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Estado de Minas MAIS BRASIL

Caixa reduz despesas em R$ 400 milh�es por ano

Programa voltado para aproximar o banco dos clientes, liderado por Pedro Guimar�es, trouxe resultados positivos


14/06/2021 04:00 - atualizado 13/06/2021 20:42

%u201CCom o programa, a escuta e a reação rápida aos problemas que vimos, nós mudamos a Caixa%u201D, afirma Pedro Guimarães, presidente da instituição(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil %u2013 5/8/19)
%u201CCom o programa, a escuta e a rea��o r�pida aos problemas que vimos, n�s mudamos a Caixa%u201D, afirma Pedro Guimar�es, presidente da institui��o (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil %u2013 5/8/19)

No fim de semana, a Caixa Econ�mica Federal cumpriu a 100ª edi��o do Caixa Mais Brasil. Lan�ado em janeiro de 2019, o programa tinha como finalidade primeira aproximar o banco estatal do seu p�blico, formado por milh�es de brasileiros, muitos deles de condi��o humilde. Mas a iniciativa promoveu mais do que isso: desencadeou transforma��es importantes na pr�pria Caixa, como redu��o de despesas e contrata��o de mais portadores de defici�ncias f�sicas. O contato direto com a realidade brasileira, sem os filtros da burocracia estatal e dos relat�rios financeiros, deu ao presidente da Caixa, Pedro Guimar�es, uma nova percep��o do pa�s. E, consequentemente, da institui��o que assumiu ap�s uma passagem de 20 anos pela iniciativa privada.

O Caixa Mais Brasil refor�ou o perfil social, j� bastante acentuado no banco estatal. Mas o programa causou, segundo Guimar�es, uma mudan�a na vis�o estrat�gica da institui��o. “Com o programa, a escuta e a rea��o r�pida aos problemas que vimos, n�s mudamos a Caixa. Quando a gente assumiu, n�o tinha nenhuma mulher como vice-presidente, nem diretora. Hoje s�o quatorze. As pessoas com defici�ncia eram s� 1,5% por cento, quando o m�nimo � 5%. N�s elevamos esse �ndice”, detalhou Pedro Guimar�es.

A iniciativa consiste na visita��o de v�rios munic�pios nos quais h� ag�ncias, lot�ricas ou correspondentes Caixa. Durante um fim de semana, uma equipe liderada por Guimar�es tem uma agenda de encontros com colaboradores da institui��o para ouvir sugest�es e reclama��es; microempres�rios que necessitam de cr�ditos e outros servi�os; e moradores, que relatam as necessidades cotidianas, seja de moradia, de sa�de ou de acesso � tecnologia.

Ap�s dois anos do programa, a institui��o implementou diversas mudan�as solicitadas por cada regi�o.“O Caixa Mais Brasil foi uma imers�o, um estudo sobre a Caixa e o que ela precisava mudar. Eu precisava conhecer a Caixa, ouvir o que os empregados precisavam e como o nosso cliente vive. Al�m de escutar, era preciso agir r�pido ao que ouvimos”, conta Guimar�es.

A taxa de juros do cheque especial foi reduzida em 76%, uma queda de 13,99% para 1,89%. Com as visitas, a equipe do programa decidiu conceder empr�stimos apenas para micro e pequenas empresas. Durante a pandemia, foram destinados R$ 35,7 bilh�es para 300 mil pequenos neg�cios. J� o contato com pequenos agricultores resultou na cria��o de 51 novas unidades da Caixa com foco no agroneg�cio.

No mercado de habita��o, a institui��o pausou, em outubro de 2020, temporariamente presta��es de financiamento para aliviar as despesas durante a pandemia. A medida entrou novamente em vigor este m�s, para quem recebe o aux�lio emergencial e o seguro-desemprego. Al�m disso, as obras de empreendimentos habitacionais, como o Casa Verde e Amarela, receberam aporte financeiro, o que resultou na retomada de 744 projetos e 94 mil casas ou apartamentos para beneficiados.

