O presidente do Conselho Diretor da Associa��o Brasileira do Agroneg�cio, Marcello Brito, disse nesta quarta-feira, 21, que a imagem do Brasil no mundo � a pior da hist�ria e que a press�o acerca do desmatamento da Amaz�nia tem atrapalhado o Pa�s no fechamento de novos acordos com outros pa�ses. Ainda assim, por�m, o Brasil � o pa�s que tem maior potencial de se tornar relevante no mercado internacional de carbono, acrescentou, em coletiva de imprensa para apresenta��o do 20� Congresso Brasileiro do Agroneg�cio, que ser� realizado de forma virtual em 2 de agosto.
"O Brasil n�o precisa fazer uma super revolu��o industrial para evoluir na economia do carbono. Para n�s � mais f�cil, mais simples e mais vantajoso porque temos um ativo ambiental", disse ele, ao mencionar a import�ncia de discutir sobre o carbono no Congresso. "J� acompanhamos an�ncios de reestrutura��o do plano europeu de carbono, do americano, chin�s e japon�s. N�o � um ou outro pa�s se preparando, mas sim um movimento das principais economias do mundo."
O Congresso vai abordar justamente esse assunto: o desenvolvimento do mercado do carbono verde no Pa�s e como a atua��o da cadeia do agroneg�cio � fundamental para contribuir com essa transi��o para uma economia mais limpa.
Em rela��o aos investimentos do agroneg�cio brasileiro, Brito comentou que o Plano Safra 2021/22 "atendeu o que podia atender, diante de todas as dificuldades do ano". E disse que a tend�ncia � que o governo dite as tend�ncias, mas utilize os recursos cada vez mais para incentivar pequenos e m�dios produtores, enquanto o setor privado deve ampliar os 75% atuais que representa no financiamento do setor atualmente.
O diretor de Produtos de Balc�o e Novos Neg�cios da B3, F�bio Zenaro, que tamb�m participou da coletiva, destacou que as preocupa��es com os crit�rios de sustentabilidade e governan�a, ou ESG, garantem maior transpar�ncia ao investidor, e "n�o s�o apenas modinha". Segundo ele, o comprometimento das empresas com essas quest�es permite uma avalia��o mais certeira do risco e do retorno para quem investe. "Al�m disso, investidores t�m tomado decis�es pelo prop�sito, n�o mais apenas pela remunera��o."
A bolsa brasileira j� soma cerca de 45 instrumentos financeiros com a tem�tica ESG: 24 deb�ntures, 15 Certificados de Receb�veis do Agroneg�cio (CRA), dois Certificados de Receb�veis Imobili�rios (CRI), al�m de quatro cotas de fundos fechados e alguns ETFs, de acordo com o executivo. Parte desses t�tulos est� ligada a metas espec�ficas estabelecidas pelas empresas, as quais precisam pagar uma taxa em caso de n�o cumprimento.
Na avalia��o de Zenaro, os CRAs v�m registrando um aumento relevante nas aplica��es, com os estoques tendo passado de R$ 43 bilh�es no ano passado para aproximadamente R$ 55 bilh�es em junho deste ano. "� um produto cada vez mais usado no agro para capta��o de recursos. Investidores aceitam uma remunera��o menor do que em investimentos mais tradicionais em prol da isen��o tribut�ria, uma tend�ncia que deve continuar", disse no evento.
ECONOMIA