O ministro da Economia, Paulo Guedes, demitiu Waldery Rodrigues do cargo de secret�rio especial da Fazenda, ap�s embates na san��o do Or�amento. Para seu lugar, o escolhido foi o atual secret�rio do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, segundo apuraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. Na hierarquia do Minist�rio da Economia, o Tesouro Nacional � ligado � Secretaria Especial da Fazenda.
A sa�da de Waldery do cargo vem depois de uma s�rie de embates em torno da san��o do Or�amento de 2021, que sofreu um veto de R$ 19,8 bilh�es em despesas e um bloqueio adicional de R$ 9,3 bilh�es.
A �rea comandada por ele foi uma das mais ferrenhas defensoras do ajuste no Or�amento por conta da maquiagem em despesas obrigat�rias, como os benef�cios previdenci�rios, uma vis�o contr�ria � do Congresso, de que a pe�a poderia ser sancionada integralmente.
Segundo relatos feitos � reportagem, Waldery queria ficar no cargo at� junho, mas o Or�amento mostrou a necessidade de antecipar uma mudan�a que j� estava no radar. A condu��o do processo pelo atual secret�rio foi muito criticada pela ala pol�tica, mas o trabalho de Waldery tamb�m costuma ser alvo de outras �reas dentro do Minist�rio da Economia, que reclamam que as decis�es importantes "travam" na Fazenda.
O atual secret�rio especial de Fazenda j� esteve na mira do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, no ano passado, quando defendeu congelar aposentadorias e mexer no seguro-desemprego para liberar recursos ao Renda Brasil, como era chamada a proposta de reformula��o dos programas sociais. Na �poca, Bolsonaro amea�ou dar "cart�o vermelho" a Waldery e j� chegou a pedir a cabe�a do secret�rio.
Desde aquela �poca, o secret�rio silenciou e evitou pol�micas. Na coletiva sobre o Projeto de Lei de Diretrizes Or�ament�rias (PLDO) de 2022, ele evitou falar sobre o impasse at� ent�o sem solu��o em torno do Or�amento de 2021 - as perguntas sobre o tema foram censuradas pelo Minist�rio da Economia.
Para o lugar de Funchal no Tesouro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode buscar um nome dentro da pr�pria pasta. Jeferson Bittencourt, assessor especial de Rela��es Institucionais e funcion�rio de carreira, � cotado para assumir o cargo.
Funchal assumiu o Tesouro em julho de 2020, ap�s a sa�da de Mansueto Almeida. Antes, ele foi diretor de programa na pr�pria Secretaria Especial da Fazenda.
A troca no Tesouro e na Fazenda n�o � a �nica dentro do Minist�rio da Economia. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na segunda-feira, a assessora especial para reforma tribut�ria, Vanessa Canado, vai deixar a equipe de Guedes. A sa�da deve ocorrer antes da vota��o do relat�rio de reforma tribut�ria na C�mara dos Deputados.
A interlocutores, Vanessa tem dito que encerrou seu trabalho na pasta e que sua sa�da j� estava programada desde janeiro. Essa deve ser a �ltima semana da assessora dentro da Economia.
Outras baixas na equipe de Guedes
No in�cio do ano, o presidente Jair Bolsonaro pediu a cabe�a do presidente do Banco do Brasil, Andr� Brand�o, por discordar do plano de enxugamento de ag�ncias e corte de pessoal do banco. Tamb�m foi demitido o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, por diverg�ncias com o presidente sobre a pol�tica de pre�os dos combust�veis e o tratamento aos caminhoneiros, base de apoio do governo.
Al�m de Castello Branco, Bolsonaro j� mandou demitir dois auxiliares de Guedes que bateram de frente com ele. No primeiro ano de mandato, o presidente decidiu demitir o ent�o secret�rio da Receita Federal, Marcos Cintra, porque considerou que a discuss�o sobre a cria��o de um imposto nos moldes da CPMF se tornou "p�blica demais". Embora tivesse apoio da equipe econ�mica, o assunto gerou pol�mica e n�o agradou os seus apoiadores.
Bolsonaro tamb�m influenciou na mudan�a de comando de outro banco p�blico ainda em 2019. Ele disse que o ent�o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Joaquim Levy, estava com "a cabe�a a pr�mio" durante conversa com jornalistas. No dia seguinte, Levy pediu demiss�o do cargo.
No ano passado, o pr�prio Guedes reconheceu, em agosto, uma "debandada" em sua equipe. No caso do secret�rio especial de Desestatiza��o, Salim Mattar, o motivo foi a lentid�o das privatiza��es, estagnadas na pandemia, mas travadas desde antes por press�es pol�ticas.
J� o secret�rio especial de Desburocratiza��o, Gest�o e Governo Digital, Paulo Uebel, preferiu deixar o cargo a permanecer "engavetado" no minist�rio junto com a proposta de reforma administrativa, que acabou saindo pouco depois.
Guedes tamb�m perdeu dois auxiliares que foram "promovidos" justamente por avan�arem em suas agendas. O ex-secret�rio especial de Com�rcio Exterior, Marcos Troyjo, foi indicado em junho para a presid�ncia do Novo Banco de Desenvolvimento - o "Banco dos Brics", com sede em Xangai, ap�s o sucesso na conclus�o do acordo entre o Mercosul e a Uni�o Europeia no ano passado.
J� o ex-secret�rio especial de Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho, colheu os louros da aprova��o da reforma da Previd�ncia - o maior feito do atual governo na economia at� agora - e foi al�ado ao posto de ministro do Desenvolvimento Regional. Agora aliado � ala militar do Planalto, ele tem sido o maior "rival" de Guedes no embate sobre a abertura da torneira de gastos do governo no p�s-crise.
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ECONOMIA
Guedes demite secret�rio da Fazenda ap�s embates em torno do Or�amento
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