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Estado de Minas ECONOMIA

'Equidade racial se tornou prioridade dentro da Vivo�


25/07/2021 07:30

A agenda ESG - que concentra a��es ambientais, sociais e de governan�a - � extensa, mas, na Telef�nica/Vivo, l�der de setor no Pa�s, h� uma prioridade clara no momento: a equidade racial. Para Christian Gebara, presidente da gigante das telecomunica��es do Brasil, j� passou da hora de se fazer essa repara��o hist�rica: "N�o � algo de um dia para o outro, mas � uma jornada em que entramos de cabe�a".

Para isso, � preciso estabelecer metas, diz o executivo, tanto na porta de entrada quanto nas posi��es de lideran�a. O pr�ximo programa de est�gio da companhia, em setembro, estabeleceu que metade das 750 vagas dever� ser ocupada por negros. E a meta � ter 30% de negros na lideran�a at� 2024, ante os atuais 19,5%. "Somos uma empresa que fala muito para fora (sobre diversidade) e temos de transmitir isso para que as pessoas acreditem que estamos investindo nessa pauta", disse o executivo ao Estad�o. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.

A tem�tica ESG � muito abrangente. Dentro desse assunto, qual � hoje a prioridade da Vivo?

As quest�es ambiental e de diversidade est�o na lista priorit�ria. � uma necessidade dos nossos clientes, da sociedade e uma demanda dos nossos colaboradores. N�o consigo, por exemplo, ver a cultura de uma empresa como inovadora se n�o incluirmos diversidade como algo inerente ao dia a dia de trabalho. A diversidade traz mais inova��o e colabora��o. N�o atuo em um �nico segmento de cliente, em apenas uma regi�o do Brasil. A Vivo � democr�tica, tem desde cliente que consome R$ 10 por m�s at� as maiores empresas do Brasil. Estamos em todas as cidades do Pa�s e, se voc� n�o representa nem dentro da sua pr�pria empresa o que � a sociedade brasileira, n�o consegue capturar o Brasil nos produtos. A diversidade � pilar da companhia. No tema ra�a, � uma repara��o de um desequil�brio estrutural. Acreditamos que temos de fazer nossa parte nessa repara��o. N�o � algo de um dia para o outro, mas � uma jornada em que entramos de cabe�a.

Como s�o essas cotas?

No nosso programa de trainee, colocamos uma cota de 30% para negros e acabamos contratando 43%. Agora, no programa de estagi�rios, vamos ter 750 vagas, a partir de setembro. E colocamos a meta de contratar 50% de negros. Tiramos a necessidade de ingl�s como pr�-requisito e vamos ajudar quem chega a ter essa forma��o. E nos conectamos com v�rias institui��es que nos ajudam nessas contrata��es. Nossa meta � que nossa empresa tenha 30% de negros em 2024, hoje s�o 28,5%. Levaremos a mesma meta para a lideran�a, queremos ter 30% - hoje estamos em 19,5%. Em todas as vagas de coordena��o � preciso ter ao menos um negro como finalista. Somos uma empresa que fala muito para fora (sobre diversidade) e temos de transmitir isso para que as pessoas acreditem que estamos investindo nessa pauta.

As medidas relativas � pauta ESG s�o percebidas pelos consumidores?

Internamente eu preciso mostrar para os meus colaboradores que acredito nisso. Reduzimos muito, por exemplo, o consumo de pl�stico. As pessoas veem a Vivo como uma empresa que fornece internet, que chega pelo smartphone ou computador. Mas criamos um movimento de reciclagem, que n�o tem a ver com nosso servi�o. Abrimos todas nossas lojas e pontos de coleta para reciclar eletr�nicos que as pessoas n�o usam mais. N�o somos n�s que fabricamos, mas achamos que era o momento de o consumidor associar que essa empresa � "eco-friendly", ela est� preocupada com o meio ambiente. E isso � verdadeiro e acredito que o consumidor vai exigir da empresa.

