Aposta do governo para reduzir o risco de apag�es e racionamento, o programa de redu��o volunt�ria de energia voltado para grandes consumidores pode ter baixa ades�o. Levantamento da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) mostra que 65% dos empres�rios consultados afirmam ser "dif�cil" ou "muito dif�cil" mudar o hor�rio de opera��o das suas empresas para aliviar a press�o sobre o sistema el�trico no hor�rio de pico, quando h� maior demanda de energia.
As regras do programa foram apresentadas pelo Minist�rio de Minas e Energia na �ltima semana. O programa � voltado apenas para grandes consumidores que, voluntariamente, se disponham a reduzir ou evitar o consumo de energia em determinados hor�rios, por per�odos de quatro a sete horas por dia. Em contrapartida, as empresas v�o receber uma compensa��o financeira, mas o valor n�o est� previsto no modelo apresentado pelo governo.
De acordo com os dados, um ter�o dos empres�rios consultados considera a medida "muito dif�cil" de ser adotada, enquanto outros 32% responderam que ser� "dif�cil". O especialista em energia da CNI, Roberto Wagner Pereira, explica que para algumas empresas � complicado aderir ao programa em meio a um processo de recupera��o de perdas causadas pela pandemia da covid-19.
As perspectivas, segundo ele, est�o alinhadas com o resultado da pesquisa, que mostra que 22% das empresas consideram a medida "nem f�cil, nem dif�cil" de ser implementada, enquanto 14% consideram "f�cil ou muito f�cil".
"Acho v�lida essa proposta do governo. Mesmo que a ades�o n�o chegue a 100%, isso vai ajudar no contexto geral. Vemos com bons olhos essa iniciativa e as empresas que t�m a possibilidade de transferir essa carga v�o fazer, pois a proposta � razo�vel, vai ter um retorno tarif�rio para as empresas que � razo�vel", disse. "Isso n�o � a solu��o, � uma das que vai somar a outras medidas que o governo est� fazendo."
Os dados apontam que a maior dificuldade para mudar o hor�rio de consumo est� entre os autogeradores, onde 84% das empresas consideram muito dif�cil ou dif�cil. A taxa tamb�m � mais elevada entre os consumidores que operam no chamado mercado livre - onde podem negociar os pre�os da energia diretamente com as geradoras. Nessa categoria, a avalia��o de dificuldade para ades�o � de 70%.
Pela proposta do governo, os interessados dever�o apresentar ofertas de redu��o de energia ao Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS). Os lotes de economia devem ser maiores do que 30 MW (megawatts), o que n�o agradou parte do setor el�trico. O limite foi considerado muito alto, pois significaria parar a produ��o para algumas empresas. Assim como outras regras, o par�metro ainda pode ser alterado, j� que o governo deve revisar a proposta ap�s as contribui��es apresentadas durante a consulta p�blica.
A CNI ouviu 572 empresas, sendo 145 de pequeno porte, 200 m�dias e 227 grandes, no per�odo de 25 de junho e 2 de julho.
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