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Estado de Minas ECONOMIA

Seca deve levar reservat�rios a menos de 10% de sua capacidade, projeta ONS


10/07/2021 13:32

O reduzido n�vel de armazenamento de �gua j� verificado nos principais reservat�rios de hidrel�tricas da Regi�o Sudeste do Pa�s tende a se agravar at� o fim deste ano, o que deve levar o setor el�trico a adotar medidas ainda mais extremas para evitar cortes de energia e poss�veis desligamentos de usinas.

O Estad�o teve acesso a proje��es t�cnicas feitas pelo Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), que � o �rg�o que tem a miss�o de monitorar e definir como se d� a gera��o de energia no Pa�s. As estimativas fechadas em junho apontam que, mesmo ap�s a determina��o para que as usinas liberem o m�nimo poss�vel de �gua, a maior parte dos reservat�rios chegar� ao fim de novembro - quando acaba o per�odo seco - com menos de 10% do volume �til de �gua que podem armazenar. No limite, a depender das condi��es t�cnicas de cada usina, suas turbinas v�o precisar ser desligadas, por causa do pouco volume de �gua dispon�vel para passar pelas m�quinas, sob o risco de compromet�-las.

Segundo o governo, esse � o per�odo mais seco dos �ltimos 91 anos. No fim do m�s passado, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez pronunciamento em cadeia de r�dio e TV pedindo � popula��o o uso "consciente e respons�vel" de �gua e energia. O governo, por�m, nega o risco de um racionamento como o de 2001.

O cen�rio cr�tico � encontrado em praticamente todas as barragens localizadas na Bacia do Rio Paran�, que abastece as Regi�es Sudeste e Centro-Oeste do Pa�s. S�o dezenas de usinas espalhadas pela calha principal do Rio Paran� e pelos rios que comp�em a sua bacia, como Parana�ba, Grande, Tiet� e Paranapanema. A Bacia do Paran� responde hoje por mais da metade da capacidade nacional de gera��o de energia do Pa�s.

O detalhamento das condi��es de armazenamento de alguns reservat�rios ajuda a compreender a gravidade do quadro no abastecimento. O reservat�rio da hidrel�trica de Furnas, por exemplo, que � uma barragem de acumula��o e de regulariza��o de �gua, localizada nas proximidades da cabeceira do Rio Grande, entre Minas Gerais e S�o Paulo, est� hoje com 28% de sua capacidade de armazenamento, mas deve ficar com menos de 10% at� outubro. Na calha desse mesmo rio, a barragem da usina de Marimbondo j� atingiu, neste m�s, o n�vel de apenas 10% de sua capacidade e pode chegar a 5% nos pr�ximos meses.

Mais dram�tica s�o as proje��es feitas para as barragens do Rio Parana�ba, um dos grandes rios que comp�em a Bacia do Paran�. O reservat�rio da hidrel�trica Itumbiara est� hoje com apenas 9% de seu volume �til e, at� outubro, pelas proje��es do ONS, esse volume certamente ser� inferior a 5% do total.

Baixa hist�rica

De maneira geral, o armazenamento somado dos reservat�rios da Bacia do Rio Paran� fechou o m�s de maio com menos de 29% de sua capacidade m�xima, o segundo pior armazenamento verificado para este m�s desde o ano 2000, ficando acima apenas do volume verificado em 2001, quando houve racionamento de energia no Brasil.

"Os resultados das proje��es at� novembro de 2021 apontam para condi��es de armazenamento em praticamente todos os reservat�rios da Bacia do Rio Paran� na faixa entre 5% e 10% de seus volumes �teis durante todo o per�odo", afirma o ONS no documento. E alerta que, "considerando as premissas adotadas nesse estudo, caso as redu��es das vaz�es (a��es de armazenamento de �gua) sejam feitas para patamares inferiores aos apresentados e/ou de modo tardio, as perspectivas de armazenamentos ser�o piores".

Pesquisador s�nior do grupo de estudos do setor el�trico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Roberto Brand�o reconhece que o cen�rio � grave, mas afirma que, como tem garantido o Minist�rio de Minas e Energia, n�o deve haver problemas com oferta de energia. "Vai ser com emo��o, sem d�vida. A realidade, por outro lado, � que h� uma certa folga de gera��o nas demais fontes de energia, para al�m das hidrel�tricas", avalia o especialista. "Mesmo que ocorram problemas pontuais, devemos atravessar o ano sem grandes preocupa��es, longe do que se viu em 2001, por exemplo."

Em 2001, devido a restri��es de gera��o hidrel�trica, o governo federal determinou o racionamento de energia em todo o Pa�s, impondo um corte de 20% para o consumidor. Quem n�o cortava seu consumo nesse volume, tinha de pagar uma multa pela energia excedente.

Desde ent�o, a depend�ncia das hidrel�tricas caiu de 85% para 61% com a expans�o de usinas como e�lica, solar e biomassa, mas tamb�m com o uso de t�rmicas, que encarecem a conta de luz para todos os consumidores, al�m de serem mais poluidoras. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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