Na vis�o do economista-chefe para a Am�rica Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, o crescimento dos investimentos poderia ser maior se a agenda de reformas tivesse avan�ado mais rapidamente e o governo tivesse se empenhado em promover reformas mais significativas. "O Brasil poderia estar atraindo muito mais investimento direto dado o potencial e a dimens�o da economia", diz Ramos na entrevista a seguir.
Como avalia a alta do investimento estrangeiro neste ano?
Com a retomada do crescimento e a melhora do resultado das empresas, � normal que elas decidam investir no neg�cio e que isso leve a uma melhora dos fluxos de investimento. Agora, a gente n�o pode se contentar com pouco. O Brasil poderia estar atraindo muito mais investimento, dado o potencial e a dimens�o da economia. O Brasil, com uma situa��o fiscal saneada, com outro quadro pol�tico, poderia ter um n�vel de investimento extraordin�rio, mas n�o tem.
O que impede uma entrada maior de recursos?
� o risco fiscal. O Brasil ainda tem uma situa��o fiscal extremamente delicada. Os anos v�o passando e as reformas fiscais n�o avan�am. A gente come�ou a falar do ajuste fiscal quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. J� estamos h� sete anos consecutivos com d�ficit prim�rio, sem perspectiva de que chegue a um super�vit no curto prazo. Cada vez que h� uma sobra no Or�amento, como agora, h� mil e uma maneiras para justificar os gastos. E fazer ajuste que � bom, nada.
Tem percebido um aumento do interesse pelo Brasil no exterior?
O interesse caiu muito nos �ltimos dois anos. O grande investidor estrangeiro se desinteressou pelo Pa�s. O Brasil desencantou. Come�ou a haver um pouco mais de interesse neste ano. O pr�prio real est� se valorizando com a subida dos juros, e a volta do crescimento. Aos trancos e barrancos, o processo de vacina��o avan�a. Mas, em rela��o ao potencial do Brasil, ainda tem muita estrada pela frente.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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