O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta sexta-feira, 30, que o governo federal n�o ter� como dar nova ajuda financeira �s fam�lias, caso as restri��es � circula��o permane�am, em um almo�o com empres�rias e executivas em S�o Paulo.
Na conversa com o grupo, Bolsonaro afirmou ter reparado que, no caminho at� o hotel Pal�cio Tangar�, onde o evento foi realizado, havia v�rias lojas com portas fechadas e placas de aluga-se e vende-se. Para ele, ap�s os repasses feitos pelo governo federal tanto por meio do aux�lio emergencial quanto pela ajuda aos Estados, cabe � popula��o cobrar dos governadores o uso dos recursos, bem como iniciativas para fazer a economia girar e, consequentemente, reduzir o desemprego.
No total, havia quase 70 pessoas no encontro organizado pelo Grupo Voto, que promove a aproxima��o entre empres�rios e pol�ticos e fez o primeiro evento exclusivamente para mulheres. As fotos de divulga��o do evento mostravam mesas com at� 12 pessoas, sem respeitar as regras de distanciamento social e sem uso de m�scara. A maioria eram empres�rias e executivas de grandes companhias.
Novamente, disse que ningu�m esperava pandemia com tamanha gravidade e, sem perspectivas de que termine, ser� preciso aprender a conviver com o v�rus e voltar a trabalhar para a economia caminhar. "Ningu�m discordou", afirmou Marly Parra, conselheira da iHub Investimentos e ex-executiva da E&Y; e do GPA.
As discuss�es nas mesas giraram sobretudo em torno de reformas, principalmente tribut�ria. "H� 22 projetos importantes parados que precisam ser tocados", disse Marly. "Quisemos saber o que os ministros podem fazer para agilizar essas vota��es."
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tamb�m presente ao almo�o, falou sobre as iniciativas para controlar a infla��o, com a alta nos pre�os das commodities e do c�mbio e o aumento da demanda em algumas �reas. Voltou tamb�m a falar no lan�amento de um programa para os "cerca de 40 milh�es dos chamados invis�veis, que atuam com trabalho informal e n�o t�m conta em banco", sem dar detalhes.
De maneira geral, os temas mais espinhosos foram evitados. N�o foram feitas, por exemplo, cobran�as mais duras em rela��o ao atraso na vacina��o, que vem retardando a retomada das atividades econ�micas.
Ao falar sobre o tema, Bolsonaro disse que o governo est� empenhando-se ao m�ximo para vacinar toda a popula��o at� o fim do ano.
Tamb�m n�o foi mencionado o projeto de lei que prev� multas maiores a empresas que n�o praticam isonomia salarial entre homens e mulheres. "� um tema pol�mico e tamb�m discutimos no IBGC (Instituto Brasileiro de Governan�a Corporativa, no qual � membro da comiss�o de �tica em governan�a) que pode ser prejudicial �s pr�prias mulheres: j� ficamos gr�vidas, temos de levar os filhos ao m�dico e ficamos de TPM. A puni��o maior �s empresas pode acabar fechando vagas, principalmente para o pequeno empregador que pode ser questionado na Justi�a", disse Marly.
Na semana passada, Bolsonaro adotou discurso em linha semelhante, ao sugerir que arranjar emprego pode se tornar "quase imposs�vel" para as mulheres, e o projeto foi novamente enviado ao Congresso - onde virou uma "batata quente". A C�mara dos Deputados vive um dilema entre apoiar o texto do Senado, mais brando, ou retomar a proposta original, sob risco de n�o ser aprovado por Bolsonaro.
Dulce Pugliese, presidente do conselho da Dasa e cofundadora da Amil, e uma das mulheres mais ricas do Brasil, com uma fortuna de US$ 6 bilh�es, segundo a revista Forbes, falou em nome das convidadas. "Nem em meus sonhos pensei em falar para nosso presidente e seus ministros", disse ela, em seu discurso.
A primeira dama, Michele Bolsonaro, e as ministras Tereza Cristina (Agricultura) e Damares Alves (Fam�lia e Direitos Humanos) n�o compareceram ao almo�o. Segundo a organiza��o do evento, elas foram substitu�das pelos ministros homens. Al�m de Guedes, estiveram presentes Fl�via Arruda (Secretaria de Governo), Tarc�sio de Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), F�bio Faria (Comunica��es), Pedro Guimar�es (Caixa Econ�mica Federal) e Paulo Skaf (presidente da Fiesp).
ECONOMIA