A Petrobras iniciou nesta segunda-feira, 12, a manuten��o da Refinaria Presidente Get�lio Vargas (Repar), no Paran�, o que provocou uma greve sanit�ria em protesto contra o aumento de efetivo na unidade. De acordo com a Federa��o �nica dos Petroleiros (Fup), 1.250 pessoas j� trabalham diariamente na Repar, entre empregados e terceirizados. Com as obras de manuten��o, mais 2 mil pessoas entrariam na unidade.
A Repar processa cerca de 200 mil barris di�rios de petr�leo e produz diesel, gasolina, QAV, coque, asfalto e �leos combust�veis. A unidade est� na lista de desinvestimentos da estatal e teve sua venda reiniciada em fevereiro deste ano, depois que as propostas apresentadas ficaram abaixo da expectativa da empresa.
At� o momento, a Petrobras vendeu apenas uma das oito refinarias ofertadas ao mercado desde 2019, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, por metade do pre�o estimado para o fundo de investimento Mubadala, j� aprovado pelo Conselho de Administra��o da estatal.
Na manh� desta segunda-feira ocorreu o primeiro corte de rendi��o de turno dos trabalhadores, �s 7h, e a orienta��o do Sindipetro PR/SC foi para os petroleiros n�o irem � refinaria, por se tratar de uma greve sanit�ria.
A Repar tem 750 trabalhadores pr�prios, e atualmente 300 deles est�o trabalhando em regime de "home office". A refinaria ainda tem 800 trabalhadores terceirizados. Em dias normais, portanto, j� s�o 1.250 pessoas trabalhando presencialmente na unidade, informou a Fup.
"O Brasil est� em um per�odo cr�tico da pandemia, com o sistema de sa�de colapsado em praticamente todo o Pa�s. J� estamos registrando mais de 4 mil mortes diariamente por causa da incompet�ncia do governo federal em proteger a popula��o e fornecer vacinas. Mesmo assim, a gest�o da Petrobras insiste em manter essas paradas de manuten��o, que duplicam ou at� triplicam a quantidade de pessoas nas refinarias", disse em nota o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar,
Segundo informa��es do Sindipetro-PR/SC, j� foram registradas tr�s mortes de trabalhadores terceirizados na Repar por covid-19. De acordo com o �ltimo Boletim de Monitoramento da covid-19 do Minist�rio de Minas e Energia (MME), divulgado na segunda-feira passada, a Petrobras j� registrou 20 mortes de trabalhadores pr�prios pela doen�a. Pelas informa��es recebidas pela Fup e seus sindicatos, por�m, esse n�mero � pelo menos tr�s vezes maior, com 60 mortos.
Outro lado
A Petrobras diz estranhar o movimento noticiado pelo Sindipetro PR/SC, "visto que o Acordo Coletivo de Trabalho 2020-2022 foi pactuado h� cerca de 6 meses e vem sendo rigorosamente cumprido, constituindo um dos melhores acordos entre todas as categorias do Pa�s", argumentou a companhia em resposta ao Broadcast.
A empresa informou que a produ��o da unidade n�o foi afetada e que para evitar a grande concentra��o de trabalhadores, foi dividida em duas etapas, com a manuten��o de equipamentos e unidades sendo realizada de forma escalonada. A estatal lembrou que a manuten��o seria feita em 2020, mas foi adiada por causa da pandemia.
"Em linha com as recomenda��es das autoridades sanit�rias, a Petrobras tem adotado protocolos robustos para mitigar os efeitos da pandemia em suas unidades. A companhia � respons�vel por prover servi�os essenciais, como o fornecimento de combust�veis e energia que abastecem ambul�ncias, hospitais e ve�culos de carga e transporte", informou a estatal.
Segundo a empresa, medidas est�o sendo adotadas para proteger a sa�de dos seus colaboradores e mitigar a propaga��o do v�rus na companhia, assim como garantir o abastecimento de combust�veis da regi�o.
"A companhia adotar� todas as medidas com vistas a assegurar a presta��o dos servi�os indispens�veis ao atendimento das necessidades inadi�veis da comunidade", afirmou.
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