Ra�zen, sociedade entre Cosan e Shell, levanta R$ 6,9 bi e faz maior IPO do ano

A Ra�zen, sociedade entre Cosan e Shell, fechou a maior abertura de capital at� o momento no ano. Superando o mercado vol�til e ganhando for�a com o discurso de transi��o energ�tica, a companhia atraiu grandes fundos de investimento e conseguiu colocar R$ 6,9 bilh�es no caixa, informaram fontes de mercado ao Estad�o.

A empresa far� amanh� sua estreia na Bolsa brasileira valendo R$ 76 bilh�es e j� posicionada entre as empresas mais valiosas da B3, sendo a maior do setor de energia do Brasil. O IPO faz parte dos planos da Cosan, que vale R$ 48 bilh�es na Bolsa, de listar suas subsidi�rias, de forma a destravar o valor da companhia.

A a��o da produtora de a��car e etanol e distribuidora de combust�veis foi precificada a R$ 7,40, no piso da chamada faixa indicativa de pre�o, de at� R$ 9,60. A demanda chegou a R$ 30 bilh�es, sendo R$ 14 bilh�es apenas de pessoas f�sicas, apurou a reportagem. O total de R$ 6,9 bilh�es da oferta representa o lote principal e o suplementar. O lote adicional n�o foi vendido.

A Ra�zen, com faturamento de R$ 115 bilh�es, tem seu controle dividido igualitariamente entre a Cosan e a Shell. Valendo cerca de 60% a mais do que a Cosan na Bolsa, a expectativa agora � de que os investidores enxerguem melhor o valor da empresa - o que poder� influenciar positivamente a a��o da pr�pria Cosan, que j� registra tend�ncia positiva, valorizando-se 38% neste ano.

Para conseguir lan�ar sua oferta, a empresa teve de reduzir suas ambi��es e acabou diminuindo o valor de seu IPO, que vinha sendo inicialmente posicionado em R$ 13 bilh�es.

A aposta dos investidores foi no processo de transi��o energ�tica, com o maior foco em produ��o de energia de fontes renov�veis. E a empresa deixa esse ponto bastante claro no prospecto da oferta. Destacou no documento que 80% dos recursos que entrarem no caixa ir�o para a constru��o de novas plantas para a expans�o da produ��o de produtos renov�veis e capacidade de comercializa��o. Hoje, a Cosan � a maior produtora no mundo de etanol de cana-de-a��car.

Nessa jornada para aumentar seu card�pio de produtos mais sustent�veis, o principal foco � o etanol de segunda gera��o (E2G), feito a partir da palha e do baga�o da cana - op��o capaz de aumentar a produ��o em 50% usando a mesma �rea de plantio. A demanda pelo produto tem crescido principalmente pelo vi�s da redu��o das emiss�es de gases de efeito estufa.

"Acreditamos que a companhia est� muito bem posicionada para aproveitar o crescimento do mercado de renov�veis e deve ampliar sua lideran�a mundial ao implementar projetos que trar�o melhores margens operacionais e um caminho de crescimento sustent�vel", disseram em relat�rio Felipe Ruppenthal e Lucas Chaves, da casa de an�lise Eleven.

Apesar do olhar positivo, eles destacam que um resultado nesse processo deve ser de longo prazo. Os analistas apontam que ser�o necess�rios pesados investimentos em f�bricas e uma execu��o acelerada para alcan�ar o objetivo de 20 plantas de etanol de segunda gera��o em 2032 - hoje, h� apenas uma.

Combust�veis

Em distribui��o de combust�veis, o trabalho tem sido na dire��o de se posicionar melhor no mercado, que � bastante competitivo. Conforme o �ltimo boletim da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP), a BR Distribuidora tem cerca de 23% de participa��o, seguida de perto pela Ra�zen, licenciada da marca Shell (20,5%) e pela Ipiranga (19,3%). A Cosan licenciou, em 2021, a marca Shell por mais 13 anos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.