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Estado de Minas ECONOMIA

'N�o desequilibrar c�mbio desvalorizado e juro baixo � desafio'


13/04/2021 13:03

Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, ex-presidente do BNDES e atual diretor de Estrat�gia Econ�mica e Rela��es com Mercados do Banco Safra, diz que o desafio do governo consiste em n�o desequilibrar o que chamou de a maior inova��o econ�mica desta gest�o: c�mbio desvalorizado e juros baixos, apoiados por certa disciplina fiscal. Segundo ele, � uma receita que "n�o � nem de esquerda nem de direita e que, se mantida por alguns anos sem exageros, tende a aumentar a competitividade do Pa�s e gerar crescimento".

Na avalia��o de Levy, a reforma tribut�ria deveria entrar como prioridade agora na pauta, n�o apenas porque o Brasil precisa de uma simplifica��o do sistema de tributos, mas como um atrator de investimentos que pode impulsionar a retomada da economia. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O FMI aponta perspectivas mais pessimistas para a economia brasileira, bem como para a rela��o da d�vida p�blica com o PIB. Quais os caminhos para reverter esse cen�rio negativo?

O foco imediato continua na vacina e na organiza��o da vida urbana, ou seja, isolamento social com m�xima prote��o das pessoas e preserva��o da atividade econ�mica essencial. Vencida a estabiliza��o da sa�de, teremos de nos organizar para o esfor�o de recuperar o ano e meio de restri��o �s aulas. Apesar de a educa��o fundamental ser responsabilidade dos munic�pios, isso tem de ser uma campanha nacional, idealmente com muito apoio do setor privado. E tem de haver tamb�m um atendimento urgente no n�vel m�dio, que � um per�odo crucial da vida do jovem. Com isso acertado, ficar� mais f�cil lidar com as expectativas fiscais e a economia vai respirar, talvez com certo apoio do Banco Central por mais uns trimestres.

Diferentemente de 2020, a crise sanit�ria e econ�mica no Pa�s recrudesce enquanto o Banco Central inicia um novo ciclo de aperto monet�rio. Na avalia��o do sr., quais as consequ�ncias desse processo do ponto de vista de recupera��o econ�mica?

O Banco Central tem sido claro no sentido de que ele procura por enquanto uma normaliza��o parcial da pol�tica monet�ria. Com a acelera��o da infla��o, a Selic passou a ser negativa em termos reais, o que n�o era a proposta do BC em agosto passado. Ent�o, ele tem dito que quer fazer mais agora para poder fazer menos no todo. Isso � importante, porque certamente a maior parte do impulso econ�mico que herdamos do ano passado, e que era evidente na virada do ano, se dissipou, e a atividade econ�mica no segundo semestre ainda � incerta. Para isso contribu�ram a infla��o, o recrudescimento da pandemia e alguns solu�os na defini��o das despesas p�blicas em 2021. O aumento da Selic em maio j� est� anunciado, fazendo de junho um bom momento para o BC avaliar se � hora de continuar apertando ou se o freio fiscal e o impacto da pandemia no segundo trimestre indicam uma pausa no aperto, com aten��o especial no apoio ao cr�dito.

Considerando os riscos locais (como ano eleitoral � frente), aliado � tend�ncia internacional de fortalecimento do d�lar, qual o cen�rio que se vislumbra?

O financiamento da economia americana, incluindo o d�ficit p�blico e o esperado aumento de investimentos privados, vai mobilizar a poupan�a internacional. O BC est� atento a isso e entende o risco de termos uma infla��o importada pela combina��o de c�mbio desvalorizado e pre�o de commodities. O pre�o internacional do petr�leo e dos gr�os desaceleraram nas �ltimas semanas, dando uma pequena tr�gua na infla��o, mas resta o desafio de como n�o desequilibrar a maior inova��o econ�mica do atual governo, que foi c�mbio desvalorizado e juros baixos, apoiados por certa disciplina fiscal. Essa � uma receita que n�o � nem de esquerda nem de direita e que, se mantida por alguns anos, sem exageros, tende a aumentar a competitividade do Pa�s e gerar crescimento, inclusive da ind�stria, ainda que com algum sacrif�cio do consumo das fam�lias.

O descr�dito atual no exterior � vis�vel, com o Brasil na lanterna dos pares na atra��o de investimentos. No ano passado, nem mesmo a China investiu aqui...

O BC fez recentemente uma an�lise do investimento estrangeiro no Brasil, sublinhando que esse investimento caiu na maior parte dos pa�ses em 2020. Eu creio que a simplifica��o tribut�ria pode nos ajudar muito a aumentar esse investimento.

Nesse sentido, o sr. colocaria a reforma tribut�ria na lista das prioridades agora?

Sim. A reforma tribut�ria seria minha prioridade. � �timo a reforma administrativa ser discutida, mas talvez ela precise amadurecer, para n�o se restringir � flexibiliza��o da contrata��o sem concurso, cria��o e extin��o de �rg�os ou acabar com privil�gios.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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