(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Erro cont�bil gera conflito entre CVC e ex-executivos


28/04/2021 08:05

Um dia antes da assembleia de acionistas da CVC tomar a decis�o sobre um processo de arbitragem para buscar ressarcimento por erros cont�beis que causaram preju�zos � companhia, os executivos Luiz Fernando Foga�a e Luiz Eduardo Falco, ex-presidentes da companhia de turismo, resolveram p�r fim a um longo sil�ncio. Eles agora partiram para o contra-ataque e dizem que responsabiliz�-los significaria punir as pessoas que identificaram a possibilidade de um problema, iniciaram as investiga��es para apurar suspeitas e informaram o mercado imediatamente.

A quest�o que se arrasta h� mais de 18 meses. Os preju�zos estimados com os problemas cont�beis na empresa s�o estimados em R$ 362 milh�es. A CVC quer cobrar na arbitragem valor m�nimo de R$ 67 milh�es, montante que pode aumentar a partir de eventuais b�nus e dividendos pagos aos executivos. Atualmente, a CVC vale R$ 4,7 bilh�es na B3, a Bolsa paulista. H� um ano, durante a primeira onda da pandemia, o neg�cio chegou a valer menos de R$ 1 bilh�o. Em 2019, havia se aproximado da casa dos R$ 10 bilh�es.

Os executivos, em entrevista ao Estad�o, disseram estar indignados com a "acusa��o absurda" por parte do novo conselho de administra��o da CVC, que foi renovado em fevereiro, pouco antes da decis�o de propor a arbitragem. A nova composi��o do colegiado passou a representar a mudan�a de perfil da empresa, com mais poder a s�cios como os fundos P�tria, Opportunity e Equitas.

Na noite de segunda-feira, v�spera da assembleia, os executivos descreveram o encontro de ontem como um jogo de "cartas marcadas". A assembleia de acionistas decidiu que a empresa buscar� o ressarcimento e entrar� com arbitragem contra os executivos.

Segundo Falco, casos semelhantes n�o s�o raros em empresas de varejo, visto que os lan�amentos de vendas s�o manuais. "Em 2013, a CVC era uma empresa familiar e agora � a maior empresa do setor das Am�ricas. Eu ainda estou tentando entender a raz�o de tornar r�u quem come�ou a investiga��o", afirma Falco, que segue como acionista da empresa, com cerca de 1% do capital.

Na proposta enviada pelo conselho, na qual apontaram a necessidade de arbitragem, a empresa informou que a conduta de Foga�a e Falco, al�m dos executivos Jacques Douglas Varaschim, ex-diretor de tecnologia da informa��o, e Leopoldo Saboya, ex-diretor financeiro, "resultaram, contribu�ram ou de qualquer forma permitiram a ocorr�ncia das Distor��es Cont�beis".

Outro lado

Os acusados dizem, por�m, que n�o t�m tido acesso a informa��es sobre as investiga��es. Segundo Foga�a, os executivos buscaram acesso aos dados para entender a acusa��o, mas as documenta��es oriundas das duas investiga��es realizadas n�o foram fornecidas quando solicitadas. "Nunca nos foi apresentado que houve suposta inten��o de cometer um erro", diz.

A primeira investiga��o foi conduzida pelo escrit�rio do ex-presidente da Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM), Marcelo Trindade, enquanto Falco estava � frente do conselho de administra��o da CVC e Foga�a na presid�ncia executiva. Ela teria apontado exist�ncia de erros, mas sem apontar inten��o.

A decis�o em buscar repara��o veio ap�s a contrata��o do escrit�rio E. Munhoz, do advogado Eduardo Munhoz, famoso no mundo das reestrutura��es judiciais, tendo tocado processos como o da Odebrecht. Segundo a empresa, a investiga��o complementar teve o objetivo de "apurar eventual responsabilidade dos ex-administradores da companhia".

Os ex-executivos da CVC apontam que o erro cont�bil identificado passou por todo o sistema de governan�a e controle da companhia, incluindo o conselho e auditoria externa. Dizem tamb�m que a primeira investiga��o n�o identificou nenhum tipo de manipula��o.

Falco j� atuou na TAM e na Oi, chegando � CVC em 2013 com a miss�o de abertura de capital, que ocorreu naquele ano. J� Foga�a, que substituiu Falco na presid�ncia, embarcou na empresa em 2010, primeiramente como diretor financeiro e depois como presidente.

O pano de fundo que permeia o imbr�glio � que grande parte dos atuais acionistas est� h� menos de um ano na empresa - ou seja, chegaram depois dos erros cont�beis identificados. A CVC foi uma das empresas listadas na Bolsa mais abaladas na pandemia, que afetou em cheio o setor de turismo. Muitos fundos compraram os pap�is da companhia ao longo de 2020 com a aposta de recupera��o do setor com a chegada da vacina.

Procurada, a CVC n�o quis comentar o assunto.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)