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Estado de Minas ECONOMIA

Clima agrava press�o inflacion�ria de alimentos e IGP-DI mostra isso, diz FGV


09/08/2021 13:50

Os problemas na oferta de commodities (mat�rias-primas com cota��o internacional) agr�colas, como milho, soja, caf� e leite, que puxou a acelera��o do �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI), na passagem de junho para julho, est�o associados a eventos clim�ticos que n�o estavam totalmente no radar e ainda poder�o ter efeitos negativos. A avalia��o � de Andr� Braz, pesquisador da Funda��o Getulio Vargas (FGV), que divulgou o indicador mais cedo. O IGP-DI registrou alta de 1,45% em julho, ap�s um avan�o de 0,11% em junho.

A seca j� vinha no radar nos �ltimos meses, com impactos negativos n�o s� sobre a produ��o agr�cola, mas tamb�m na gera��o de energia. S� que as ondas de frio mais recentes, com geadas afetando a produ��o de caf�, laranja, cana e pastagens, agravaram o quadro. Isso no contexto que j� era inflacion�rio, num cen�rio ainda marcado pela covid-19, com o d�lar elevado e cota��es internacionais em alta, por causa da demanda da China.

"A piora veio com as geadas. Frustraram muito algumas ofertas de alimentos, nem todos ainda registrados no IGP-DI. Os pr�ximos meses ainda poder�o ser marcados por efeitos da geada no caf�, cana, laranja, milho, soja", afirmou Braz.

A frustra��o na oferta desses alimentos tem efeitos em cadeia. Milho as previs�es da produ��o na segunda safra t�m sido reduzidas e soja s�o usados na produ��o de ra��o animal e, quando encarecem, tendem a pressionar os pre�os finais das carnes e do ovo. O leite mais caro tamb�m tende a encarecer latic�nios em geral. Al�m disso, as ondas de frio afetam a produ��o de alimentos in natura, como hortali�as e legumes, integrantes da cesta b�sica da maioria das fam�lias.

Segundo Braz, essas press�es inflacion�rias chegam numa �poca que costuma ser favor�vel para a produ��o de alimentos in natura, normalmente marcada por al�vios nos pre�os. "Isso pode frustrar a expectativa de desacelera��o da infla��o no segundo semestre", afirmou o pesquisador da FGV, numa refer�ncia aos �ndices de pre�os ao consumidor, no acumulado em 12 meses.

Tanto que a proje��o atual de Braz j� aponta para um IPCA, o indicador oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), em torno de 7,0% em 2021. Ainda em fun��o do clima, essa alta do IPCA poder� ficar em 7,8%, nas contas de Braz, se a temporada de chuvas, geralmente iniciada em outubro, n�o for favor�vel o suficiente para recuperar o n�vel dos reservat�rios das usinas hidrel�tricas.

Com a crise h�drica, h� chance de as cobran�as adicionais na conta de luz, para dar conta do acionamento das usinas t�rmicas, continuarem nos n�veis m�ximos at� dezembro, disse Braz. E o efeito poder� ser ainda maior se houve novo reajuste na tarifa adicional cobrada na bandeira vermelha 2, como j� foi sinalizado pelo Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel).

Tudo isso, num quadro em que o agravamento das press�es inflacion�rias nos alimentos, na conta de luz e nos combust�veis coincidir� com uma maior abertura das atividades econ�micas. Com o avan�o na vacina��o conta covid-19, a tend�ncia � que diminuam as restri��es para o funcionamento dos servi�os, o que poder� inflar pre�os de bares, restaurante, sal�es de beleza, entre outros itens.

"J� vemos uma rea��o na infla��o de servi�os. E isso fica mais grave com a energia mais cara", afirmou Braz, lembrando que a energia el�trica � um importante custo para a opera��o dos neg�cios de servi�os e que a demanda reprimida poder� aceitar pre�os mais elevados. "As fam�lias, doidas pra sair, v�o consumir", completou o pesquisador.


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