Houve um recente caso de racismo em uma loja da Vivo, na qual um funcion�rio foi ofendido. Como foi lidar com isso?

Soubemos de um caso com um funcion�rio com dez anos na Vivo em uma loja em Niter�i. Era um cliente desequilibrado. O funcion�rio ficou abalado com o acontecido, foi algo que sensibilizou a todos. � inaceit�vel. A pol�cia foi chamada, o cliente foi preso, mas solto depois de pagar a fian�a.

Como a empresa est� trabalhando a quest�o ambiental e a de energia renov�vel?

Em rela��o ao meio ambiente, n�o somos uma ind�stria, mas somos uma empresa emissora de CO2, com ve�culos que trabalham para a Vivo e os ares-condicionados das centrais. E nos sentimos na obriga��o e na responsabilidade de compensar essas emiss�es e reduzi-las. Somos uma empresa carbono neutro porque reduzimos a emiss�o ou compensamos, por meio de cr�ditos. E temos um projeto bem grande no caminho de concretizar o uso de energia limpa. At� o pr�ximo ano vamos criar mais 70 plantas de energia limpa, entre biog�s, h�drica e solar. O projeto como um todo vai abastecer 28 mil unidades da empresa, centrais telef�nicas, todas nossas lojas e todos os pr�dios administrativos. � um movimento importante nosso. Se hoje somos carbono neutro, queremos ir mais longe e temos o objetivo de conseguir ser carbono zero at� 2025. E temos uma outra meta, muito mais ambiciosa, que � em 2040 ser carbono zero em toda a nossa cadeia de valor, que ser� o grande desafio.

A Vivo � uma empresa com uma ampla cadeia de fornecedores. Como incentivar que todos sigam esse caminho?

Vira um crit�rio de sele��o de fornecedor e passa a ser uma exig�ncia. E os requerimentos que voc� vai ter para cada fornecedor ser�o diferentes. Estamos hoje avaliando o grau de maturidade de cada um deles, e haver� um plano de a��o para cada um, dependendo da natureza do neg�cio. E hoje existe, no geral, um maior grau de consci�ncia por parte deles.

Como se diferenciar de empresas que usam o ESG apenas como marketing?

Temos uma atua��o nacional em um pa�s continental como o Brasil. Somos uma empresa que fala em digitalizar para aproximar. N�o falar de ESG, por mais que possa parecer que estamos falando das mesmas coisas que outras empresas, seria uma falta de responsabilidade do nosso lado. E, talvez, n�o fal�vamos muito do que sempre fizemos porque o interesse fosse menor. Por exemplo: a Funda��o Telef�nica Vivo � uma das funda��es mais atuantes no Brasil. Temos um or�amento anual de R$ 60 milh�es dedicados � educa��o em que atuamos no Brasil inteiro, al�m de um dos maiores programas de voluntariado do Pa�s. Agora, como existe mais interesse, temos falado de maneira mais forte. � claro que tem algumas tend�ncias nessa sigla ESG que foram cada vez mais relevantes para a sociedade em geral nos �ltimos anos, e temos atuado de acordo com essa relev�ncia.

Uma pesquisa recente, publicada pelo �Estad�o�, mostra que presidentes de empresas brasileiras estariam menos animados com a agenda ESG do que os de outros pa�ses. Uma das explica��es era que o ambiente no Brasil � mais dif�cil, com o governo indo na dire��o contr�ria nessas quest�es. Como o sr. v� esse tema?

Nosso programa e nossa atua��o s�o independentes. A meta para a quest�o ambiental est� desenhada h� mais de dois anos, e vamos atr�s desse plano. Temos autonomia, e o tema diversidade � algo em que acreditamos. Com um entorno polarizado, podem ocorrer cr�ticas, e estamos abertos a elas. A polariza��o acaba gerando cr�ticas mais duras.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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