No novo mundo digital em que bancos tradicionais, fintechs, varejo e at� mesmo empresas de energia e telefonia t�m se estapeado para virar a carteira digital do consumidor, a �rea da comunica��o tamb�m ganhou seu vale-tudo. Para construir marcas e se diferenciar da concorr�ncia, vale patroc�nio em reality show, contratos com influenciadores digitais, competi��o por celebridades nas redes sociais, produtos personalizados, posts em stories de humor e brindes.
O resultado de tantas iniciativas � percebido em n�meros: apenas as fintechs aumentaram em 71% os gastos em publicidade no ano passado, segundo pesquisa da Kantar Ibope Media. No primeiro trimestre deste ano, tamb�m passaram a ter 202% a mais de inser��es al�m da web, na compara��o com o mesmo per�odo de 2020.
Com isso, o setor financeiro refor�ou seu papel como terceiro maior anunciante do Pa�s, com 10,4% de participa��o nos investimentos totais na �rea, atr�s apenas de com�rcio e servi�os. Em 2019, a participa��o foi de 9,3%. O mercado como um todo movimentou R$ 49 bilh�es no ano passado, ante os R$ 54,3 bilh�es de 2019. O recuo aconteceu a partir de abril, junto com o in�cio da pandemia.
De forma geral, todos prometem colocar o consumidor no centro da tomada de decis�o, mas n�o � t�o simples assim. Entre outros desafios, num quadro de empobrecimento da popula��o por conta da pandemia, a maior parte dos consumidores n�o quer saber quem est� por tr�s de sua carteira digital, mas qual marca oferece mais vantagens. Os desbancarizados est�o entre os principais p�blicos das fintechs.
Para especialistas, empresas de com�rcio eletr�nico podem ter alguma vantagem nesse cen�rio. "O Brasil �real� n�o guarda dinheiro, mas compra", afirma Michel Alcoforado, s�cio-fundador da empresa de pesquisas Consumoteca. "� f�cil para o cliente estabelecer uma rela��o de confian�a com o varejista do qual ele consome (ou vende) e, talvez, seja um servi�o mais claro de acessar."
Por isso, parte do esfor�o das fintechs tem sido direcionado para rostos - celebridades, influenciadores digitais e criadores de conte�do, que possam representar e aproximar o p�blico das marcas. O Pan, por exemplo, apostou no empoderamento feminino, na inclus�o social e no questionamento a padr�es estabelecidos ao colocar a cantora Jojo Toddynho - de terninho, mas com top curto por baixo - como embaixadora da conta digital do banco, o "0800, na faixa".
Paula Gertrudes, diretora executiva da Cara de Conte�do, diz que o desafio das empresas demanda planejamento estrat�gico para pensar tanto na constru��o de marca quanto no resultado. "Antes, os �banc�es� queriam pessoas para transmitir credibilidade, seguran�a e sucesso, e isso ainda acontece em algumas pe�as institucionais", diz ela. "Agora, a prioridade � ter uma personalidade que ofere�a comunica��o acess�vel, pois � um desafio �traduzir� o mundo das fintechs."
Beta Whately, s�cia da Ag�ncia Fizz, afirma que os influenciadores digitais ganharam espa�o para representar fintechs porque contam com engajamento e sentimento inspiracional. "Faz muita diferen�a ter pessoas populares e bem sucedidas na hora de conquistar clientes", diz.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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