
Nem a segunda melhor data de vendas do varejo, o Dia das M�es, comemorado neste domingo (9/5), escapa dos efeitos da pandemia de COVID-19 sobre a economia. Em Belo Horizonte, depois de v�rios per�odos de fechamento e reabertura das portas, o com�rcio se divide entre empresas que verificam boa receita �s v�speras da data e confiam em crescimento frente ao ano passado e aquelas apreensivas por n�o verem ingresso importante de recursos no caixa. O setor funciona, neste s�bado (8), em hor�rio estendido, com a flexibiliza��o decretada pela Prefeitura de BH.
Bares e restaurantes podem abrir as portas das 11h �s 19h de segunda-feira a s�bado. A partir de amanh�, supermercados e padarias voltam a atender aos domingos, assim como o com�rcio varejista de latic�nios e frios.
Bares e restaurantes podem abrir as portas das 11h �s 19h de segunda-feira a s�bado. A partir de amanh�, supermercados e padarias voltam a atender aos domingos, assim como o com�rcio varejista de latic�nios e frios.
Na Avenida Avenida Ab�lio Machado, no Bairro Al�pio de Melo, Regi�o da Pampulha, a loja Alessa Cal�ados afixou um recado especial na porta: “dia das m�es o seu amor inspira". Segundo a gerente, Elizabeth Agda, 51 anos, a data � uma motiva��o para continuar funcionando. “A gente est� com uma expectativa muito boa. A venda foi boa ao longo da semana. Houve um �timo aumento”, disse.

O segredo da melhora, de acordo com ela, est� nas promo��es para atrair os clientes. “� claro que n�o � a mesma coisa, por isso estamos na expectativa de voltar ao normal”, relatou. Dentro da loja, as regras para evitar a dissemina��o do novo coronav�rus est�o sendo cumpridas sob vigil�ncia. “O cliente n�o entra sem a m�scara, �lcool em gel e os funcion�rios est�o bem equipados”, assegurou.
Os cuidados est�o sendo cumpridos tamb�m na loja de roupas, itens de cama, mesa e banho Monax, na Rua Carij�s, Centro de Belo Horizonte. A gerente Adriana Moreira, de 46, conta que a reabertura representou al�vio. “A gente pensou que ia melhorar pra compensar o per�odo que ficou fechado durante a pandemia. Tem sido bom e relevante. Acredito que as vendas tenham melhorado pelo menos 50%”, comemora.
Segundo a Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio MG), o per�odo favorece 66,3% das empresas que comp�em o setor em Minas Gerais. O faturamento promete ser melhor para o varejo nacional neste ano, em compara��o �s vendas motivadas pelo Dia das M�es em 2020. De acordo com a Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), R$ 12,12 bilh�es devem ser movimentados no per�odo, recupera��o de 46,7%, frente � retra��o de 33,1% verificada em 2020 ante 2019. Em Minas Gerais, a expectativa � de que a data gere R$ 1,13 bilh�o em vendas neste ano.
O economista-chefe da Fecom�rcio MG, Guilherme Almeida, explica que o Dia das M�es se destaca pelo forte apelo emocional e comercial, o que abre oportunidades de neg�cios. “De acordo com a pesquisa, 23,2% dos comerciantes apostam em melhora nas vendas no per�odo. Desse total, 79,2% dos empres�rios apostam no otimismo/esperan�a e no valor afetivo da data (4,2%) como fatores para potencializar o faturamento no per�odo”, ressalta.

Contudo, a realidade n�o corresponde � expectativa de parte do setor, que s� espera faturar mesmo neste fim de semana. Na loja de roupas Aut�ntica, instalada na Avenida Ab�lio Machado, a gerente Lu�sa Lisandro aguarda as compras de �ltima hora. “Nessa semana o movimento foi muito fraco. Esperamos que hoje (ontem) e amanh� (hoje), pelo 5° dia �til, melhore”, afirmou.
Para Lu�sa, 2021 come�ou impondo dificuldades ao varejo. “� uma mistura de expectativa e apreems�o quanto �s vendas. As contas e a cobran�a de impostos n�o param de chegar”, disse. “Aqui na loja � ainda pior porque outros conseguem vender pela internet, mas o nosso cliente fiel faz compras presenciais. N�o conseguimos vender on-line”, lamentou.
Lu�sa ainda conta que tem se arriscado com o v�rus circulando nas ruas. “O movimento nas ruas tem sido muito grande e h� muita aglomera��o. Ningu�m respeita o uso da m�scara. Aqui no nosso estabelecimento � obrigat�rio, mas a gente fica com medo quando sai”, observou.
Na mesma avenida, a gerente da loja Look Jeans, Daiana Bento, de 26, afirma que, ao contr�rio do que esperava, o movimento tem sido baixo. “A expectativa � grande, mas o movimento � fraco. As vendas n�o melhoraram, n�o tem tido muita venda”, disse. “Tem sido ruim, a gente est� indo e tentando recuperar”, acrescentou.
T�quete em baixa
A pesquisa “Expectativas do Com�rcio Varejista – Dia das M�es 2021”, realizada pela �rea de Estudos Econ�micos da Fecom�rcio MG tamb�m reflete esse cen�rio de piora das vendas. 58,5% dos empres�rios afirmaram que os neg�cios ser�o piores em compara��o ao ano passado, devido principalmente � pandemia e � crise econ�mica. Em virtude disso, 76,5% dos empres�rios esperam que o consumidor gaste, em m�dia, at� R$ 100 com presentes para as m�es.
Foi o que fez Fl�via Maria Carlos, 33 anos. Ela procurava, ontem, uma lembrancinha para a m�e, de 81 anos. “Comprei um chocolate para a data n�o passar em branco”, disse. Ela conta que neste ano, mais uma vez, vai passar o dia das m�es em casa, sem festa. “Vamos fazer uma coisa mais reservada, s� os que moram em casa e sem aglomera��o. Preferimos nos manter em seguran�a, at� mesmo pela minha m�e, que s� tomou a primeira dose da vacina”, acrescentou.
Algumas mam�es n�o quiseram esperar e foram �s ruas para comprar o pr�prio presente, como Andreia Sena, de 43. Ela tem dois filhos, um de 8 anos e outro de 14. “Sou m�e moderna. A gente mesmo sai e escolhe o pr�prio presente”, brincou. Ela comprou algumas j�ias na Galeria Ouvidor, na Rua S�o Paulo, Centro de BH, para curtir a data com estilo. “Mesmo em casa s� com o marido e os filhos, a gente tem que dar um jeito de fazer tudo do melhor jeito poss�vel, afinal, m�e � m�e”, ressaltou.
Base fraca de compara��o
Os shoppings centers esperam aumento de 370% nas vendas motivadas pelo Dia das M�es em rela��o ao mesmo per�odo de 2020. O farto percentual � estimado sobre base muito fraco de compara��o, uma vez que nesta �poca do ano passado apenas 15% dos centros comerciais estavam abertos, devido �s medias de isolamento social para conter a COVID-19.
Por isso, em compara��o a 2019, a proje��o � de uma queda de 19%, com base na expectativa atual. Os n�meros s�o pesquisa realizada pela Associa��o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A institui��o projeta ingresso de R$ 2,7 bilh�es na economia.
Por isso, em compara��o a 2019, a proje��o � de uma queda de 19%, com base na expectativa atual. Os n�meros s�o pesquisa realizada pela Associa��o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A institui��o projeta ingresso de R$ 2,7 bilh�es na economia.