O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que a alta de pre�os tem impactado de forma mais forte as classes mais baixas. "Infla��o para as classes mais baixas tem rodado acima da das classes m�dias. Infla��o das classes mais baixas tem convergido um pouco, mas ainda est� acima", afirmou .
Como mostrou na semana passada o Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) mostram que a alta de pre�os atinge de maneira diferente ricos e pobres.
Desde que a pandemia do novo coronav�rus come�ou, em mar�o do ano passado, a infla��o oficial acumulada medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 7,39%. Para as fam�lias com renda de at� cinco sal�rios m�nimos, por�m, o �ndice medido pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC) foi maior, de 8,57%.
Infla��o de servi�os
O presidente do Banco Central disse tamb�m que autoridade monet�ria acompanha o processo de mudan�a da press�o inflacion�ria de bens para servi�o. "Vemos que, no mundo, temos infla��o de servi�os subindo, uma infla��o de bens que subiu muito e a contrapartida n�o est� como se esperava. No Brasil ainda temos uma infla��o de servi�os ainda bastante baixa", afirmou.
Segundo Campos Neto, o BC est� reavaliando a quest�o para ter certeza que componentes inflacion�rios que entende serem temporais continuam presente e como se d� a contamina��o na infla��o desses componentes.
Efeito do fim do menor isolamento social
O diretor de Pol�tica Econ�mica do Banco Central afirmou que, com o fim do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronav�rus, � previsto que a infla��o global de bens caia e que, por outro lado, a infla��o de servi�os suba.
Segundo Kanczuk, era de se esperar que houvesse, durante a pandemia, uma "separa��o" entre a infla��o de bens e a de servi�os. A expectativa era de alta para bens e queda para servi�os, em fun��o da din�mica de fechamento de estabelecimentos durante a pandemia. "A infla��o global de bens subiu muito mais do que era previsto", acrescentou. "Parte da subida da infla��o de bens na pandemia foi por uma quest�o de demanda. A demanda mudou de servi�os para bens por conta da pandemia."
Cadeias de fornecimento
Kanczuk avaliou ainda que parte da subida forte de infla��o global de bens durante a pandemia ocorreu pela interrup��o das cadeias de fornecimento. Ele deu como exemplo as dificuldades para a compra de chips de computador.
Ao tratar da infla��o global, Kanczuk afirmou que tanto os bancos centrais quanto os analistas n�o sabem o que vai acontecer. Ele citou o fato de haver preocupa��es com a infla��o em pa�ses como Estados Unidos e Chile, enquanto o Reino Unido e a �ndia adotam postura mais tranquila em rela��o � alta de pre�os. "O Brasil � um dos pa�ses emergentes que mostrou infla��o acumulada mais alta", acrescentou.
Segundo ele, os porcentuais verificados aqui n�o superaram, no entanto, os registrados na R�ssia e na Turquia. No caso dos alimentos, destacou o diretor, "o Brasil teve infla��o alta; s� recentemente a Turquia superou".
Kanczuk afirmou ainda que, com as pol�ticas fiscal e monet�ria expansionistas, a economia mundial tem mostrando "crescimento exuberante". "H� exuber�ncia no crescimento de curto prazo", disse.
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