
Desde o aumento no pre�o nas refinarias da gasolina, do diesel e do g�s de cozinha pela Petrobras, os valores cobrados nos postos de combust�veis v�m crescendo na capital mineira e cidades vizinhas.
“O questionamento � mesmo que com a redu��o do pre�o do petr�leo no mercado externo n�o vai ter quedas? A queda n�o chega para o consumidor. Esses aumentos inviabilizam principalmente os profissionais da �rea, como os motoristas de aplicativo e taxistas”, disse o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.
Nesta �ltima pesquisa, realizada em 145 estabelecimentos, entre os dias 5 a 8 de agosto, o menor pre�o encontrado da gasolina comum foi R$5,720, na Regi�o Centro, e o maior, R$6,299, na Regi�o Centro-Sul, variando 10,12%. Em cerca de um m�s, o valor m�dio do litro da gasolina comum subiu 0,59%, passando de R$5,883 para R$5,918.
J� o menor pre�o encontrado do etanol entre os postos pesquisados foi de R$4,110, na Regi�o Centro, e o maior de R$4,699, nas Regi�es Centro-Sul e Noroeste, com uma varia��o de 14,33%. Na compara��o realizada no dia 7 de julho, foi apontado que o valor m�dio do combust�vel subiu 1,86% (R$0.08), passando a custar de R$4,240 para R$4,319.
De acordo com o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, o etanol continua n�o sendo vi�vel para o bolso do consumidor quando comparamos os pre�os m�dios. Desde janeiro, seu valor aumentou 34,42%, subindo de R$3,213 para R$4,319.
“Tivemos agora a volta do aumento do pre�o do etanol, que tinha ca�do na primeira semana de julho. Hoje, essa rela��o dele com a gasolina n�o � boa, j� que corresponde a 73% do pre�o m�dio. Mas a diferen�a de pre�o � muito pequena, o consumidor tem que avaliar o que � melhor para ele”, disse.

Feliciano ressalta como essas eleva��es t�m consequ�ncias ainda maiores para os comerciantes. “Fico muito preocupado com os aumentos que ficam argumentando na fun��o do combust�vel. De uma certa forma, o combust�vel pesa muito na entrega das mercadorias. Imagina um produtor rural que precisa contratar um caminh�o e frete, que tamb�m vai aumentar. Ele tem muitas vezes que reduzir seu lucro, o que inviabiliza seu neg�cio”, disse o pesquisador.
Os efeitos da infla��o e petr�leo no pre�o dos combust�veis
Segundo o analista de economia e pol�tica Miguel Daoud, o met�do adotado pela Petrobras � um dos fatores que influenciam neste aumento constante nos pre�os da gasolina, etanol e diesel. Ele explica que os valores dos combust�veis n�o s�o tabelados, tendo uma din�mica diferente.
“Vem de uma influ�ncia pol�tica da Petrobras em repassar diretamente das refinarias aos consumidores pela varia��o internacional do pre�o do petr�leo e do c�mbio, que neste ano teve um impulso. Alguns questionam se a Petrobras est� correta ou n�o em fazer isso, o pr�prio presidente j� questionou, mas tudo indica que ela continua repassando esse pre�os”, afirmou.
Outro motivo citado pelo analista � o grande aumento da infla��o no Brasil. Segundo o �ltimo Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central com a proje��o para os principais indicadores econ�micos, a previs�o do mercado financeiro para o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,79% para 6,88%. � a 18ª eleva��o consecutiva na proje��o.
Em junho, a infla��o desacelerou para 0,53%, depois de chegar a 0,83% em maio. Ainda assim, com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,77%, no ano, e 8,35%, nos �ltimos 12 meses. O IPCA-15, que mede a pr�via da infla��o oficial, registrou infla��o de 0,72% no m�s passado, a maior varia��o do IPCA-15 para um m�s de julho desde 2004 (0,93%).
“Um posto de gasolina pode corrigir os pre�os dos combust�veis de acordo com a infla��o, em fun��o de uma s�rie de fatores. O Banco Central parece que perdeu um pouco o controle da situa��o. Ainda temos na mem�ria do Brasil a infla��o, ela ainda existe. Ent�o temos no presente uma expectativa inflacion�ria que acaba se auto reafirmando. A economia como um todo est� sujeita a isso e os combust�veis n�o est�o de fora”, disse Miguel Daoud.
Com o pa�s longe de superar esse aumento da infla��o e a crise econ�mica, os consumidores s�o quem mais continuar�o sofrendo as consequ�ncias. “A infla��o � um fen�meno econ�mico que acontece devido ao descontrole da oferta e demanda. Quando h� um descontrole na demanda, voc� aumenta a taxa de juros. Mas, quando a origem da infla��o � na oferta, a taxa de juro n�o resolve muito. � preciso um esfor�o maior. Ent�o a infla��o n�o vai se resolver muito com esse aumento. Temos um cen�rio muito dif�cil pela frente da retra��o da nossa economia, em decorr�ncia de uma s�rie de fatores como o desemprego, aumento da informalidade e at� mesmo a crise h�drica. Infelizmente, o combust�vel vai penalizar muito o brasileiro”, afirmou Miguel.