O ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso e respons�vel pela condu��o do "Minist�rio do Apag�o", Pedro Parente, avaliou nesta segunda-feira 31, que o diagn�stico do governo em rela��o � atual crise h�drica est� correto, mas ser� preciso aten��o � hidrologia nos pr�ximos meses.
Em curta mensagem ap�s encontro com o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Parente - hoje presidente do Conselho da BRF -, afirmou que n�o tem acompanhado o setor el�trico de perto, mas que considerou correta a avalia��o feita pelo ministro.
"A hidrologia ser� um fator decisivo nos pr�ximos meses, especialmente at� novembro. O time do ministro Bento Albuquerque tem um diagn�stico correto da seriedade do momento e tem tra�adas medidas para enfrentar o cen�rio", disse em nota.
Parente deixou a Casa Civil durante o governo Fernando Henrique para assumir o "Minist�rio do Apag�o", como ficou conhecido o grupo que tirou do Minist�rio de Minas e Energia, na �poca, o poder de decis�es para administrar a crise h�drica, que levou o Pa�s a apag�es sistem�ticos entre 2001 e 2002, e ao aumento das contas de luz para inibir a demanda.
O encontro de Parede e Albuquerque acendeu ainda mais as suspeitas de que est� havendo um agravamento da crise h�drica, apesar do governo afastar o risco de racionamento. Os reservat�rios das hidrel�tricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste est�o a cada dia mais baixos, perdendo praticamente 0,1 ponto porcentual de �gua por dia nas �ltimas semanas. Neste domingo, 30, a medi��o do Operador Nacional do Sistema (ONS) indicava 32,2% do n�vel total, contra 32,5% h� cinco dias, e ante 55% h� um ano. O subsistema representa 70% da gera��o h�drica do Pa�s.
Agora, com a maior crise h�drica em 91 anos, e os reservat�rios das hidrel�tricas, principalmente no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, abaixo do previsto, o governo vem adotando uma s�rie de medidas para evitar um poss�vel racionamento de energia el�trica no Pa�s.
O primeiro passo foi o acionamento de usinas termel�tricas para compensar a redu��o da gera��o de energia das usinas hidrel�tricas, o que encarece a conta de luz e fez a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) acionar a bandeira vermelha patamar 2 em junho, adicionado R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos.
Mais medidas est�o previstas, como acordos com ind�strias para redu��o da produ��o nos hor�rios de pico e importa��o de energia da Argentina e Uruguai, al�m de outras que estariam sendo planejadas. O maior problema, avaliam especialistas, seria a confirma��o de um crescimento econ�mico no segundo semestre, per�odo em que se prev� maior aperto no abastecimento de energia. A importa��o de pa�ses vizinhos tamb�m � d�vida, j� que come�a o inverno nesses pa�ses e aumenta a demanda por g�s para aquecimento.
As hidrel�tricas brasileiras est�o sendo afetadas h� anos pelas mudan�as clim�ticas, que reduziram as chuvas e, por consequ�ncia, a preserva��o do n�vel dos reservat�rios. O uso de t�rmicas ajuda a poupar a �gua acumulada, mas sem chuva tendem a chegar muito vazios no final do per�odo seco, em novembro.
Ao contr�rio do racionamento de 2001, por�m, o Brasil hoje conta com maior diversidade de fontes (e�lica, solar, biomassa) e interliga��o por quase todo o Pa�s, o que facilita o uso de energia de regi�es que est�o com reservat�rios mais abastecidos, como Sul e Norte, para suprir os estados das regi�es Sudeste e Centro-Oeste.
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