A gera��o insuficiente de empregos mant�m o desemprego em n�veis recordes quando se considera o mercado de trabalho como um todo, incluindo a economia informal, mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Al�m disso, o total de ocupados aponta para o corte de 7,7 milh�es de vagas na compara��o com o quadro anterior � pandemia. Na virada de 2019 para 2020, o total de ocupados oscilava entre 94 milh�es e 94,5 milh�es. Agora, s�o 86,7 milh�es.
Conforme o IBGE, a taxa de desocupa��o de 14,6% no trimestre m�vel at� maio, com 14,795 milh�es de desempregados, nas m�ximas hist�ricas, sobe para 29,3%, incluindo desalentados (que simplesmente desistiram de procurar emprego) e subocupados (que trabalham menos do que gostariam). Est� faltando trabalho para 32,946 milh�es no Pa�s, o equivalente �s popula��es de Angola ou da Mal�sia.
O desemprego se manteve em n�veis recordes porque mais pessoas est�o em busca de uma ocupa��o. Um ano atr�s, a taxa de desemprego estava em 12,9%. Segundo Adriana Beringuy, analista da Coordena��o de Trabalho e Rendimento do IBGE, a alta se deve a uma particularidade da crise da covid-19.
Em um primeiro momento da pandemia, trabalhadores que perderam seus empregos, formais ou informais, ficaram em casa, sem procurar trabalho, por causa das restri��es ao contato social. Pelas metodologias internacionais seguidas pelo IBGE, s� � considerado desempregado quem busca emprego. "Muitas pessoas, embora n�o estivessem trabalhando, n�o estavam procurando", afirmou Adriana.
A flexibiliza��o das medidas de restri��o e a necessidade de buscar renda levaram os trabalhadores a voltar ao mercado, buscando emprego ativamente. Ou seja, o desemprego n�o est� nas m�ximas hist�ricas por causa de mais demiss�es. Pelo contr�rio, a evolu��o da popula��o ocupada aponta para a cria��o de 840 mil vagas, entre formais e informais em um ano.
Cen�rio
A expectativa de economistas � que o desemprego recue no segundo semestre, com o avan�o da vacina��o favorecendo a retomada da atividade econ�mica, mas o Pa�s ainda deve conviver com n�veis de desocupa��o altos por bastante tempo.
"� medida que a economia vai retomando, a demanda por emprego aumenta, mas a volta da atividade econ�mica tamb�m gera um aumento da demanda por parte dos trabalhadores. Tem um per�odo no qual a taxa vai ficar basicamente parada e, daqui a pouco, ela come�a a cair", disse Jos� M�rcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, prevendo a queda da taxa de desemprego a um n�vel entre 12,5% e 13% no fim de 2021.
Em nota, o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, previu que a popula��o ocupada s� dever� retornar ao n�vel pr�-pandemia no terceiro trimestre de 2022.
Daniel Xavier, economista s�nior do banco ABC Brasil, tamb�m v� a redu��o do desemprego como um movimento gradual. Para o ano que vem, por exemplo, ele estima uma taxa de desocupa��o de 12,5% no �ltimo trimestre e m�dia do ano em torno de 13%.
A economista Lisandra Barbero, do Banco Original, espera taxa de desemprego m�dia de 14,0% em 2022. Ela est� mais pessimista porque o avan�o da vacina��o e a reabertura da economia podem levar o crescimento do n�mero de trabalhadores em busca de emprego a um ritmo superior ao da gera��o de vagas.
Para Lisandra, em parte os movimentos no mercado de trabalho s�o graduais por causa de particularidades pr�prias do Brasil. A economista lembra que a taxa de desemprego est� em dois d�gitos desde 2014. "Uma das justificativas � que contratar e demitir no Brasil � um processo muito caro, demorado. Precisa de muita confian�a para decidir", disse. (Colaboraram Guilherme Bianchini e C�cero Cotrim)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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