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Estado de Minas NEG�CIO EM CASA

Sem eventos e loja de cal�ados, casal explora venda on-line e refaz a vida

Na onda do com�rcio eletr�nico, empres�rios do Norte de Minas refazem a vida profissional, afetada pela suspens�o de eventos e de atividades n�o essenciais


30/04/2021 06:00 - atualizado 30/04/2021 08:42

''Fui obrigado a trocar o calor dos eventos pela venda de frios. Isso veio como uma luz na minha vida'' - Wagno Alves Pereira, representante comercial(foto: Arquivo pessoal)
''Fui obrigado a trocar o calor dos eventos pela venda de frios. Isso veio como uma luz na minha vida'' - Wagno Alves Pereira, representante comercial (foto: Arquivo pessoal)

Ganhar o sustento da fam�lia em casa, de frente para o computador, e com o uso de smartphone e tablet, representou transforma��o jamais imaginada pelo representante comercial Wagno Alves Pereira, de 30 anos. Antes da pandemia de COVID-19, a rotina de vida e de trabalho dele inclu�a viagens constantes para organizar grandes festas de anivers�rios de cidades do Norte de Minas Gerais, r�veillon, carnaval, exposi��es agropecu�rias e rodeios. Experi�ncia semelhante vive Cristiane Ferreira da Silva, mulher de Wagno, que atuava h� 10 anos no com�rcio varejista de cal�ados e, for�ada a baixar as portas em v�rios per�odos h� cerca de um ano, passou a trabalhar em casa e recorreu �s vendas eletr�nicas.

A mudan�a refletiu a perspic�cia de Wagno e Cristiane no mundo dos neg�cios, mas n�o ocorreu sem temor inicial e exigiu muito esfor�o, agora recompensado. Uma das consequ�ncias do isolamento social, para deter a dissemina��o do novo coronav�rus, foi o incremento sem precedentes nos �ltimos 13 anos do com�rcio eletr�nico no Brasil. O chamado e-commerce conquistou 13 milh�es de consumidores no pa�s durante o ano passado, de acordo com levantamento feito pelo Ebit/Nielsen, plataforma de pesquisa de opini�o no varejo.

Cerca de 79,7 milh�es de pessoas fizeram compras no modelo digital no ano passado, aumento de 29% em rela��o a 2019. Com a chegada da quarentena, a receita das lojas on-line cresceu 41% em 2020. Esse resultado inesperado acolheu os novos neg�cios de Wagno e Cristiane, que contaram a sua hist�ria ao Estado de Minas, nesta reportagem que encerra a s�rie Neg�cio em Casa.

Wagno completava oito anos de trabalho no ramo de  eventos, com aluguel de palco de som e organiza��o de grandes festas em munic�pios do Norte do estado. Depois da pandemia, teve de desmobilizar o servi�o, que empregava cinco pessoas. Curiosamente, trocou uma atividade ligada ao calor do contato humano em uma regi�o caracterizada pelas altas temperaturas, favor�veis �s festas ao ar livre, para abra�ar a oportunidade oferecida pelas vendas de produtos congelados, como representante comercial.

“Fui obrigado a trocar o calor dos eventos pela venda de frios. Isso veio como uma luz na minha vida”, afirma Wagno. No trabalho anterior, a suspens�o de festas e eventos p�blicos o fez passar dificuldades, como outros empreendedores do ramo. “N�o tive  mais como trabalhar na �rea. Passei aperto tamb�m”, relata o empreendedor, que � pai de quatro filhos. Foi no momento de maior press�o que ele encontrou alternativa para a sobreviv�ncia.

“A ideia surgiu porque, no in�cio da pandemia, vi que um ramo de com�rcio que continuou aberto foi de supermercados e mercearias. Foi uma �rea que n�o parou”, afirma Wagno, enfatizando que atuar nesse novo ramo era algo que jamais imaginou. “Mergulhei de cabe�a nesse mercado”, diz o agora representante comercial, que atende  clientes de S�o Jo�o da Ponte, cidade de 25 mil habitantes, e de outros munic�pios norte-mineiros, a exemplo de Mirabela,  Varzel�ndia, Japonvar e Ibiracatu.

Adapta��o 


Wagno Pereira salienta que, para respeitar as medidas de distanciamento social teve que  se adequar ao trabalho home office para manter contato com os clientes e registrar os pedidos das mercadorias. Para isso, usa os contatos por whatsApp e por telefone.  “A gente conseguiu conciliar o meio comercial (as vendas) com a situa��o da pandemia. A�, come�amos a trabalhar com o home office.”

Houve tamb�m a necessidade de convencer  os pr�prios  comerciantes a fazer pedidos dos produtos pelo sistema a dist�ncia. “Havia clientes que s� compravam na forma presencial, com as visitas. Foi muito bom orient�-los para comprar via on-line e pelo telefone. Isso ajudou muito”, relata.

