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Estado de Minas ECONOMIA

Com infla��o em alta, Banco Central deve acelerar alta de juros


03/08/2021 15:58

Com a infla��o projetada caminhando para o dobro da meta perseguida pelo governo em 2021, o Banco Central deve acelerar a alta de juros nesta quarta-feira, 4. A expectativa do mercado financeiro � de que, ap�s ter elevado a Selic (a taxa b�sica de juros) em 0,75 ponto porcentual por tr�s reuni�es consecutivas neste ano, o BC desta vez promova um aumento de 1,00 ponto porcentual. Se isso ocorrer, a Selic atingir� os 5,25% ao ano, o maior n�vel desde outubro de 2019.

Os aumentos sucessivos da Selic s�o uma tentativa do BC de segurar a infla��o no Brasil. A escalada dos pre�os de alimentos, combust�veis e energia el�trica fez com que os economistas do mercado financeiro j� projetem infla��o de 6,79% para 2021, conforme o Relat�rio de Mercado Focus. O documento � uma compila��o feita pelo BC das proje��es do mercado para os principais indicadores da economia.

O problema � que este �ndice de 6,79% est� bem acima da meta de infla��o, de 3,75% para o ano. Como possui uma margem de toler�ncia de 1,5 ponto porcentual, o BC poderia, em tese, deixar a infla��o ir at� 5,25% este ano - mas as proje��es do mercado sugerem que a batalha est� perdida.

Para piorar, os economistas projetam infla��o de 3,81% para o pr�ximo ano, sendo que a meta � de 3,50%. Como a margem do BC tamb�m � de 1,5 ponto porcentual, a alta de pre�os poderia chegar at� 5,00% em 2022. S� que os �ndices projetados est�o, gradativamente, se distanciando da meta estabelecida. Se a press�o de pre�os continuar, o BC descumprir� a meta tamb�m no pr�ximo ano.

Desde o segundo semestre de 2020, os pre�os de commodities internacionais, como soja e milho, tem aumentado, o que impacta o custo de alimentos tamb�m no Brasil. Al�m disso, combust�veis e g�s de cozinha t�m pressionado o or�amento das fam�lias, assim como o custo da energia el�trica. Mais recentemente, a geada em algumas regi�es do Pa�s prejudicou a produ��o de alimentos, com impactos nos pre�os ao consumidor final.

Neste cen�rio, restou ao BC iniciar em mar�o deste ano o processo de alta da Selic, para que a infla��o n�o dispare em 2022. O ano de 2021 j� � considerado perdido para o cumprimento da meta.

Como os n�meros de infla��o n�o param de piorar, a maior parte dos economistas do mercado espera que o BC intensifique os esfor�os para conter os pre�os. De um total de 51 institui��es consultadas pelo Proje��es Broadcast, 44 esperam pela eleva��o da Selic em 1,00 ponto nesta quarta-feira, para 5,25% ao ano. Apenas sete casas aguardam aumento de 0,75 ponto porcentual, com a Selic chegando a 5,00%. Para o fim de 2021, a mediana das proje��es indica uma Selic a 7,0%.

Risco fiscal

Al�m de ter que lidar com a alta de pre�os em v�rios setores, o BC precisar� ponderar amanh� o tamanho do risco fiscal para a infla��o futura. Com dificuldades para fechar as contas nos �ltimos anos, o governo viu o risco subir desde o in�cio da pandemia do novo coronav�rus, em fun��o das despesas para sustentar programas emergenciais e gastos n�o previstos.

Economistas de dentro e fora do governo sempre lembram que o equil�brio fiscal � pr�-requisito para o controle da infla��o e o crescimento sustent�vel da economia. Se o governo gastar demais, a tarefa do BC de segurar a infla��o via juros torna-se ainda mais dif�cil.

Nos �ltimos dias, este equil�brio foi novamente colocado em xeque, ap�s o governo disparar o alarme em torno do pagamento de precat�rios previsto para 2022.

Como informou o Broadcast no dia 30, o governo Bolsonaro discute mudan�as nas regras de pagamento de precat�rios - os valores devidos a empresas e pessoas f�sicas ap�s senten�a definitiva da Justi�a. O valor das senten�as para 2022 � calculado em R$ 90 bilh�es, acima dos R$ 54,75 bilh�es previstos no Or�amento. Em sua proposta, o governo estuda pagar � vista precat�rios de at� R$ 66 mil e parcelar o restante. As mudan�as, no entanto, dependem da aprova��o pelo Congresso de uma Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC).


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