Na manh� desta ter�a-feira, 27, o movimento de tratores com pulverizador acoplado era intenso nas lavouras de caf� na regi�o de Piraju, no interior de S�o Paulo. Com medo da nova grande geada que deve atingir a regi�o nas pr�ximas horas, os cafeicultores aplicavam nitrato de pot�ssio e amino�cido para aumentar a resist�ncia das plantas ao frio intenso. "O pot�ssio reduz o ponto de congelamento da seiva do cafeeiro, que fica mais resistente aos efeitos da geada", explicou o engenheiro agr�nomo e consultor Marcus Dell Agnolo.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prev� uma onda de frio entre hoje e domingo nas Regi�es Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste. Com o deslocamento da frente fria, pode haver chuva, vento e forma��o de geada. As regi�es cafeeiras do Paran� podem ser atingidas pela friagem entre a noite desta quarta-feira e a manh� de quinta-feira. Lavouras da Alta Mogiana, em S�o Paulo, e do sul de Minas Gerais estar�o sujeitas ao fen�meno entre a tarde de quinta-feira e a manh� de sexta-feira, quando as temperaturas m�nimas podem chegar a dois graus negativos.
O servi�o de monitoramento de geadas do Minist�rio da Agricultura aponta risco alto no sul e sudoeste do Paran�, com menor intensidade na regi�o noroeste do Estado, al�m do sul de Mato Grosso do Sul. Na madrugada de sexta-feira, a previs�o de geada se estende a todo o estado de S�o Paulo; ao sul, oeste, Tri�ngulo Mineiro e Alto Parana�ba, em Minas Gerais, podendo atingir de forma mais isolada o sul de Goi�s. A geada se amplia tamb�m no Mato Grosso do Sul.
Plantas fragilizadas
A nova onda de frio vai pegar as plantas j� fragilizadas pela forte geada do �ltimo dia 20. Os cafeicultores se viram como podem na tentativa de reduzir o potencial dos estragos. O agricultor Fernando Lopes, de Mandaguari, no norte central do Paran�, j� retomou o enterramento de 50 mil p�s de caf� ainda pequenos para proteg�-los da geada. Os cafeeiros s�o enterrados um por um, trabalho que demanda o esfor�o de homens e tratores durante pelo menos tr�s dias.
A m�quina encosta a terra nas linhas do cafezal e os homens, com enxadas, cobrem a planta com terra. "As mudas novas, com menos de seis meses, t�m o caule flex�vel que se dobra sob a terra. Quando a gente desenterra, a planta recupera o formato original", contou. Lopes j� fez o chamado "enterrio" antes da geada do dia 20 e salvou as plantas, que t�m custo estimado em R$ 8 cada uma. "Compensa cobrir. J� para os cafezais mais velhos, s� mesmo ora��o e f� para nos ajudar."
Na regi�o de Piraju, o cafeicultor Claudio Dell Agnolo, pai do agr�nomo Marcos, conclu�a ontem a pulveriza��o de 90 hectares de cafezal - cerca de 270 mil plantas. A t�cnica j� deu resultado na �ltima geada. Marcos deu a f�rmula da preven��o: aplicar na planta toda solu��o de nitrato de pot�ssio a 2%, mais amino�cido. "� como a vacina contra a covid-19 que, se n�o impede totalmente a doen�a, pelo menos evita a hospitaliza��o. No caso do caf�, evita a perda da planta."
Na regi�o de Piraju, o cafeicultor Claudio Dell Agnolo, pai do agr�nomo Marcos, conclu�a nesta ter�a a pulveriza��o de 90 hectares de cafezal - cerca de 270 mil plantas. A t�cnica j� deu resultado na �ltima geada, quando apenas os cafezais das baixadas foram atingidos, mas de forma leve. Marcos deu a f�rmula da preven��o: aplicar na planta toda solu��o de nitrato de pot�ssio a 2%, mais amino�cido. "� como a vacina contra a covid-19 que, se n�o impede totalmente a doen�a, pelo menos evita a hospitaliza��o. No caso do caf�, evita a perda da planta."
Segundo o pesquisador Vin�cius Andrade, do Cons�rcio de Pesquisa Caf� da Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais, a cafeicultura � uma ind�stria a c�u aberto e o produtor precisa avaliar os riscos dos eventos clim�ticos, como a geada, que ocorre com determinada frequ�ncia. Uma geada sever�ssima, como a de 1994, acontece a cada 30 anos. J� uma severa, que causa danos parciais ou totais, pode se repetir a cada seis anos. "O produtor deve se perguntar e consultar seus t�cnicos sobre o grau de risco que sua lavoura tem de ser afetada pela geada e pelo frio para tomar decis�es." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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