A institui��o tamb�m passou por mudan�as. Enquanto outros bancos fecham ag�ncias ao apostar no digital, a Caixa abriu 130 novas unidades no pa�s. A diversidade no quadro de colaboradores tamb�m foi alvo de mudan�a. Ao ser questionado por um colaborador em uma das viagens sobre o n�mero de pessoas com defici�ncia (PCD) contratadas na Caixa, Pedro descobriu que o quadro de funcion�rios n�o tinha nem o m�nimo exigido em lei. “Logo percebi o erro e contratamos cerca de 2 mil pessoas nessa condi��o. Hoje, nossos funcion�rios mais eficientes s�o PCD”, diz.

A 100ª edi��o do Caixa Mais Brasil, que ocorreu no fim de semana, foi destinada � visita��o de �reas de preserva��o de biomas brasileiros. Cem equipes foram direcionadas aos pontos escolhidos, entre elas a de Pedro Guimar�es, que foi � Floresta Nacional do Tapaj�s, no Par�.


Quatro perguntas para...

Pedro Guimar�es, presidente da Caixa Econ�mica Federal

O Caixa Mais Brasil chegou � 100ª edi��o. Qual o balan�o?
At� aqui, reduzimos mais de R$ 400 milh�es por ano de despesa. Porque eu vi o que poderia ser cortado, informa��es que n�o iam chegar at� mim se eu ficasse aqui. Havia muito desperd�cio com pr�dios, por exemplo, e j� fechamos mais de 70. Isso � consequ�ncia das visitas do Caixa Mais Brasil, assim como o empr�stimo somente a micro e pequenas empresas, a pausa nas parcelas de financiamento durante a pandemia e a abertura de ag�ncias.

E em rela��o aos funcion�rios?
Com o programa, e a escuta e a rea��o r�pida aos problemas que vimos, mudamos a Caixa. Quando a gente assumiu, n�o tinha nenhuma mulher como vice-presidente, nem diretora. Hoje s�o quatorze. As pessoas com defici�ncia eram s� 1,5% por cento, quando o m�nimo � 5%. N�s elevamos esse �ndice. Contratamos mais gente nesses dois anos do que nos �ltimos sete anos. Pagamos meio bilh�o de reais aos empregados de um dinheiro que estava sendo devido a eles e ningu�m reconhecia. Ent�o, eu sinto que os empregados reconhecem que a gente faz tudo que a gente pode. Muitas dessas quest�es eu descubro viajando pelo Brasil, ouvindo-os.

O Caixa Mais Brasil mudou sua vis�o do mercado financeiro, com mais aten��o ao cliente?
Cem por cento de acordo. Eu perdi o meu pai e minha m�e, relativamente cedo. Meu pai h� 26 anos, e  minha m�e, h� 16. Meu pai faleceu em 12 de junho. Ele era professor de nata��o, participou de v�rias Olimp�adas, mas n�o tinha muito dinheiro. Nossa vida financeira era complicada, a gente vivia em cheque especial, quase perdemos o financiamento do nosso apartamento. Ap�s o falecimento dele, eu s� consegui continuar minha carreira porque obtive uma bolsa de estudos pelo Capes/CNPq para fazer mestrado e doutorado. Por isso, eu sempre tive, desde sempre, um sonho de devolver. O Brasil transformou a minha vida, me deu uma chance que eu n�o teria. E eu sempre senti que eu devia isso aos brasileiros.

Pode citar um momento marcante das viagens?
Um momento que me marcou muito foi quando estive em Oeiras, no interior do Piau�, na 5ª edi��o do Caixa Mais Brasil. L� vi algo que nunca tinha visto na minha vida. Quando falava em pobreza pra mim, era a Comunidade da Rocinha. Mas o que vi em Oeiras n�o est� no meu dicion�rio. Pessoas que moram numa casa sem telhado, uma casa de barro, sem banheiro, cheio de escorpi�es, com quatro crian�as. Uma mo�a de 25 anos, obviamente sem marido. E as pessoas falam em cobrar! N�o tem como cobrar uma pessoa que mora em uma casa sem telhado.  Eu j� tinha a no��o matem�tica. Agora tenho a vis�o de pessoas como Oeiras. Na Caixa � preciso isso. Um banco social tem que ter a maximiza��o do resultado, e esse resultado deve virar, na minha opini�o, redu��o de taxas e abertura de ag�ncias. ‘Ah, por que os outros bancos est�o fechando ag�ncias e voc�s abrindo?’ Porque a gente est� em Oeiras, e eles, na Faria Lima.


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