Casa & V�deo chega a S�o Paulo com o plano de triplicar de tamanho em 3 anos

A rede de eletroeletr�nicos e artigos para o lar Casa & V�deo, tradicional no Rio, quer aproveitar o aprendizado com a pandemia para tocar seu plano de expans�o, mesmo depois de adiar uma oferta de a��es para levantar capital na Bolsa. A meta, neste ano, � abrir 80 lojas, 15 das quais em S�o Paulo, entre a capital (onde far� sua estreia) e o interior do Estado.

A estreia na capital paulista est� marcada para a segunda quinzena de julho. Se n�o houver atraso nas obras, Cidade Dutra, na zona sul, dever� receber a primeira unidade da rede. Caso contr�rio, a abertura poder� ocorrer em S�o Miguel Paulista, Largo Treze, Cidade S�o Mateus ou Jardim �ngela.

O plano de expans�o da Casa & V�deo - que conta hoje com 200 lojas e at� 2025 prev� triplicar de tamanho - come�ou a ser testado em 2018 e 2019, foi acelerado em 2020, quando a covid-19 virou o varejo de cabe�a para baixo, e pretende ser o mais novo cap�tulo de uma hist�ria de reestrutura��o.

Fundada h� 33 anos, a rede ganhou as manchetes em 2008, quando os antigos donos foram alvo de uma opera��o da Pol�cia Federal (PF) contra fraudes fiscais. Hoje, � controlada pela gestora de recursos Polo Capital, que terminou a reestrutura��o, iniciada pelo empres�rio F�bio Carvalho, da Legion Holding.

Consolidada no Rio e no Esp�rito Santo, a rede testou o modelo de expans�o abrindo lojas primeiro em Minas Gerais e no interior de S�o Paulo, segundo Afonso Mendes, diretor de Marketing e Planejamento Comercial da rede. No interior paulista, foram quatro unidades, sempre tentando aproveitar a proximidade do centro de distribui��o da rede, que fica na Rodovia Presidente Dutra.

Em paralelo, a Casa & V�deo come�ou a tirar do papel um plano de refor�o dos canais digitais, com foco no com�rcio eletr�nico, passando pela integra��o tecnol�gica dos estoques das lojas e do centro de distribui��o. A pandemia de covid-19, que tomou o mundo no in�cio de 2020, acabou acelerando esse processo. "J� t�nhamos um projeto de investimento no canal digital, com log�stica, integra��o de estoques, convers�o das lojas em pontos de retirada e minicentros de distribui��o. Isso tudo foi acelerado", disse Mendes.

Canais digitais

A corrida para investir em canais digitais deu o tom ao varejo tradicional durante a crise da covid-19, disse Pedro Serra, gerente de pesquisa da corretora Ativa Investimentos. Quem ganhou para valer em 2020 foram as chamadas "nativas digitais" ou as que j� tinham tradi��o no com�rcio eletr�nico - caso de Mercado Livre, B2W (dona dos sites Submarino, Lojas Americanas e Shoptime) e Magazine Lu�za, com a americana Amazon ainda correndo por fora para ganhar espa�o no mercado brasileiro, segundo o analista.

"As nativas digitais estavam prontas para surfar a onda. Quem n�o tinha isso pronto teve de correr atr�s ou acelerar."

Para achar espa�o entre os grandes, a Casa & V�deo aposta em um "tempero especial", que promete misturar servi�os e produtos �nicos nas lojas. Os resultados de 2020 foram bons. A receita l�quida da rede foi de R$ 1,1 bilh�o, 11% acima da registrada em 2019. O com�rcio eletr�nico passou de 2% das vendas, antes da pandemia, para a expectativa de 10% neste ano.

Para Mendes, n�o h� contradi��o em investir em lojas f�sicas em meio � pandemia, porque a Casa & V�deo aposta no modelo multicanal. Nele, as vendas online ganham espa�o, mas as lojas f�sicas seguem importantes, n�o no formato original. Al�m de comprar um produto, os clientes v�o ao ambiente f�sico para experimentar e tirar d�vidas.

A empresa adiou os planos de levantar recursos com uma oferta inicial de a��es (IPO, na sigla em ingl�s). A Casa & V�deo anunciou a opera��o em janeiro, mas desistiu em abril. "O momento n�o est� muito favor�vel. Tem muitas empresas buscando o IPO", disse o presidente do grupo, Ivo Benderoth. "N�o temos pressa e s� vamos � oferta inicial no momento que entendermos que faz sentido seguir."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.