Controladora das Lojas Americanas, B2W paga caro para ganhar terreno

O consumidor correu para o com�rcio eletr�nico na pandemia, e as empresas do setor se apressaram para conquistar uma fatia maior dos gastos dos clientes. A B2W - que concentra marcas como Americanas.com e Submarino - viu as vendas crescerem 90% no primeiro trimestre, na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado. O avan�o foi forte, mas veio a custo da lucratividade. De janeiro a mar�o, a empresa viu seu preju�zo subir mais de 50%, para R$ 163,6 milh�es.

Em um mercado disputado - e cheio de rivais fortes como Mercado Livre, Magazine Luiza e Via (dona da Casas Bahia) -, a op��o foi abrir m�o de margem para ganhar terreno, de acordo com o diretor de rela��es com investidores da B2W, Raoni Lapagesse. Ele lembrou que a concorr�ncia tamb�m fez isso em algum momento.

Os analistas, por�m, n�o compraram a tese totalmente. "Nossa vis�o � de que qualidade importa, e os investidores precisam ser seletivos e demandar uma visibilidade maior de rentabilidade, em vez de simplesmente comprar a hist�ria de crescimento de GMV (volume de vendas)", afirmou o analista Guilherme Assis, do Banco Safra.

Assis disse ainda que a B2W igualou as condi��es oferecidas aos vendedores de seu marketplace �s ofertadas pela rival argentina Mercado Livre. Al�m disso, ofereceu cupons de descontos agressivos aos consumidores.

Apesar dessa cobran�a por rentabilidade, h� um ponto positivo que pesa nas an�lises sobre a companhia. No fim do m�s passado, a empresa anunciou que vai unir as opera��es da B2W ao seu bra�o de varejo f�sico, a Lojas Americanas. O novo grupo que surgir� dever� ser listado na bolsa americana. Esse movimento, segundo Jo�o Pedro Soares, analista do Citi, pode trazer vantagens competitivas para ambos os neg�cios. Trata-se ainda de uma resposta da empresa a uma cobran�a antiga do mercado financeiro.

Apetite

As declara��es da empresa tamb�m apontam para um p� firme no acelerador. O presidente da opera��o chamada de Universo Americanas, Miguel Gutierrez, disse na semana passada que a companhia definiu as fus�es e as aquisi��es como uma de suas principais estrat�gias. "Buscamos novos neg�cios em novas marcas", disse. Tamb�m em abril, o grupo anunciou a compra do Uni.co, que engloba marcas de moda, estilo de vida e decora��o, como Imaginarium e Puket.

A companhia fez oito aquisi��es via B2W desde 2020. No caso da fintech da empresa, a Ame, as compras levam o bra�o financeiro a crescer em servi�os banc�rios. A Ame atingiu 19 milh�es de downloads e 3 milh�es de estabelecimentos conectados. O volume total de pagamentos coletados do primeiro trimestre chegou a R$ 5,1 bilh�es, alta de 350% ante o mesmo per�odo do ano passado.

A categoria de supermercado da B2W multiplicou seu faturamento por oito no primeiro trimestre, em rela��o ao ano passado, e totalizou mais de 50% dos itens vendidos da B2W entre janeiro e mar�o.

"A plataforma segue em r�pida expans�o para novas pra�as, por meio de parcerias como P�o de A��car, Carrefour e Grupo Big, e j� est� dispon�vel em mais de 60 cidades", disse a companhia na semana passada.

Um desafio que a B2W est� tentando enfrentar � o da rapidez na entrega - fator que pressiona todas as varejistas online. O diretor de rela��es com investidores da Lojas Americanas, Fabien Picavet, disse que a companhia tem como prioridade expandir as entregas r�pidas e de at� tr�s horas. Segundo ele, a recente aquisi��o da Ship, empresa da �rea de log�stica, pode reduzir ainda mais o tempo de espera dos clientes.

Franquias

Entre as vias de crescimento exploradas pelo Universo Americanas - que engloba tanto a Lojas Americanas quanto o bra�o digital B2W - est� a amplia��o da presen�a f�sica via abertura de franquias. A empresa ganhou mais presen�a nesse segmento ao firmar parceria com a BR Distribuidora para o segmento de lojas de conveni�ncia e tamb�m pela aquisi��o do grupo Uni.Co, que opera centenas de lojas nesse formato. O presidente do Universo Americanas, Miguel Gutierrez, tamb�m disse que o grupo poder� aumentar o total de unidades pr�prias.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.