Apesar de o dinheiro de fora na bolsa de valores ser sempre bem-vindo, o mercado descobriu que d� para fazer opera��es de abertura de capital, sim, contando apenas com o investidor brasileiro. Tanto que as ofertas iniciais de a��es no primeiro semestre j� chegam a cerca de R$ 80 bilh�es, mesmo sem a presen�a maci�a dos estrangeiros.
A explica��o para isso est� nos juros em patamares historicamente baixos no Brasil (mesmo com as altas recentes, que deixaram a Selic em 4,25% ao ano). Sem os ganhos "f�ceis" da renda fixa, os investidores come�aram a migrar em massa para a renda vari�vel, e o n�mero de pessoas f�sicas na bolsa passou de cerca de 600 mil, no fim de 2019, para 3,7 milh�es agora.
Por isso, h� uma avalia��o de que os estrangeiros devem entrar nas grandes opera��es de abertura de capital, como as previstas para julho, mas que o investidor local ainda deve continuar sendo muito importante para o mercado.
Para Felipe Thut, respons�vel pelo Bradesco BBI, apesar de as ofertas maiores terem mais atratividade para o investidor estrangeiro, n�o h� ainda seguran�a sobre o fluxo de capital de fora para a bolsa brasileira. Sua expectativa � de que essa seguran�a s� apare�a passadas as elei��es presidenciais de 2022. "At� l�, essa movimenta��o dos estrangeiros dever� ser mais t�tica", diz.
Ele lembra que, diante da grande migra��o de recursos da renda fixa para a renda vari�vel no Pa�s, n�o h� mais uma depend�ncia do capital estrangeiro para as aberturas de capital. Mesmo assim, para as ofertas de a��es de empresas de maior porte, o executivo diz que � poss�vel imaginar que o estrangeiro fique com uma fatia de 50% do volume.
Mudan�a
O mercado de capitais tamb�m tem passado por uma mudan�a de perfil. F�bio Nazari, s�cio do BTG Pactual respons�vel pelo mercado de renda vari�vel, aponta que o n�mero de empresas na fila para abrir capital � grande, mas que muitas companhias viram desafios para conseguir levantar o que pretendiam e sa�ram do circuito, para tentar retornar mais � frente. "J� vimos uma depura��o dos candidatos", diz.
Fora isso, para algumas empresas o conselho tem sido lan�ar a oferta apenas para investidores institucionais - como fundos de investimento e fundos de pens�o, por exemplo -, al�m dos estrangeiros, deixando de fora os investidores pessoas f�sicas. Essa oferta n�o precisa de registro do regulador e, por isso, � mais r�pida. Assim, consegue se desviar da volatilidade do mercado. Foi assim, por exemplo, que o banco BR Partners fez um IPO, muito rapidamente, que movimentou R$ 400 milh�es.
Segundo Bruno Saraiva, correspons�vel pelo banco de investimento do Bank of America no Brasil, essa estrutura mais c�lere para a emiss�o de a��es poder� ser utilizada por empresas que j� tentaram abrir o capital, mas que acabaram postergando a opera��o. "A discuss�o � caso a caso, mas temos recomendado que a companhia deixe o registro de companhia aberta para ter essa op��o", diz. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA