Perto de fechar um ciclo de seis anos � frente do Santander Brasil, o executivo Sergio Rial v� como desafios de seu sucessor o refor�o da atua��o do banco como "incubadora" de novos neg�cios e o cumprimento de uma promessa antiga da institui��o: ampliar os servi�os para pequenas e m�dias empresas. A sa�da de Rial, que completou 61 anos ontem, ser� efetivada no fim deste ano e foi anunciada na ter�a-feira. O an�ncio da sa�da do executivo coincidiu com um lucro recorde da institui��o no Pa�s.
No segundo trimestre de 2021, o banco teve um lucro de R$ 4,17 bilh�es, uma expans�o de 95,3% sobre o resultado de um ano atr�s. O retorno sobre o patrim�nio l�quido (ROE, na sigla em ingl�s) ficou em 21,6%, praticamente est�vel em rela��o ao ano anterior.
O banco espanhol - que arrecada a maior parte de seus ganhos no Pa�s - tamb�m teve um crescimento relevante, de mais de dois d�gitos, na carteira de cr�dito, com retra��o das despesas para eventuais calotes. A a��o do banco subiu mais de 1% ontem, na B3, a Bolsa brasileira, fechando a R$ 41,63.
Em rela��o � sua sa�da da presid�ncia do banco, rumo ao conselho de administra��o da institui��o, Rial afirmou que uma troca de comando deve ser bem planejada. "Nunca deve se fazer uma sucess�o quando precisa. Exatamente por n�o precisar � o momento correto de se planejar a sucess�o", disse ele, a jornalistas.
Para o lugar de Rial, depois de um processo de escolha que durou em torno de dois anos, e que avaliou nomes internos e do mercado. O escolhido foi Mario Le�o, vice-presidente executivo do banco respons�vel pela �rea corporativa, que atende a grandes empresas. No Santander Brasil desde 2015, vindo do Morgan Stanley, mas com passagens ainda pelo Goldman Sachs e Citi, o futuro presidente n�o � t�o conhecido por analistas de mercado.
O executivo preenche, contudo, lacunas admitidas por Rial. "O Santander precisa acelerar no atacado e junto a pequenas e m�dias empresas. � a pr�xima fronteira deles no Brasil", disse um especialista de um banco estrangeiro, na condi��o de anonimato.
Oportunidades
Apesar de sair de cena no melhor momento do banco no Pa�s, o executivo v� o Santander Brasil "em boas m�os" e com oportunidades de crescimento. Como exemplo, citou a cria��o de novos neg�cios que podem ser at� maiores que a pr�pria institui��o, como a Getnet, de maquininhas. Terceira for�a do setor, com 15,5% do mercado brasileiro de meios de pagamento, agora empreende uma estrat�gia de crescimento no exterior, objetivo que deve incluir o desembarque em nada menos do que 30 pa�ses do continente.
Le�o, por�m, n�o participou da coletiva de resultados. At� porque tudo permanece igual no Santander Brasil at� o fim do ano. Isso significa dizer que Rial segue com os holofotes voltados para si. Ao comentar sobre o sucessor, que assume o bast�o em janeiro de 2022, afirmou que a gest�o seguinte ser� de continuidade e sem "zigue-zague" em termos de estrat�gia.
O su��o Credit Suisse n�o v� atropelos na troca de comando do Santander Brasil, mas diz que Rial far� falta. "Esperamos uma transi��o suave, considerando o tempo de espera antes da mudan�a e o fato de que Rial ocupar� o cargo de presidente do Conselho de Administra��o do Santander Brasil", disseram os analistas do Credit, Marcelo Telles, Alonso Garcia e Norman Amador.
Novos rumos
O fato de Rial assumir a principal cadeira do conselho no Pa�s deu g�s a coment�rios de que ele pode al�ar uma carreira global no Santander - onde chegou ao banco pelas m�os da presidente Ana Bot�n. "Ainda acreditamos que a remodela��o abre caminho para que Rial assuma novas responsabilidades no Grupo Santander na Espanha", sugerem J�rg Friedemann e Gabriel D. N�brega, do Citi.
Ontem, no entanto, o executivo negou a possibilidade: "� razo�vel que pessoas especulem por conta da minha vitalidade e o que eu fiz na equipe e pelo fato de que vou permanecer no grupo, mas n�o h� nada disso."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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