
A Petrobras comunicou, nesta segunda-feira (05/04), que a partir do dia 1º de maio, a venda de g�s natural para as distribuidoras ter� aumento de 39%, na compara��o com o �ltimo trimestre. Em d�lares, o crescimento � de 32%. Contudo, a eleva��o tem desagradado as ind�strias do ramo e gerado preocupa��o com o estado e com os consumidores.
O presidente da Companhia de G�s de Minas Gerais (Gasmig), Pedro Magalh�es, disse que a �nica op��o � repassar os quase 40% de aumento, mas que tentar� amenizar o impacto para o consumidor.
“Esse repasse � um contrato que a gente tem com a Petrobras. Tem alguns estados que t�m algum contrato mais antigo, que � o caso de S�o Paulo, que consegue at� vender um g�s mais barato do que Minas. N�s n�o temos jeito de fazer nada a n�o ser repassar, mas n�s vamos tentar ver se a gente acha um caminho para amortecer um pouco para os consumidores”, explica.
Al�m disso, a preocupa��o � o impacto do reajuste no estado de Minas Gerais. “Vamos tentar diminuir esse impacto em Minas. J� conversei com o presidente da Cemig, que � o presidente do conselho da Gasmig hoje, e n�s falamos sobre isso. Tentar diminuir, porque isso que preocupa a gente, entendeu?”, afirma Pedro Magalh�es.
Ele disse ainda que, antes da pandemia, chegou a pagar para a Petrobras R$ 0,96 pelo g�s. Segundo ele, o valor pago atual � de R$ 1,32, mas, com o reajuste, vai para R$ 1,78.
“O valor baixo foi por causa da queda do petr�leo e do d�lar. A� o petr�leo subiu de novo, teve corre��o da margem da Gasmig, do contrato de transporte. Estamos preparando uma revis�o tarif�ria para Minas Gerais, para ver se a gente consegue abaixar o pre�o”, destaca.
A Petrobras ressalta que “os pre�os do g�s natural �s distribuidoras chegaram a ter redu��o acumulada de 35% em reais e de 48% em d�lares, devido ao efeito da queda dos pre�os do petr�leo no in�cio do ano passado”.
Ind�stria critica aumento
A Associa��o Brasileira de Consumidores Industriais (Abrace), informou, por meio de sua assessoria, que “Minas j� tinha tido um reajuste da Gasmig para ind�stria de 25% em fevereiro, a maior do pa�s, sendo reajustado com o IGP-M. A ind�stria j� estava preocupada com essa mudan�a que aconteceu em fevereiro e, com esse novo aumento de 39%, o estado de Minas Gerais sofre impactos”. A ind�stria � respons�vel por 80% do consumo do g�s canalizado no estado.
Outros estados brasileiros possuem uma ag�ncia reguladora, que serve como esp�cie de equil�brio entre os reajustes. Apenas Minas Gerais e Rio Grande do Sul n�o t�m. “Isso dificulta o di�logo sobre abusos cometidos pela concession�ria ou o governo do Estado contra os consumidores e acarreta uma menor transpar�ncia aos processos tarif�rios”, aponta Adrianno Lorenzon, gerente de g�s natural da Abrace.
Para o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, “o avan�o do mercado de g�s no Brasil depende agora da capacidade dos estados em criarem condi��es de atrair novos investimentos. E enquanto n�o houver boas condi��es de mercado, a tend�ncia da ind�stria � migrar para os estados que t�m melhores oportunidades”.
Entenda o aumento
Umas das causas do reajuste do pre�o � a alta de 31% do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M) entre mar�o de 2020 e mar�o deste ano, nos repasses dos custos de transporte do insumo at� o momento das entregas �s distribuidoras, que influenciam os pre�os do g�s natural da Petrobras. Os custos s�o determinados por meio de tarifas reguladas pela Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP).
De acordo com a Petrobras, a varia��o “� resultado da aplica��o das f�rmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o pre�o � cota��o do petr�leo e � taxa de c�mbio”.
As altera��es dos pre�os dos contratos ocorrem trimestralmente, portanto, para os meses de maio, junho e julho, foram considerados os pre�os dos meses de janeiro, fevereiro e mar�o, onde o petr�leo registrou alta de 38%.
“Durante esse per�odo, o petr�leo teve alta de 38%, seguindo a tend�ncia de alta das commodities globais. Al�m disso, os pre�os dom�sticos das commodities tiveram alta devido � desvaloriza��o do real”, informou a petroleira.
A Petrobras reiterou, ainda, que o pre�o final do g�s natural ao consumidor n�o � determinado somente pelo pre�o de venda, mas pelas margens das distribuidoras e pelos tributos federais e estaduais.
J� a Associa��o Brasileira das Empresas Distribuidoras de G�s Canalizado (Abeg�s) disse que o aumento ser� repassado ao consumidor sem “qualquer ganho decorrente desse reajuste”, visto que 17% do pre�o do g�s pago pelo consumidor vai para as distribuidoras, 59% equivale ao pre�o da mol�cula com a tarifa de transporte e 24% correspondem aos tributos federais e estaduais.