A cria��o de conte�do em v�deo por pessoas comuns � um caminho sem volta. Pelo menos essa � a vis�o do YouTube para os pr�ximos anos. Para Kevin Allocca, l�der da �rea e cultura e tend�ncias da rede social de v�deos da Alphabet, dona do Google, a pandemia fez com que as pessoas perdessem a timidez para fazer v�deos pr�prios, e a tend�ncia � que isso continue mesmo ap�s as medidas de distanciamento acabarem no mundo, inclusive no Brasil.
Em pesquisa realizada pela consultoria Ipsos, a pedido do YouTube, 57% dos entrevistados afirmaram que criar um conte�do em v�deo os ajudou a se sentir mais conectado com outras pessoas. Esses dados foram apresentados por Kevin Allocca em conte�do que faz parte do Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade, evento que tem o Estad�o como representante oficial no Pa�s.
Segundo Allocca, a cria��o de conte�do em v�deo fez com que as pessoas se sentissem mais conectadas em um per�odo t�o complicado. "As pessoas est�o criando cada vez mais v�deos, e isso se tornou uma ferramenta cada vez mais importante na vida delas", diz Allocca. "Essa experi�ncia criou todo um senso de comunidade."
As lives, que fizeram bastante sucesso no in�cio da pandemia, tamb�m tiveram papel importante nisso. Mesmo assim, segundo a pesquisa, 64% das pessoas no Brasil se sentiram menos sozinhas ao assistir a shows ao vivo de grandes artistas.
O Brasil, ali�s, ganhou um grande destaque com shows que bateram recordes de audi�ncia em todo o mundo. O caso mais not�rio foi o da cantora sertaneja Mar�lia Mendon�a, que, mesmo cantando em sua pr�pria sala de estar, chegou a 3,3 milh�es de pessoas no pico da transmiss�o.
Essa simplicidade, ali�s, pode ter sido um dos pontos a favor da cantora. Segundo o relat�rio de tend�ncias do YouTube, as pessoas come�aram a procurar conte�do com que se identificassem. Isso no mundo inteiro e at� mesmo com alguns conte�dos bem ex�ticos. Um exemplo � que houve v�deos de casamentos coletivos na Coreia do Sul que ultrapassaram 1 milh�o de visualiza��es.
Mas esse tipo de conte�do continuar� em alta mesmo ap�s as pessoas voltarem a ter uma vida mais normal? Para Allocca, sim. "Essas tend�ncias est�o continuando e o que a pandemia fez foi acelerar esse processo", afirma o executivo.
N�o � toa, v�deos de podcasts baseados em conversas mais informais tamb�m t�m dado muito resultado, segundo o YouTube. Um exemplo � o Flow Podcast, apresentado por Bruno Aiub, o Monark, e outro por Igor Coelho, o 3K, que amealhou f�s durante a pandemia. Desde janeiro de 2020, o Flow ganhou mais de 200 milh�es de visualiza��es, de acordo com a rede social.
Alta de receitas
A combina��o entre produ��o de v�deos e isolamento social fez com que o YouTube faturasse muito mais em 2020. A receita gerada por publicidade na rede social da Alphabet no ano passado cresceu quase 45%, para US$ 6,8 bilh�es, ante 2019. E esses valores devem continuar em expans�o, pois cada vez mais o YouTube tem sido destino de campanhas - at� mesmo exclusivas.
"Hoje, na publicidade, n�o existe mais fazer uma campanha para TV aberta, paga ou internet. Tudo � v�deo. Inclusive, j� existem campanhas que come�am no YouTube e s� depois v�o para a televis�o", diz Edu Lorenzi, CEO da Publicis.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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