ONS defende liberar mais �gua em 2 usinas, termel�tricas e poupar reservat�rios

Para atravessar o per�odo seco e manter a seguran�a do abastecimento de energia, o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) quer liberar mais vaz�o do reservat�rio de Furnas e Mascarenha de Moraes e segurar �gua nas cabeceiras dos rios que abastecem a maioria das usinas do Pa�s nos pr�ximos meses. O �rg�o defende ainda o acionamento de todo o parque de termel�tricas, que geram energia mais cara, para manter a governabilidade das bacias ao longo do ano.

Mesmo com essas medidas, o ONS prev� paralisar a hidrovia Tiet� Paran� em meados de julho, quando os volumes armazenados em Porto Primavera ficar�o menores. Por�m, a entidade avalia que a opera��o � a que melhor traduz o uso equilibrado das cascatas e m�ltiplo das �guas.

Nota t�cnica divulgada pela entidade nesta sexta-feira, 4, aponta uma situa��o cr�tica para as hidrel�tricas que t�m reservat�rios atendidos pelas bacias dos rios Parana�ba, Grande, Tiet� e Paranapanema, no Sudeste e Centro-Oeste do Pa�s.

O plano tra�ado pelo ONS considera o pior cen�rio poss�vel, em que as chuvas, que normalmente voltam no fim de setembro e in�cio de outubro, somente chegariam em novembro. � com essa previs�o, que pode n�o se concretizar, que a entidade trabalha para assegurar o abastecimento de energia no Pa�s. Assim, em qualquer cen�rio o abastecimento ser� garantido.

Se a opera��o for mantida sem as altera��es propostas pelo ONS, haver� "perda do controle hidr�ulico de reservat�rios da bacia do Rio Paran�" no segundo semestre. Isso significa que as usinas teriam de operar como se n�o tivessem reservat�rios, a fio d'�gua, dependendo de chuvas para manter o funcionamento, arriscando inclusive paralisa��es.

Sozinha, a Bacia do Paran� responde por 53% da capacidade nacional de gera��o de energia do Pa�s. Hoje, o volume de �gua armazenada � de 28% de sua capacidade, o segundo pior n�vel de armazenamento dos �ltimos 21 anos nesta bacia.

Para evitar o colapso do sistema, o ONS prop�e a ado��o de a��es claras, entre elas liberar mais �gua em Furnas e Mascarenhas de Morais, que hoje t�m 37% e 55,8% de armazenamento, respectivamente, entre junho e novembro, para poupar outros reservat�rios em situa��es mais cr�ticas. Nesta regi�o encontram-se as usinas como Marimbondo (6,6%), �gua Vermelha (7,4%), Nova Ponte (16,2%), Emborca��o (22,1%), Itumbiara (19%), S�o Sim�o (11,3%), Ilha Solteira (47,4%) e Tr�s Irm�os (48,6%).

"Essas usinas e respectivos reservat�rios s�o de extrema import�ncia para a opera��o do Sistema Interligado Nacional (SIN), pois os recursos neles estocados s�o capazes de garantir energia nos per�odos secos, quando n�o h� contribui��es significativas das usinas instaladas na regi�o Norte do Pa�s", diz trecho do relat�rio.

Segundo o ONS, o conjunto de reservat�rios localizados na bacia do rio Paran� corresponde a 76% da capacidade m�xima de armazenamento do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e a 53% da capacidade de armazenamento de todo o SIN.

Desde a primeira quinzena de maio, a Cesp e a CTG, respons�veis pelas usinas de Jupi� e Porto Primavera, realizaram os testes de redu��o das deflu�ncias dessas usinas, sendo que a deflu�ncia foi de 3.700 metros c�bicos por segundo (m?/s) para 3.200 m?/s, na hidrel�trica Jupi�, e de 4.300 m?/s para 3.800 m?/s, na usina Porto Primavera, com redu��es de 100 m?/s por dia.

O objetivo, por�m, � recolher ainda mais �gua nos reservat�rios de Jupi� e Porto Primavera a 2.300 metros c�bicos por segundo (m?/s) e 2.700 m?/s a partir de julho. Essa decis�o ser� tomada gradualmente ao longo dos pr�ximos quinze dias, ap�s tratativas com o Ibama e a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), al�m das empresas donas das usinas, Cesp e CTG. As informa��es foram antecipadas pelo Estad�o/Broadcast na semana passada.

O objetivo � monitorar e diminuir os impactos para o turismo, pescadores, fauna e meio ambiente. Al�m de medidas na regi�o onde a crise h�drica tem mostrado efeitos mais severos, a autarquia pretende guardar mais �gua tamb�m na regi�o Nordeste, e desta maneira despachar mais t�rmicas.

Na semana passada, o governo emitiu alerta de emerg�ncia h�drica para os cinco Estados banhados pelos rios: Minas Gerais, Goi�s, Mato Grosso do Sul, S�o Paulo e Paran�. A informa��o tamb�m foi antecipada pelo Broadcast.