Abinee: falta de componentes atinge 73% das f�bricas de eletroeletr�nicos

Agravada pela escassez de componentes eletr�nicos no mercado, a situa��o que vem provocando desde atrasos � paralisa��o de parte da produ��o, a crise de abastecimento est� mais disseminada na ind�stria de eletroeletr�nicos, dificultando atividades de sete em cada dez empresas do setor.

Sondagem feita no m�s passado pela Abinee, a associa��o que re�ne fabricantes de aparelhos como celulares, notebooks, tablets e TVs, mostra que 73% dos associados relatam dificuldades na aquisi��o de componentes. Isso explica por que 20% das empresas est�o trabalhando com estoques de pe�as abaixo do normal. Em mar�o, num breve sinal de melhora, o porcentual de fabricantes que enfrentavam dificuldade na compra de insumos chegou a cair para 66%.

O principal item em falta s�o os componentes eletr�nicos importados da �sia, dada a corrida global por chips causada pela volta r�pida dos pedidos da ind�stria de bens de consumo com digitaliza��o de neg�cios e maior consumo de aparelhos eletr�nicos na pandemia.

Embora n�o tenha sido registrada, at� agora, paralisa��o completa de f�bricas de eletroeletr�nicos, 9% das empresas tiveram que interromper parte da produ��o no m�s passado. Situa��o mais comum, os atrasos de produ��o e entregas associados � escassez global de semicondutores acontecem em 44% dos fabricantes de equipamentos eletroeletr�nicos.

H� tamb�m relatos de irregularidade no fornecimento de papel�o, materiais pl�sticos, cobre, alum�nio e a�o, por�m em menor frequ�ncia do que nos meses anteriores, apesar do ainda alto porcentual de dificuldade no abastecimento dos dois primeiros (43% do total).

Entre as f�bricas cujos produtos dependem de semicondutores, 22% dizem que n�o est�o conseguindo encontrar insumos dispon�veis no mercado. Quem consegue comprar tem que aceitar entregas fora do prazo desejado, pre�os altos ou volume inferior ao pretendido.

Diante da falta de previs�o sobre quando o abastecimento voltar� ao normal, a ind�stria, al�m de renegociar prazos de entrega com clientes, est� buscando e desenvolvendo novos fornecedores. No entanto, h� muita dificuldade em encontrar alternativas para contornar o problema, dada a depend�ncia do fornecimento da �sia, sobretudo Taiwan, onde est�o concentrados os maiores fornecedores de chips.

Press�o de custo

No contexto de escassez de mat�rias-primas, aumento nos pre�os de frete, tanto mar�timo quanto a�reo, e desvaloriza��o cambial, a press�o acima do normal exercida pelos pre�os dos componentes � praticamente generalizada, sendo citada por 94% da ind�stria de eletroeletr�nicos. � o maior porcentual desde maio de 2010, quando a quest�o foi introduzida na sondagem da Abinee.

O risco de restri��o no fornecimento de energia, em fun��o do baixo n�vel dos reservat�rios, est� sendo acompanhado com preocupa��o por, al�m de significar um novo gargalo de produ��o, indicar aumento de pre�os.

As perspectivas dos empres�rios do setor para os pr�ximos meses s�o, no entanto, em geral positivas, com sinais de melhora de confian�a e expectativa de continuidade da recupera��o econ�mica.

Na pesquisa feita pela Abinee em maio, 80% das companhias associadas apontaram neg�cios dentro ou acima das expectativas. Para 81% delas, haver� crescimento neste ano na compara��o com 2020.