Mesmo em um cen�rio em que o Magazine Luiza se diversificou, apostou no online e vinha trabalhando fortemente para virar um "super app", parecia haver certa resist�ncia entre as demais varejistas brasileiras em mudar. Pelo que se viu na semana passada, o per�odo de ina��o ficou para tr�s. Segundo apurou o Estad�o, executivos do ramo viveram dias estressantes e de r�pidas defini��es: de repente, caiu a ficha de que � necess�rio fazer alguma coisa. Em meio a um cen�rio de crise, agravado pela pandemia, as empresas parecem ter acordado para a dura realidade: � a hora de crescer ou morrer.
Na semana passada, come�ou a ficar claro que n�o existe mais como uma empresa querer dominar apenas no seu "quadrado". O movimento da Arezzo, que fez oferta agressiva pela Hering, mostra o interesse da cal�adista em migrar para as confec��es - e n�o em um neg�cio especializado, como a Reserva (que j� adquiriu), mas com uma grande marca. Ofereceu R$ 3 bilh�es � Hering, que considerou a oferta baixa. Mas as negocia��es seguem, apurou o Estad�o.
Ao mesmo tempo, a Renner contratou bancos para uma oferta de a��es para arrecadar at� R$ 6,5 bilh�es. O alvo seria o e-commerce Dafiti - que � forte na internet, meio no qual a todo-poderosa Renner ainda engatinha.
"� um movimento simples. Agora, ou a empresa vai ser a consolidadora ou vai ser consolidada", define Marcos Gouv�a de Souza, fundador da consultoria em varejo Gouv�a. Para o presidente do banco americano Morgan Stanley no Pa�s, Alessandro Zema, a tend�ncia � que as empresas busquem no mercado neg�cios para refor�ar setores em que ainda n�o s�o fortes, e n�o a busca de escala em �reas que j� dominam. O racioc�nio se encaixa tanto no caso de Arezzo e Hering quanto na aproxima��o de Renner e Dafiti.
Mas n�o s�. Na semana passada, a Lojas Americanas colocou para dentro de casa a Uni.co, dona de marcas como Puket (moda) e Imaginarium (decora��o). Ainda em 2019, o Magazine Luiza comprou a Netshoes em uma disputa acirrada com a Centauro - e fincou bandeira nas �reas de moda e esportes.
Tendo o Magalu como exemplo a ser seguido, um grupo de empresas se movimenta para dominar um mundo multicanal e multissetorial - para n�o acabarem engolidas por quem teve coragem de partir para o ataque primeiro. "A diferen�a do Magalu para as outras � que h� muito tempo ela n�o � uma empresa de eletrodom�sticos", diz um executivo de banco.
O desafio tamb�m envolve acrescentar tecnologia a neg�cios de varejo. "A guinada para a tecnologia est� ocorrendo em todos os setores, com adequa��o ao e-commerce e ao delivery", diz Diogo Arag�o, respons�vel pela �rea de fus�es e aquisi��es do Bank of America. "As empresas podem decidir entre comprar ou construir, mas, por vezes, � mais vantajoso para a empresa comprar."
E adquirir um neg�cio j� pronto economiza algo que as empresas hoje n�o t�m: tempo. "H� percep��o de que a agenda digital precisa ganhar velocidade no p�s-pandemia", diz Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese. "Um neg�cio isolado � mais vulner�vel a ser comprado por um ecossistema, como o do Magalu."
'Emergentes'
Se em tese toda empresa quer crescer e se tornar o pr�ximo Magalu ou Amazon, o que determina quais s�o nomes "emergentes" nesse movimento? Em duas palavras: resultado e credibilidade. Tr�s nomes aparecem com for�a. A Arezzo est� com o caixa cheio para ir �s compras; a Renner, que h� anos entrega resultados, tem cacife para captar bilh�es para aquisi��es. J� Americanas � uma gigante que est� integrando digital e lojas f�sicas, antiga demanda de investidores. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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