Embora seja cedo para cravar uma nova proje��o, o coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor - Semanal (IPC-S) na Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, destaca que o comportamento do indicador na primeira quadrissemana de maio j� mostra claro vi�s de alta em rela��o � estimativa inicial de 0,30% no fechamento do m�s. O IPC-S subiu de 0,23% para 0,33% entre o fim de abril e a primeira quadrissemana de maio.
Picchetti explica que ir� revisar a previs�o � frente, pois, na primeira medi��o, a mudan�a tradicional de pesos em cada item confunde um pouco a leitura dos n�meros. "Mas � clara a mensagem de fatores de preocupa��o e certamente vai fechar acima da taxa de 0,30% imaginada inicialmente."
O fator de preocupa��o � o grupo Alimenta��o (0,32% para 0,45%), principalmente em itens in natura, com destaque para tomate (-0,65% para 5,29%) e, impactadas pela entressafra e pela forte demanda da China, para carnes bovinas (2,11% para 2,52%) e su�nas (-1,54% para -0,54%). Na ponta (compara��o entre a primeira semana de maio e o mesmo per�odo do m�s anterior, considerada uma pesquisa mais atualizada), o tomate j� aparece com alta de 15%, enquanto v�rios cortes de carne bovina se situam em 5% e de su�na, em 4%.
"A tend�ncia geral do grupo Alimenta��o � de aumento. Como alimenta��o tem um peso desproporcionalmente maior na cesta de consumo da popula��o mais pobre, � uma combina��o perversa. O emprego nesta classe est� reagindo mais devagar, o aux�lio emergencial retornou de forma parcial e os pre�os de alimentos t�m um aumento enorme. Apesar das boas not�cias recentes de atividade econ�mica, com indica��o de que o primeiro trimestre n�o foi t�o ruim, essa recupera��o tem acontecido de forma bastante desigual", frisa Picchetti, citando o aumento acumulado em um ano de carne bovina (30,6%) e arroz (58,5%).
Outro n�mero que aponta acelera��o no IPC-S � o �ndice de difus�o, diz o coordenador, citando que o resultado da quadrissemana (66,13%) foi o maior desde a segunda leitura de mar�o (67%).
Picchetti acrescenta que o reajuste de rem�dios no in�cio de abril, de 10,08%, continua fazendo press�o sobre o �ndice. O subgrupo medicamentos em geral acelerou a alta de 2,35% no fechamento de abril para 2,90% na primeira medi��o de maio, e a ponta de v�rios rem�dios continua apontando alta.
O coordenador lembra ainda que o principal fator de press�o sobre o IPC-S do m�s vir� de energia el�trica, com o acionamento da bandeira vermelha 1, de amarela em abril. O impacto esperado no indicador de maio � de 0,20 ponto porcentual. Na primeira quadrissemana, a conta de luz (-0,45% para 1,23%) contribuiu com 0,07 ponto da varia��o de 0,10 ponto no IPC-S e a ponta j� mostra alta de mais de 6,0%.
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