Grupo Educa��o Metodista se prepara para pedir recupera��o judicial

Tradicional companhia no ensino superior e b�sico, a centen�ria Educa��o Metodista est� perto de fazer seu pedido de recupera��o judicial. Com d�vidas de cerca de R$ 500 milh�es e enfrentando dificuldades financeiras desde 2015, o grupo viu sua situa��o econ�mica se deteriorar em meio � pandemia de covid-19. Para conseguir preparar seu plano de recupera��o, a controladora da Universidade Metodista, em S�o Bernardo do Campo (SP), protocolou uma medida cautelar na Justi�a nesta sexta-feira, 9.

Esse movimento tenta garantir que os efeitos da recupera��o judicial sejam antecipados - algo que a empresa v� como fundamental para ter f�lego para atravessar esse per�odo. O pedido de recupera��o j� est� sendo elaborado e a expectativa � de que seja protocolado em at� 30 dias.

O grupo Educa��o Metodista abriu sua primeira escola em 1881, no Rio Grande do Sul. Atualmente, administra 11 col�gios e seis institui��es de ensino superior, nos Estados do Rio Grande do Sul, de S�o Paulo e Minas Gerais. A institui��o emprega cerca de 3 mil funcion�rios, sendo 1,2 mil docentes. O grupo atende atualmente 19 mil alunos da educa��o b�sica ao ensino superior.

As dificuldades financeiras tiveram origem nas mudan�as nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em 2015, disse o diretor de opera��es estrat�gicas da Educa��o Metodista, Aser Gon�alves Junior, ao Estad�o.

Na �poca, o grupo tinha uma base de 51 mil alunos - volume que encolheu 60% desde ent�o. "A mudan�a do Fies afetou todo o mercado educacional. Houve tamb�m a recess�o no Brasil e a entrada de novos players, que realizaram uma consolida��o do mercado, acirrando ainda mais a competi��o, com pre�os agressivos", comenta o executivo do Grupo Metodista.

A educa��o universit�ria no Brasil havia recebido uma forte inje��o de �nimo com a chegada do Fies, que aumentou o n�mero de alunos no ensino superior em todo o Pa�s.

Em 2015, contudo, as regras foram alteradas, com a alega��o de que o programa se tornaria mais sustent�vel ao longo do tempo. Dentre as diversas mudan�as estavam juros maiores, prazo menor para se quitar a d�vida e o fim do financiamento de 100% do curso.

Efeitos da covid

Gon�alves Junior explica que a situa��o financeira do neg�cio se agravou ainda mais com a chegada da pandemia, que levou a uma perda adicional de alunos e, consequentemente, de receitas.

"Ficamos em uma situa��o invi�vel de nos recuperarmos sem ter um artif�cio legal. A recupera��o judicial ser� a melhor ferramenta para ter um processo mais organizado, proteger os credores, resolver as pend�ncias que temos e ficamos protegidos para conseguirmos restabelecer nosso fluxo de caixa", diz o executivo.

No come�o do ano, a companhia contratou o escrit�rio Galdino & Coelho Advogados, que est� elaborando o pedido de recupera��o judicial, e a consultoria Alvarez & Marsal, que vai ficar � frente da reestrutura��o do grupo.

O executivo conta que, devido � grande perda de alunos, foi necess�rio um enxugamento no quadro de funcion�rios. Ao todo foram 1,3 mil funcion�rios desligados. Agora, segundo ele, esse processo chegou ao fim.

O processo de reequil�brio financeiro passar� tamb�m por uma reorganiza��o dos cursos de gradua��o, com aten��o para a rentabilidade. Ap�s um mapeamento, alguns cursos j� sa�ram da grade, ao passo que outros, mais rent�veis, como o de direito, odontologia e administra��o, foram refor�ados.

Para ganhar tempo, o grupo Metodista tamb�m vender� ativos n�o operacionais, essencialmente im�veis. "Temos ativos suficientes para nos dar um f�lego. S�o terrenos, im�veis, ativos que deixaram de ser operacionais", afirma o diretor de opera��es estrat�gicas da Educa��o Metodista.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.