O an�ncio pelo IBGE de uma infla��o em maio mais alta do que a esperada favorece o movimento de queda do d�lar frente ao real. Um IPCA, �ndice oficial de infla��o, mais salgado, pode pressionar o Banco Central a acelerar a alta de juros no Pa�s e acabar atraindo mais d�lares para investimentos.
"A infla��o mais alta no curto prazo deve ser um fator a ajudar na aprecia��o do real pelo canal de juros, mas � apenas um vetor a influenciar a taxa de c�mbio. S�o muitos vetores e n�o podemos colocar todas as fichas em apenas um", avaliou Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) e s�cio da consultoria BRGC.
Para Ribeiro, o que mais tem influenciado � o recuo das taxas dos t�tulos dos Estados Unidos (treasuries) com prazo mais longo de vencimento. "O Fed (banco central americano) tem botado um pouco mais de �gua na fervura ao mostrar que a eleva��o dos juros americanos, que o mercado tinha na cabe�a, n�o vir� t�o r�pida."
O economista do Ibre ressaltou, por�m, que est� no radar o in�cio da normaliza��o da pol�tica monet�ria global e, consequentemente, redu��o dos est�mulos adotados pelos Pa�ses durante a pandemia da covid-19. Esses est�mulos levaram os bancos centrais em todo o mundo a injetarem dinheiro na economia como resposta ao combate do impacto da pandemia, aumentando o cr�dito e reduzindo os juros. Ribeiro destacou que esse processo vai influenciar os juros no mundo inteiro e ter impacto em outros pre�os, como de commodities, produtos b�sicos, como petr�leo, gr�os e min�rio de ferro.
Ao analisar os dados dos fatores que influenciaram o movimento do c�mbio, Ribeiro discorda da avalia��o recente de muitos economistas de que o d�lar mais baixo reflete uma "descompress�o" do risco fiscal por conta dos sinais de melhora na economia, como previs�o mais baixa de d�vida p�blica e crescimento mais alto do que o inicialmente previsto do PIB em 2021. "A melhora do c�mbio teve influ�ncia de v�rios fatores que nada t�m a ver com a situa��o fiscal."
Para ele, h� espa�o para o d�lar cair abaixo de R$ 5. Mas � preciso ficar de olho nos fatores de risco que podem afetar esse caminho, sobretudo os ventos da pol�tica de juros global.
Apetite
O diretor de Estrat�gias P�blicas do Grupo MAG, Arnaldo Lima, destacou que a recupera��o da atividade econ�mica mundial gera maior apetite a risco dos investidores estrangeiros para injetar capital nos pa�ses em desenvolvimento, cujas expectativas de retorno financeiro podem ser maiores do que a dos pa�ses desenvolvidos. Segundo ele, o real n�o � a �nica moeda de pa�ses emergentes que est� se apreciando frente ao d�lar. Mas para que esse movimento positivo seja duradouro, o Brasil precisa ter vantagens comparativas, especialmente no equil�brio das contas p�blicas e no controle da infla��o.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA