Os financiamentos imobili�rios para a compra e a constru��o de moradias no Pa�s totalizaram R$ 97 bilh�es no primeiro semestre de 2021, o que representa uma alta de 124% em rela��o ao mesmo per�odo de 2020. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 22 pela presidente da Associa��o Brasileira das Entidades de Cr�dito Imobili�rio e Poupan�a (Abecip), Cristine Portella, durante entrevista coletiva � imprensa. O levantamento considera apenas os empr�stimos cujos recursos tiveram origem nas cadernetas de poupan�a - maior fonte de funding do setor. N�o entram a�, por exemplo, o cr�dito com origem no FGTS, segunda maior fonte.
De acordo com a Abecip, os financiamentos para aquisi��o de im�veis, concedidos para pessoas f�sicas, atingiram R$ 79,7 bilh�es no semestre, alta de 133%. As transa��es com im�veis novos subiram 136%, para R$ 55,0 bilh�es; enquanto com usados subiu 128%, para R$ 24,7 bilh�es.
Por sua vez, o cr�dito imobili�rio para as construtoras erguerem seus empreendimentos chegou a R$ 17,4 bilh�es no semestre, avan�o de 89%. A inadimpl�ncia da carteira consolidada subiu de 1,6% no fim de 2020 para 1,8% em junho de 2021.
A Abecip informou ainda que o cr�dito pessoal em que o im�vel � dado como garantia - o chamado home equity - alcan�ou R$ 1,8 bilh�o no semestre, alta de 47%.
Consolidado do mercado
Os financiamentos com recursos do FGTS chegaram a R$ 24,6 bilh�es no primeiro semestre deste ano, uma queda de 8% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Essa categoria atende ao mercado imobili�rio de menor renda, especialmente dentro do programa Casa Verde e Amarela. J� financiamento com dinheiro das cadernetas atende os setores de m�dio e alto padr�o.
Considerando as duas categorias (SBPE e FGTS) o mercado registrou um total de R$ 121,7 bilh�es em concess�es de cr�dito no semestre, aumento de 73%.
O cr�dito imobili�rio com recursos da poupan�a deve bater recorde neste ano, chegando a R$ 195 bilh�es, projetou Cristiane Portella. Se confirmado, o resultado representar� um crescimento expressivo de 57% em rela��o a 2020, quando foram liberados R$ 124 bilh�es em empr�stimos. O montante tamb�m ser� bem maior do que nos anos anteriores: foram R$ 79 bilh�es em 2019, R$ 57 bilh�es em 2018 e R$ 43 bilh�es em 2017.
"A carteira de cr�dito imobili�rio no Brasil representa apenas 9,8% do PIB. Em outros pa�ses, como o Chile, isso passa de 20%. Isso mostra que temos um potencial muito grande de crescimento", afirmou a presidente da Abecip.
As taxas de juros abaixo da m�dia hist�rica e a maior valoriza��o das moradias em meio � pandemia t�m ajudado a manter o mercado aquecido, apesar da crise econ�mica. Cristiane Portella destacou que o crescimento na concess�o de cr�dito tem sido visto em todas as regi�es do Pa�s.
A presidente da Abecip apontou tamb�m que h� um movimento de recupera��o da economia brasileira. A entidade trabalha com uma previs�o de crescimento do PIB de 5,3% para o acumulado de 2021. "H� uma recupera��o em andamento, mas nada excepcional".
Ela citou ainda dados setoriais que apontam crescimento dos lan�amentos de im�veis, al�m da perspectiva de crescimento do PIB da constru��o em torno de 2,5% neste ano.
A Abecip espera ainda que o desemprego recue dos atuais 14,7% para 13,7% no fim do ano, o que ajudar� a refor�ar a demanda. A proje��o para a Selic � de 6,75%, em linha com o Boletim Focus. J� a curva futura de juros para 10 anos est� em 9% ao ano, ante 6,6% 12 meses atr�s. O risco-pa�s previsto para o fim de 2021 est� em 275 pontos (tomando como base o Emerging Markets Bonds Index, EMBI).
Juros
As taxas de juros do cr�dito imobili�rio tendem a subir neste semestre, influenciadas pela eleva��o da taxa de juros b�sica da economia (Selic), avaliou Cristiane Portella. "Devemos verificar ajustes para cima nas taxas de juros neste segundo semestre", disse. "� natural � que tenhamos, sim, um reajuste de taxa", completou.
A proje��o da Abecip para a Selic no fim de 2021 � de 6,75%, em linha com o Boletim Focus. H�, entretanto, institui��es financeiras que j� preveem Selic acima dos 7% at� o fim do ano, por conta do n�vel alto da infla��o.
Cristiane Portella ponderou que a eleva��o esperada da taxa de juros do cr�dito deve ser numa magnitude inferior ao do avan�o da Selic. Na sua avalia��o, o mercado imobili�rio vive um bom momento, com n�vel alto de vendas e bastante competi��o entre os bancos. "As institui��es est�o vendo valor no relacionamento de longo prazo com consumidor", observou.
A presidente da Abecip afirmou que n�o espera um esfriamento do mercado no curto prazo, dado que a taxa do cr�dito seguir� "atrativa" em compara��o com n�veis hist�ricos.
Ela destacou ainda que o mercado contou com o lan�amento de novas modalidades de cr�dito nos �ltimos anos, com taxas pr�-fixadas, e outras reajustadas por IPCA e Poupan�a. "O que se lan�ou est� em fase de consolida��o e melhor entendimento pelos consumidores.
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