BCE: zona do euro pode crescer rapidamente, mas ainda h� riscos, diz Guindos

Ap�s contrair no primeiro trimestre de 2021, refletindo as medidas sanit�rias para conter a pandemia de covid-19, a economia da zona do euro pode apresentar uma melhora r�pida e intensa nos pr�ximos meses, com a acelera��o da vacina��o como o principal motivador do crescimento, afirmou nesta quinta-feira o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, em webinar. Ele alertou, no entanto, que h� riscos consider�veis � regi�o vindos do setor corporativo, banc�rio e financeiro n�o banc�rio.

Entre empresas privadas, Guindos citou o aumento da d�vida corporativa. O dirigente, no entanto, afirmou que o n�mero de insolv�ncias n�o aumentou de maneira significativa durante a crise, enquanto o volume de empr�stimos inadimplentes tem ca�do. Em rela��o aos bancos europeus, Guindos disse que a baixa rentabilidade das institui��es � um risco � zona do euro, bem como a maior exposi��o � renda vari�vel no setor financeiro n�o banc�rio.

Segundo Guindos, a combina��o dos tr�s riscos citados poderia criar uma "situa��o de tens�o nos mercados financeiros, com potencial de se concentrar em determinados n�cleos, setores, pa�ses e sistemas financeiros". Ele afirmou ainda que a alta nas taxas de juros nominais em economias desenvolvidas, como nos Estados Unidos, pode afetar a Europa.

Para evitar que "cicatrizes profundas" na economia europeia se formem por conta da crise, Guindos argumentou que o BCE deve retirar de forma gradual as suas medidas de apoio monet�rio, assim como autoridades fiscais tamb�m devem relaxar aos poucos o suporte provido.

Economia verde

A presidente do BCE, Christine Lagarde, avalia o momento de transi��o da economia da zona do euro para pr�ticas sustent�veis como uma oportunidade para a cria��o de um mercado de capitais �nico na regi�o. Segundo ela, manter a fragmenta��o atual restringe a habilidade dos pa�ses da Uni�o Europeia (UE) de financiar futuros investimentos, enquanto a uni�o dos mercados solucionaria alguns problemas estruturais na regi�o.

Entre os desafios provocados pela fragmenta��o, Lagarde cita a dificuldade de fazer com que a pol�tica monet�ria do BCE seja mais resiliente a choques c�clicos. Ela tamb�m destacou a necessidade de transformar a economia europeia "� medida que medidas estruturais s�o promovidas". "Devemos redirecionar a atividade para os setores verde e digital o mais rapidamente poss�vel, o que ajudar� a aumentar o potencial de crescimento da Europa", disse a presidente do BC europeu.

Por conta de um modelo financeiro fragmentado, a zona do euro mitigou apenas 20% dos choques � economia da regi�o entre 1999 e 2016, comparado a 60% nos Estados Unidos, citou Lagarde. "Os mercados de capitais integrados est�o no cerne da constru��o de resili�ncia" econ�mica, argumentou a dirigente.