A Itapemirim Transportes A�reos, nova companhia a�rea do Grupo Itapemirim, recebeu concess�o da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) para operar voos comerciais de passageiros em todo o territ�rio nacional. H� duas semanas, o primeiro avi�o da nova empresa do grupo - um Airbus de 15 anos e capacidade para 180 passageiros - realizou 14 voos.
A empresa j� conseguiu slots (hor�rios de pouso e decolagem nos aeroportos) para voar, a partir de junho, entre Ribeir�o Preto e Recife, Ribeir�o Preto e Guarulhos, Porto Seguro e Guarulhos, Salvador e Guarulhos - considerando apenas os terminais mais disputados do Pa�s.
O processo de certifica��o da Itapemirim Transportes A�reos durou menos de um ano. A �ltima etapa ocorreu entre os dias 12 e 15 de abril.
"Estamos presenciando um marco importante dentro da hist�ria da avia��o civil brasileira. Hoje, temos orgulho de anunciar que cumprimos, dentro do prazo oficial, todos os requisitos exigidos pela Anac. Esse sonho s� foi poss�vel pelo empenho de todos os diretores e colaboradores do Grupo Itapemirim", comemorou em nota Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim.
O nascimento da empresa a�rea, por�m, ocorre sob desconfian�a do mercado. Al�m de enfrentar uma recupera��o judicial desde 2016 - cuja execu��o � alvo de questionamentos -, o grupo Itapemirim est� no meio de uma disputa entre seu atual dono e o propriet�rio anterior. O plano de neg�cios da companhia tamb�m j� mudou em pouco mais de um ano.
Quando dos voos experimentais, por meio de sua assessoria de imprensa, o grupo afirmou que, para contornar a crise do setor, seu projeto prev� um "servi�o diferenciado aos seus passageiros". "Em resumo, � a pessoa, o olho no olho, que vamos priorizar entre todos os colaboradores e os passageiros", afirmou, em nota.
Em fevereiro do ano passado, no entanto, o presidente do grupo, Sidnei Piva, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que se trataria de uma empresa de baixo custo e que faria voos regionais. O modelo foi, ent�o, questionado por especialistas, dado que as companhias de baixo custo precisam voar rotas de alta densidade, como Rio-S�o Paulo, para se pagarem.
Pol�mico processo de recupera��o judicial
O processo de recupera��o judicial da Itapemirim apresenta uma s�rie de irregularidades, segundo o �ltimo relat�rio sobre as atividades da companhia feito pela administradora judicial, a EXM Partners.
No documento referente a janeiro, a EXM afirmou, por exemplo, que h� um "relevante atraso nas an�lises" de auditoria. O cronograma estabelecido para a entrega de documentos j� foi descumprido mais de uma vez.
Em paralelo, esse imbr�glio tem sido atravessado por acusa��es entre Piva e a fam�lia Cola, fundadora da Itapemirim.
Al�m de tentarem anular a venda da companhia, contestada por pend�ncias na assinatura de anexos do contrato, Camilo Cola e Camilo Cola Filho v�m entrando com uma s�rie de representa��es por falsidade ideol�gica contra o comprador.
Procurada, a Itapemirim afirmou que as quest�es apontadas pela administradora judicial est�o sendo solucionadas e frisou que os pagamentos previstos no plano de recupera��o est�o sendo cumpridos.
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