
Vivendo momentos de aquecimento, mesmo diante dos problemas gerados pela pandemia, o mercado de carros seminovos e usados vai continuar em alta no curto e m�dio prazo no pa�s. O �ndice de confian�a do consumidor vem melhorando, a economia vem dando sinais claros de retomada, enquanto circunst�ncias particulares est�o afetando o abastecimento no segmento de ve�culos zero quil�metro.
"Vai continuar faltando carros novos no mercado. Os pre�os est�o nas alturas, h� a escassez de componentes, e os prazos pedidos para entrega est�o em at� 180 dias em alguns modelos", avalia o diretor comercial da AutoMAIA Ve�culos e diretor de marketing e planejamento da Associa��o dos Revendedores de Ve�culos de Minas Gerais (ASSOVEMG), Fl�vio Maia.
Na pauta do dia, um dos motivos de euforia para o nicho de ve�culos seminovos e usados no Brasil � a chegada por aqui da startup mexicana Kavak. Com aportes da ordem de R$ 2,5 bilh�es, a inten��o � tornar o pa�s seu principal mercado de compra e venda de carros usados at� 2022, uma estrutura que inclusive ir� superar a matriz da empresa no M�xico.
At� o ano que vem, a perspectiva � estabelecer um estoque de 100 mil unidades no Brasil. Entre os planos, tamb�m o objetivo de dobrar a equipe para mil funcion�rios at� dezembro e inaugurar um megacentro automotivo em Barueri, na Grande S�o Paulo, al�m da abertura, nos pr�ximos meses, de dezenas de pequenos centros.
No Brasil, a Kavak divide espa�o com concorrentes locais, como a Volanty, que foi recentemente comprada pela Creditas, e a argentina Karvi, que tamb�m j� receberam dezenas de milh�es de reais de investidores internacionais em capital de risco. "Tudo o que refor�a o posto ocupado pelo Brasil como o terceiro maior mercado automotivo do mundo em volume de vendas, atr�s apenas de Estados Unidos e China", compara o empres�rio, � frente de uma das revendas de ve�culos refer�ncia em Belo Horizonte. O pa�s observa a prolifera��o de empresas de base tecnol�gica para intermedia��o de compra e venda de ve�culos seminovos.
Transporte por aplicativos
Criado para ser um meio seguro e vantajoso para os deslocamentos pelas cidades, quando o transporte por aplicativo surgiu logo ganhou adeptos. Um cen�rio de maravilhas que agora parece estar perdendo completamente o sentido - o Uber est� em crise. Motoristas v�m amargando os efeitos da alta nos pre�os da gasolina, os valores mais salgados de componentes, como pneus e outras pe�as.
S�o despesas que s� aumentam, e as condi��es dos carros est�o cada dia mais prec�rias. "Isso tamb�m tem impulsionado as vendas dos seminovos e usados. As pessoas que se desfizeram do carro optando pelo transporte por aplicativo, diante dessa situa��o est�o procurando o carro pr�prio novamente. E a quest�o do compartilhamento agora est� sendo deixada de lado. A mobilidade individual est� de volta", avalia Fl�vio Maia.
O aumento tamb�m nas taxas de recolhimento da Uber est� fazendo os motoristas receberem menos, sem a compensa��o do reajuste que deveria ser feito nos pre�os das corridas. O valor mais alto do aluguel de ve�culos (grande parte dos motoristas faz essa op��o) � mais um problema - muitos precisaram devolver os carros e ficaram sem o instrumento de trabalho. "Essa � uma conta que n�o tem fechado", acrescenta Fl�vio Maia.
Balan�o
Dados da Fenauto, entidade que representa o setor de lojistas de ve�culos multimarcas no Brasil, confirmam o bom caminho que o mercado de ve�culos seminovos e usados continua trilhando no pa�s, com resultados importantes em julho. Uma performance que vem se mantendo positiva nos �ltimos meses, j� superando os balan�os de 2019, antes da pandemia.
Em julho deste ano, foram comercializados no pa�s 1.424.130 ve�culos, contra 1.336.964 em junho, aumento de 6,5%. No paralelo de julho com o mesmo m�s de 2020, o aumento de vendas foi de 24,5%. Outro �ndice a comemorar � o de vendas acumuladas em 2021. Comparando-se as vendas nos sete meses deste ano, com o mesmo per�odo de 2020, a evolu��o foi de 54,7%, em �mbito nacional.
No recorte para Minas Gerais, o n�mero de vendas de carros seminovos e usados em julho de 2021 foi de 177.075 unidades, aumento de 8,4% na compara��o com junho, quando foram registradas 163.346 unidades vendidas, e crescimento de 5,7% no paralelo com julho de 2020, quando foram computadas 167.548 unidades vendidas. Considerando o acumulado do ano no estado, at� o fim de julho foram 1.093.505 carros usados e seminovos comercializados, frente a 791.500 no acumulado de 2020, no per�odo equivalente, incremento de 38,2%.
"S�o resultados muito bons, ainda mais pensando que o pa�s continua no enfrentamento ao coronav�rus, mas n�o se pode deixar de observar que, aos poucos, a vacina��o em massa come�a a surtir efeitos positivos", avalia Fl�vio Maia.