e Eataly, na capital paulista. Os principais vinhos da empresa custam entre R$ 250 e R$ 300, mas h� uma linha de entrada partindo de R$ 90.

Vinho do frio

Enquanto a Guaspari provou a viabilidade da produ��o de vinhos em uma regi�o de clima mais quente do que o do Rio Grande do Sul, a Villaggio Bassetti tem colhido uvas vin�feras sob as baix�ssimas temperaturas de S�o Joaquim, munic�pio catarinense conhecido como um dos mais frios do Pa�s. Para iniciar o projeto, o empres�rio Eduardo Bassetti comprou parte de uma fazenda de gado, em 2005, e transformou o destino da propriedade.

Hoje, a regi�o de S�o Joaquim, que fica a cerca de 1,4 mil metros de altitude, re�ne 19 vin�colas, que fazem parte de uma associa��o de vinhos de altitude. Como a produ��o de vinhos ainda � relativamente pequena, o turismo acaba fazendo o trabalho de comunicar ao p�blico a exist�ncia desse polo de vinhos. "Hoje, gra�as ao vinho, S�o Joaquim recebe 200 mil turistas por ano - antes, quando o �nico atrativo da cidade era o frio, esse n�mero era de 60 mil", diz Bassetti.

Bassetti admite que produzir vinho em S�o Joaquim tem seus desafios, entre eles a produtividade dos parreirais. "A nossa propriedade tem 12 hectares e conseguimos colher cerca de 4 toneladas de uva por hectare", conta, lembrando que o polo ga�cho de vinhos consegue colher tr�s ou quatro vezes mais. No entanto, aos poucos, os vinhos da empresa conseguem uma proje��o mais nacional: al�m do e-commerce, os produtos est�o dispon�veis em restaurantes paulistas, como a rede R�scal.

Se a regi�o de S�o Joaquim j� criou um grupo de produtores que amplia o volume da regi�o, outras �reas ainda dependem do esfor�o individual para ficarem conhecidas. � o caso do Cerrado. O m�dico Marcelo Souza se tornou conhecedor de vinhos ao fazer resid�ncia em S�o Paulo, nos anos 1990. Ele lembra que, nessa �poca, o d�lar era "um para um" e consumir o produto importado de qualidade n�o era t�o caro quanto hoje.

Dono da vin�cola Pirineus, que produz 5 hectares no munic�pio de Cocalzinho (GO), ele fabrica vinhos e espumantes cujos pre�os variam hoje de cerca de R$ 95 a R$ 300. A propriedade foi comprada em 2005 e os primeiros vinhos come�aram a ser vendidos em 2013 - sendo que alguns deles receberam pr�mios e elogios como o do sommelier Manuel Beato, que definiu um r�tulo da marca como "uma aberra��o de t�o bom".

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)