Os bancos tradicionais n�o assistem parados ao ganho de poder das corretoras e dos bancos digitais. O Credit Suisse, tradicionalmente focado nos investidores mais abastados, investiu na plataforma Modalmais, que acaba de abrir seu capital. O Santander anunciou a compra do controle da Toro Investimentos, e o Bradesco repaginou a �gora, para refor�ar sua plataforma 100% focada em pessoas f�sicas. J� o Ita�, que est� se desfazendo de sua participa��o na XP, tamb�m tem se mexido para refor�ar sua plataforma. Se no passado os bancos tinham no "menu" apenas produtos da casa, agora j� t�m uma prateleira diversificada.
No mercado, apesar de as rivais estarem se movimentando, o BTG � visto o �nico com mais poder de fogo para engatilhar maior concorr�ncia � XP e conseguiu armar uma estrat�gia para atrair os grandes escrit�rios de agentes de investimento, oferecendo a compra de uma fatia minorit�ria e ajuda para a empresa a se tornar corretora, modelo que atendia a uma demanda dos s�cios desse segmento.
Dona da lideran�a desse mercado, a XP tamb�m tem reagido. Fez propostas de sociedade a escrit�rios de agentes aut�nomos que querem virar corretora, reagindo a movimentos do BTG sobre seus parceiros. A XP afirma, por�m, que, quando um escrit�rio sai de sua base, apenas 20% dos recursos sob gest�o migram com ele.
O diretor executivo de gente, gest�o e estrat�gia da XP, Gabriel Leal, afirma que a trajet�ria da XP escancarou o valor desse mercado e � natural que essa visibilidade traga maior competi��o. "N�s come�amos de fato esse mercado e ele ainda tem oportunidades enormes. A concentra��o nos grandes bancos diminuiu, mas ainda � de cerca de 80%", comenta. Para fazer frente � competi��o crescente, uma das ofensivas tem sido a de agregar produtos banc�rios aos clientes, como conta digital e cart�es. "A ideia � ter uma institui��o financeira completa."
M�quina de aquisi��es
Depois de fechar dez aquisi��es para fortalecer sua plataforma de investimento e captar mais R$ 3 bilh�es em uma oferta de a��es, a terceira em um ano, o BTG Pactual seguir� analisando oportunidades no mercado para crescer, mas os grandes movimentos j� ocorreram, segundo o s�cio da institui��o financeira Marcelo Flora, respons�vel pela plataforma do BTG.
"Estamos olhando muita coisa, temos um pipeline muito forte, mas a gente tende, naturalmente, a ser mais seletivo", explica Flora. Al�m de ter atra�do grandes escrit�rios de agentes aut�nomos antes plugados � XP, h� duas semanas o banco fechou a compra da Universa, dona da casa de an�lise Empiricus e da gestora Vitreo.
Para o executivo, o potencial do mercado de investimento ainda est� no in�cio. "Conseguimos entender o tamanho da oportunidade para morder um peda�o dessa pizza", diz Flora, lembrando que o banco investiu R$ 1 bilh�o em tecnologia para aproveitar o boom do mercado. "Acho que conseguimos entender que havia uma mudan�a macro, uma mudan�a de placas tect�nicas que por um conjunto de raz�es poderia tornar nosso ambiente de neg�cios mais favor�vel."
Apetite
Mesmo que a disputa mais not�ria entre XP e BTG tenha estado no centro das aten��es, outras plataformas surgem com novas propostas. Nesse grupo est� a sim;paul, lan�ada em dezembro. A ideia, segundo Jo�o Silveira, cofundador e presidente da empresa, foi trazer algo diferente ao mercado, com mais transpar�ncia na remunera��o do cliente e uma rela��o mais vantajosa para os assessores de investimento, frisa o executivo, que � ex-presidente da PAR Corretora de Seguros e da Wiz Solu��es.
No modelo da empresa, a receita gerada para a plataforma pelo consultor � transformada em pontos que podem ser trocados por a��es da companhia em um evento de liquidez, nas mesmas condi��es dos controladores. Tal evento de liquidez pode ser, por exemplo, uma oferta inicial de a��es (IPO, na sigla em ingl�s). "Estamos no in�cio de uma revolu��o do mercado financeiro", afirma Silveira.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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