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Estado de Minas ECONOMIA

'Estamos vivendo um miniboom no mercado imobili�rio'


16/04/2021 13:03

Um alinhamento favor�vel de fatores, como juro baixo, disponibilidade de cr�dito e revaloriza��o do papel da moradia que veio com a pandemia, provocou um miniboom no mercado imobili�rio, segundo Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby's International Realty, imobili�ria especializada em im�veis de luxo. Na sua avalia��o, o movimento foi mais acentuado no segmento de alto padr�o. O executivo acredita que esse miniboom seja sustent�vel, mas alerta que um fator de risco � a forte press�o inflacion�ria que h� no setor e os efeitos sobre lan�amentos. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual � a sua avalia��o do mercado, de uma maneira geral?

O que estamos experimentando � um miniboom. Ele est� ocorrendo porque reunimos condi��es muito interessantes para a retomada da compra de im�veis. Nos �ltimos anos, entre 2015 e 2019, passamos por um per�odo complicado. A taxa b�sica de juros, a Selic, na casa de dois d�gitos fazia com que as pessoas deixassem o dinheiro aplicado na renda fixa, com praticamente zero de risco. E taxa Selic baliza os juros do cr�dito imobili�rio, que tamb�m estavam elevados. Al�m disso, havia bastante incerteza, impeachment, greve dos caminhoneiros. Todos esses fatores seguraram o mercado durante esse per�odo.

E o que mudou?

A taxa b�sica de juros caiu para 2% ao ano, o piso hist�rico, e o cr�dito imobili�rio acompanhou. Com isso, deixar o dinheiro aplicado na renda fixa passou a n�o ser bom neg�cio. Inclusive, com os juros do cr�dito imobili�rio baixos, as pessoas come�aram a repensar se vale a pena alugar uma moradia ou adquirir um im�vel. Muitas vezes a presta��o do financiamento � menor do que o valor do aluguel.

Nesse cen�rio de juro baixo, qual foi o efeito da pandemia?

A pandemia fez com que as pessoas repensassem o seu modo de viver e a moradia, mesmo com toda a incerteza que ela provocou. Com isso, a demanda pela compra de im�vel come�ou a se mostrar maior do que a oferta. Al�m disso, h� cr�dito imobili�rio e os juros s�o baixos. Houve um alinhamento de fatores que permitiu a retomada do mercado mesmo num cen�rio de pandemia.

Esse movimento foi acentuado para os im�veis de maior valor?

Sim. A oferta n�o cresceu nos �ltimos anos para esse segmento. Por causa da crise, as incorporadoras focaram os lan�amentos no segmento intermedi�rio. Tamb�m h� uma dificuldade gigantesca no segmento de alto padr�o para formar �reas. Levam dois, tr�s, quatro, at� oito anos para colocar um empreendimento desse porte de p�. H� escassez de terrenos. No caso de condom�nios de campo de alto padr�o a 100 quil�metros de S�o Paulo, n�o h� novos empreendimentos lan�ados. Neste caso, levam cinco, dez anos para se ter um novo empreendimento, por conta de encontrar a �rea adequada, comprar a terra, aprovar o projeto, obter a licen�a ambiental. Por causa da pouca oferta desse tipo de im�vel, os pre�os aumentaram assustadoramente. A alta foi de 300% no �ltimo ano.

Esse miniboom se sustenta?

Sim. Mesmo que houver uma escalada gradual dos juros b�sicos, a previs�o � que a Selic chegue ao final do ano entre 5% e 6%. O cr�dito imobili�rio deve acompanhar essa subida de forma gradativa. N�o vamos ter de volta de juros na casa de dois d�gitos. O d�lar m�dio deve permanecer cotado entre R$ 5,20 e R$ 5,30. Nesse cen�rio, o mercado imobili�rio continuar� sendo uma oportunidade e deve se manter aquecido, especialmente o segmento de alto padr�o.

Qual o fator de risco?

Um ponto de aten��o � a infla��o do setor. O �ndice que mede a infla��o da constru��o civil, o INCC, est� bastante pressionado. Por causa dessa press�o, os incorporadores est�o revendo as estrat�gias de lan�amentos, na expectativa de que, com o avan�o da vacina��o, a ind�stria de insumos volte � normalidade e a press�o inflacion�ria diminua.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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