Agora uma empresa com o capital totalmente pulverizado na Bolsa de Valores, ap�s a Petrobr�s acabar de vender toda a sua participa��o, a BR Distribuidora caminhar� a passos largos para se preparar para a transi��o energ�tica, afirma o presidente da rede de distribui��o de combust�veis, Wilson Ferreira J�nior, que assumiu o comando da empresa em mar�o, depois de deixar a estatal Eletrobr�s. "Vamos ser uma empresa de energia e n�o s� de combust�vel", afirmou ele ao Estad�o.
A BR Distribuidora acaba de concluir a oferta de a��es em que a Petrobr�s vendeu uma fatia de 37,5% da empresa por R$ 11,4 bilh�es, na maior oferta de a��es na B3 de 2021.
Segundo Ferreira, ao longo desse processo de sa�da da Petrobr�s, os investidores buscaram informa��es sobre os planos de curto prazo da empresa, que incluem a expans�o da f�brica de lubrificantes e amplia��o da log�stica de combust�vel.
Al�m disso, as reuni�es que ocorreram durante duas semanas tiveram tamb�m abordaram o posicionamento de mais longo prazo da empresa frente � transi��o energ�tica - quesito no qual o executivo garante que a BR est� � frente de seus concorrentes.
O mercado de distribui��o � bastante competitivo no Brasil. Conforme o �ltimo boletim de abastecimento, da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), a BR tem cerca de 23% de participa��o, seguida de perto pela Ra�zen, licenciada da marca Shell (20,5%), e pela Ipiranga (19,3%).
Para o presidente da BR, apesar de os dados mostrarem as empresas brigando cabe�a a cabe�a pela primeira posi��o, a BR tem hoje o menor custo do setor e baixo endividamento, estando pronta para acessar o mercado se houver necessidade de mais recursos para arcar com investimentos.
No cen�rio de transi��o energ�tica, com a chegada de carros el�tricos, por exemplo, os postos de combust�veis precisar�o estar prontos para suprir essa nova demanda, se adaptando para abastecer a frota que se alimentar� de energia el�trica. "Em primeiro lugar, temos de estar bem posicionados em energia el�trica. Em segundo, em GNL (g�s natural liquefeito)", explica.
A rela��o com a Petrobr�s, que agora se resume � esfera comercial, segue positiva. "Somos o maior comprador da Petrobr�s", frisa o executivo.
Diagn�stico
Para ter em m�os um estudo detalhado sobre a companhia que o executivo assumiu h� poucos meses, a BR contratou a consultoria BCG (Boston Consulting Group), que a apoiar� nessa revis�o estrat�gica. Esse processo dever� ser conclu�do em cerca de um m�s e meio.
Nesse processo, afirma Ferreira, h� pontos que de imediato precisam ser trabalhados, de olho no ganho de efici�ncia. Um que chama aten��o s�o as 1,2 mil lojas de conveni�ncia da empresa, que hoje n�o agregam ganhos ao resultado da companhia.
A virada de chave, segundo ele, j� est� em curso, com a recente parceria firmada com as Lojas Americanas, por meio das redes Local e BR Mania. Elas formar�o uma joint venture e dividir�o a sociedade em 50%. J� est� nos planos a abertura de mais mil lojas - hoje, apenas 25% dos postos da BR t�m opera��o de varejo, enquanto no exterior o �ndice de redes semelhantes chega facilmente a 60%.
Para os analistas do UBS, a BR come�a, ap�s o desinvestimento da Petrobr�s, um novo cap�tulo. "Com a venda conclu�da, acreditamos que a BR est� pronta para materializar o desempenho positivo esperado de todas as melhorias operacionais que obteve desde a privatiza��o", diz o documento assinado pelo analista Luiz Carvalho.
J� Heloise Fernandes Sanchez, da Terra Investimentos, afirma que a sa�da da Petrobr�s abre "caminho para que a empresa entre em outros segmentos do setor de �leo e g�s, inclusive podendo virar uma concorrente da Petrobr�s".
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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