Agora, ele comemora os bons resultados das vendas de congelados, como carnes e peixes. Wagno Pereira trabalha sozinho, em casa, de onde, com o uso do celular e de um  tablet,  mant�m os contatos com a clientela e encaminha os pedidos dos produtos. “O home office me ajudou  muito nessa nova etapa da minha vida. Acredito que, no futuro, praticamente tudo ser� pelo home office. Ser� tudo on-line tamb�m”, conclui.

Redes sociais 

 

Com 10 anos de atuação no varejo e loja fechada, Cristiane Silva, mulher de Wagno, estruturou delivery(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Com 10 anos de atua��o no varejo e loja fechada, Cristiane Silva, mulher de Wagno, estruturou delivery (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Dona de uma loja de cal�ados em S�o J�o da Ponte, Cristiane Ferreira da Silva, mulher de Wagn,o tamb�m reinventou o neg�cio, e improvisou um escrit�rio em casa. No inicio da pandemia, em mar�o de 2020, o com�rcio n�o essencial  do munic�pio foi fechado. A comerciante, ent�o, incrementou a divulga��o de seus produtos e ativou as vendas pelo whatsApp e as redes sociais.

“A pandemia chegou de maneira assustadora. Ficamos com muito medo e paralisados. Com a loja fechada por 40 dias, vieram as contas para pagar. Foi terr�vel”, recorda Cristiane. Com a flexibiliza��o das atividades econ�micas na cidade, ainda no primeiro semestre de 2020, o movimento continuou fraco. “Vi que o com�rcio  n�o estava reagindo”, diz. A sa�da foi apostar novamente na divulga��o e no com�rcio pelo whatsApp e pelas redes sociais.

Em mar�o �ltimo, o com�rcio n�o essencial foi obrigado a fechar as portas de novo,  com as medidas mais restritivas contra  COVID-19, adotadas por meio da onda roxa, a mais severa do Programa  Minas Consciente, do governo estadual. Cristiane voltou a trabalhar em casa, refor�ando as vendas on-line e as entregas em domic�lio.

Caminho do sucesso

Qual � a receita para que o empreendedor, ao trocar o com�rcio f�sico pelas vendas on-line estruturadas em home office consiga manter volume de vendas? � preciso saber usar bem as ferramentas virtuais e preservar sempre uma boa rela��o com a clientela.
 
A dica � de Mateus Martins, consultor de Marketing do Sebrae  Minas. "Para seguir vendendo mesmo em casa, a principal estrat�gia � utilizar a tecnologia a seu favor. Com o distanciamento, se  faz necess�rio que os vendedores estejam em contato com seus clientes diariamente, mesmo que virtualmente", avalia Martins.
 
"O  instagram e o Facebook s�o �timas ferramentas de aproxima��o, em que o vendedor pode estar pr�ximo e entender mais da demanda e da nova rotina dos seus clientes. J� o Whatsapp Business, se bem utilizado, pode ser uma �tima ferramenta de fechamento e convers�o de vendas.
 
"Funcionalidades presentes no app (aplicativo), como respostas r�pidas e etiquetas, podem garantir que o atendimento do cliente seja o mais completo e personalizado poss�vel, trazendo assim diferenciais no momento da venda", descreve o consultor do Sebrae Minas. 
 
O especialista salienta que o setor de  vendas passou por um grande aprendizado com o surgimento pandemia.  "Os vendedores precisaram se habituar a  realizar a venda ativa. Muito mais do que esperar seus clientes, eles precisaram encontrar estrat�gias e ferramentas que pudessem potencializar suas vendas mesmo em casa", afirma.
 
Mateus Martins chama a aten��o para impactos da crise do coronavirus nos munic�pios do interior, como S�o Joao da Ponte. "O interior tem caracter�sticas peculiares, principalmente quando analisamos a capacidade de pagamento dos clientes. Em momentos de crise, muitos pequenos empres�rios s�o duramente afetados, tanto pela diminui��o da demanda dos seus produtos e servi�os, quanto pela falta de uma reserva de emerg�ncia que garanta a continuidade da empresa em momentos de crise. Para se adequar a isso, uma das estrat�gias mais utilizadas � apostar no delivery, tanto para atender as demandas locais como para buscar novos mercados nas cidades vizinhas", assegura Martins. 
 

Transforma��es sem medida


A s�rie de reportagens Neg�cio em casa mostrou que, um ano depois dos primeiros casos de contamina��o pelo novo coronav�rus, houve grande transforma��o no mercado de trabalho. Al�m do aumento do n�mero de trabalhadores por conta pr�pria, com os duros efeitos da pandemia sobre a oferta de emprego, a casa passou a ser local de trabalho e da busca do sustento de fam�lias em diferentes �reas, do com�rcio ao setor de presta��o de servi�os na �rea de alimenta��o. S�o empreendedores que contam com garra, experi�ncia, criatividade e a ajuda de parentes e amigos.


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