(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Bolsonaro aposta em 'pacote de bondades' para se cacifar � reelei��o


02/08/2021 17:06

A economia � hoje a principal trincheira e �ltima linha de defesa do presidente Jair Bolsonaro para tentar garantir sua reelei��o em 2022. Com apoio do Centr�o, o presidente vem montando um card�pio de medidas econ�micas para evitar maior perda de popularidade, na esteira das revela��es feitas pela CPI da covid-19, e chegar competitivo ao pleito do pr�ximo ano.

Especialistas ouvidos pelo Estad�o apontam que a inc�gnita � saber se o presidente e os pol�ticos aliados do Centr�o conseguir�o arremeter a tempo o "avi�o da economia" para que os efeitos da retomada atual, at� agora muito desiguais, cheguem at� a maior parte da popula��o.

No card�pio de "bondades", est�o a eleva��o para R$ 300 (ou mesmo um valor acima) do benef�cio m�dio do Bolsa Fam�lia (que hoje � de R$ 190); o pacot�o do emprego com um b�nus de R$ 550 para a qualifica��o de jovens e informais; aumento da faixa de isen��o e corre��o da tabela do Imposto de Renda da Pessoa F�sica (IRPF) e desonera��o forte do imposto pago pelas empresas; novas medidas de desonera��o do diesel; reajuste dos sal�rios dos servidores; e ainda um novo programa de refinanciamento de d�vidas tribut�rias.

Todas essas medidas estar�o combinadas com um Or�amento irrigado de emendas parlamentares para aliados, fundo eleitoral mais gordo, folga maior no teto de gastos (regra da Constitui��o que fixa um limite anual para os gastos) e medidas que v�o colocar dinheiro extra no caixa no ano que vem, como leil�es de concess�es j� programados.

Um ponto de inflex�o ser� a divulga��o do relat�rio da CPI da Covid, prorrogada por mais 90 dias e que pode dar combust�vel a um quadro mais turbulento. "� justamente o momento em que o governo estar� negociando a vota��o do Or�amento e o Bolsa Fam�lia", chama a aten��o Rafael Cortez, cientista pol�tico e s�cio da Tend�ncias Consultoria. Na sua avalia��o, a economia deve, ao menos, ajudar a fazer o movimento de estancar a perda de popularidade - "que j� � muito relevante". Para Cortez, olhando para o quadro eleitoral, o governo Bolsonaro ainda � muito competitivo e, em parte, isso tem como explica��o a economia.

Os economistas apontam que o ganho do cen�rio econ�mico, por si s�, ainda n�o � capaz de reverter o processo de aumento de rejei��o e nem o refor�o do Bolsa Fam�lia seria uma "bala de prata" capaz de levar o presidente ao segundo turno com chances de vit�ria. Estudos sobre impacto de programas de transfer�ncia de renda na elei��o mostram que n�o � trivial limitar a faixa de quem ganha e de quem perde. Al�m disso, o aux�lio emergencial inicial de R$ 600 colocou o sarrafo l� em cima. Com a diminui��o do valor para R$ 250, em m�dia, o benef�cio perdeu o poder de prote��o da popularidade que tinha em 2020.

Se a chave do cofre e o comando da agenda do Congresso pelo Centr�o favorecem a estrat�gia econ�mica pr�-elei��o, a acelera��o da infla��o, o desemprego e o risco de racionamento de energia em 2022 jogam contra ela. N�o por acaso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, est� tentando implementar um programa de emprego robusto, com recursos de fora do Or�amento, vindos do Sistema S, e vem abandonado os pilares da sua pol�tica liberal para atender os pedidos de Bolsonaro e do Centr�o.

"Uma das vari�veis mais importantes para a popularidade � o emprego, e esse ainda vai reagir. Parece que ainda tem muita �gua para rolar embaixo da ponte, principalmente quando a economia reabrir mesmo e o emprego come�ar a andar", avalia Caio Megale, economista-chefe da XP. Segundo ele, o foco no programa de qualifica��o da m�o de obra � fundamental para o governo.

Respons�vel pelas pesquisas de avalia��o de popularidade na XP, Victor Scalet diz que o modelo de aprova��o presidencial usado pela companhia, que cont�m dados desde 1996, indica que a avalia��o do presidente deveria subir para cerca de 40 a 45 pontos de aprova��o no per�odo eleitoral de 2022. Mas houve uma quebra da correla��o que existia antes entre a melhora da pandemia e a avalia��o do presidente. "A correla��o, que vinha muito forte desde o come�o da pandemia, quebrou porque a avalia��o negativa dele continua subindo." A CPI da pandemia acabou "fazendo pre�o", no jarg�o do mercado.

Na corrida eleitoral, outro fator que pode jogar contra ou a favor � que as elei��es est�o sendo decididas, cada vez mais, perto do dia do pleito. "Vamos percorrer uma eternidade at� iniciar a disputa eleitoral de 2022. Um tempo longo como esse dificulta qualquer tipo de previs�o a priori", diz o ex-governador do Esp�rito Santo Paulo Hartung. Segundo ele, na sa�da de uma crise da envergadura da pandemia, o quadro � muito mais complexo. "A dita polariza��o atual pode derreter o processo e melhorias econ�micas, se n�o chegaram � popula��o, n�o t�m impacto na decis�o eleitoral."

O que est� em estudo

- Novo Bolsa Fam�lia: Benef�cio m�dio de R$ 300 ou at� com valor maior.

- Pacote para o emprego: Qualifica��o e contra��o de jovens e informais, incluindo pagamento de b�nus.

- Vale-g�s: Botij�o de g�s a cada 60 dias bancado com recursos da Petrobr�s.

- Desonera��o do IR: Aumento da faixa de isen��o de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil e corre��o da tabela do IR. Cerca de 5,6 milh�es de brasileiros devem ficar isentos. Redu��o da al�quota do IR de empresas

Obst�culos

- Alta de pre�os, com acelera��o da infla��o.

- Tarifa de energia mais alta.

- Risco de racionamento.

- Desemprego recorde.

- Juros em eleva��o.

- Risco de nova onda da covid-19, com cepa mais contagiosa.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)