A trajet�ria do economista Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central (BC), foi celebrada na tarde desta sexta-feira, 9, por um grupo de economistas reunidos em evento virtual pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), entre eles o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Langoni morreu no �ltimo dia 13 de junho, aos 76 anos, v�tima da covid-19, no hospital Copa Star, no Rio, onde passou meses em combate � doen�a.
Roberto Campos Neto afirmou que Carlos Langoni foi um desbravador do pensamento liberal. Em v�deo gravado, o presidente do BC fez ainda dois an�ncios em homenagem a Langoni. "Vamos lan�ar uma cole��o de medalhas e moedas em homenagem a Langoni", afirmou. "E estou encaminhando para a Diretoria um voto para que o pr�dio do Banco Central no Rio de Janeiro tenha o nome de Langoni", acrescentou.
"Ele � a refer�ncia, n�o s� pelo seu trabalho acad�mico, mas pela influ�ncia desse trabalho no debate pol�tico e debate econ�mico", apontou Marcelo Neri, diretor do FGV Social, a respeito dos estudos desenvolvidos por Langoni sobre distribui��o de renda. "� o debate mais importante que temos at� hoje, n�o houve nenhum debate mais intenso e importante, e � um debate longevo", avaliou.
O ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica Fernando de Holanda Barbosa lembrou a resist�ncia que as ideias de Langoni enfrentaram de colegas antes de se tornar uma unanimidade nos tempos atuais.
"O trabalho do Langoni foi muito criticado n�o pela sua fundamenta��o te�rica, mas porque as pessoas queriam fazer oposi��o aos Chicago Boys do Chile e do Brasil", disse Barbosa, referindo-se aos economistas liberais formados pela Universidade de Chicago. "A grande contribui��o do Langoni e que eu acho que � sua obra-prima � a Distribui��o de Renda e Desenvolvimento Econ�mico no Brasil", completou.
Holanda aponta que Langoni tinha talento para trabalhos emp�ricos fundamentados na teoria econ�mica para responder a problemas reais da economia, o que resultou na produ��o de um conte�do pioneiro. No entanto, ele lamentou que o Brasil tenha feito pouco progresso no sentido de melhorar a educa��o no Pa�s para conseguir colher os frutos de seus impactos sobre o desenvolvimento econ�mico.
"O que acho que vai ser a coisa mais importante que vai ter nesse segundo semestre � a volta das aulas nas escolas p�blicas. A gente sabe como foi uma perda terr�vel", corroborou Joaquim Levy, diretor de Estrat�gia Econ�mica e Rela��es com Mercados no Banco Safra e ex-ministro da Fazenda, para quem focar no renascimento dessa educa��o prim�ria � "uma maneira de a gente estar homenageando e honrando toda a contribui��o que ele fez".
Levy lembrou da energia e entusiasmo com que Langoni se dedicou nos �ltimos anos aos estudos de transforma��o do setor de energia no Brasil.
"A nova lei do g�s � a �ltima das in�meras vit�rias do Langoni", confirmou Roberto Castello Branco, que hoje integra o Conselho de Administra��o da Vale, mas presidia a Petrobras quando discutia com Langoni a moderniza��o do marco regulat�rio do g�s no Brasil.
Paulo Guedes lembrou o papel de Langoni no projeto de reforma da matriz energ�tica, que teria como objetivo industrializar o Pa�s atrav�s do fornecimento de g�s mais abundante e barato. Segundo o ministro, a trajet�ria profissional de Langoni come�ou extraordinariamente relevante para o Brasil com suas teorias sobre educa��o e renda, mas terminou de forma tamb�m excepcional com o projeto para o setor de g�s.
"Somos uma fam�lia, e ele � um representante brilhante dessa fam�lia", afirmou Guedes, referindo-se aos economistas liberais participantes do evento, entre eles alguns ex-integrantes do atual governo por indica��o do ministro, como Roberto Castello Branco e Joaquim Levy.
Prestaram tamb�m homenagens a Langoni durante o evento Carlos Eduardo de Freitas, integrante do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal; Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV; Edy Luiz Kogut, presidente do Conselho de Administra��o na Petrobras Distribuidora; Jos� J�lio Senna, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV; S�rgio Werlang, professor e assessor da Presid�ncia da FGV; Aloisio Araujo, vice-diretor da Escola Brasileira de Economia e Finan�as (EPGE/ FGV) e Rubens Penha Cysne, diretor da EPGE/FGV.
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