A alta nos pre�os de bens e servi�os monitorados pelo governo, como a energia el�trica e o g�s, foi o principal fator de press�o para que a infla��o dos brasileiros mais pobres encerrasse o m�s de junho quase duas vezes maior que a dos mais ricos, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea).
O Indicador Ipea de Infla��o por Faixa de Renda registrou uma desacelera��o da press�o inflacion�ria na passagem de maio para junho em todas as faixas de renda. No entanto, a press�o de custos ainda foi maior entre as fam�lias mais pobres, com renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50: a varia��o dos pre�os passou de alta de 0,92% em maio para eleva��o de 0,62% em junho.
Entre as fam�lias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 16.509,66 mensais, a infla��o saiu de 0,49% em maio para 0,36% em junho. Entre os de renda m�dia alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a infla��o desacelerou de 0,75% para 0,44% no per�odo.
O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o c�lculo da infla��o por faixa de renda, encerrou o m�s de junho com avan�o de 0,53%, ante uma eleva��o de 0,83% em maio.
Em junho, a maior press�o sobre a infla��o partiu dos gastos com habita��o. A energia el�trica subiu 1,95%, devido ao acionamento da bandeira vermelha patamar 2 e ao reajuste tarif�rio em Curitiba.
"As varia��es do g�s de botij�o e do g�s encanado, por sua vez, seguem impactadas pela alta dos pre�os internacionais e j� acumulam varia��es de 16% e 14,2% no ano, respectivamente", ressaltou a nota do Ipea.
O aumento de 1,10% nos gastos com habita��o em junho respondeu por 40% da infla��o percebida pelas fam�lias mais pobres, um impacto de 0,24 ponto porcentual. O encarecimento de 0,43% dos alimentos e bebidas contribuiu com mais 0,12 ponto porcentual.
"Para as fam�lias de renda mais baixa, observa-se que, mesmo diante da defla��o apresentada em itens importantes - como cereais (-0,73%), tub�rculos (-11,2%) e frutas (-2,7%) -, as altas das carnes (1,3%), das aves e ovos (1,6%) e dos leites e derivados (2,2%) fizeram com que o grupo alimenta��o e bebidas se constitu�sse sendo o segundo maior foco de press�o inflacion�ria. A infla��o das classes de renda mais altas foi impactada pelos grupos transportes - cujas quedas das passagens a�reas (-5,6%) e dos transportes por aplicativo (-0,95%) n�o anularam os aumentos da gasolina (0,7%) e do etanol (2,1%) - e sa�de e cuidados pessoais, repercutindo os reajustes dos planos de sa�de (0,67%)", apontou a t�cnica do Ipea Maria Andr�ia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura divulgada nesta quarta-feira, 14.
A infla��o acumulada em 12 meses at� junho foi de 9,24% para as fam�lias mais pobres, patamar bem acima dos 6,45% observados no segmento mais rico da popula��o.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as varia��es de pre�os medidas pelo IPCA. Os grupos v�o desde uma renda familiar de at� R$ 1.650,50 por m�s, no caso da faixa com renda muito baixa, at� uma renda mensal familiar acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta.
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