(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Consumo de energia supera patamar pr�-pandemia e pressiona setor el�trico


13/08/2021 17:00

Enquanto o n�vel dos reservat�rios n�o para de cair, o consumo de energia el�trica vai na dire��o contr�ria e j� supera o patamar pr�-pandemia. Em junho, o consumo total do Brasil cresceu 12,5% em rela��o a igual per�odo de 2020, sendo puxado sobretudo pelo setor industrial, com expans�o de 19,4%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energ�tica (EPE). No ano, o uso da eletricidade em todo o Pa�s subiu 7,7% e deve continuar em alta nos pr�ximos meses, apesar do crescente risco de desabastecimento.

Os setores comercial e residencial tamb�m tiveram rea��o, com altas de 19% e 4,9%, respectivamente. O consumo de energia no ano � superior ao verificado em 2019, antes da pandemia. Se por um lado esse aumento indica melhora na atividade econ�mica, por outro pode pressionar ainda mais o sistema el�trico. At� quarta-feira, o n�vel dos reservat�rios do sistema Sudeste/Centro-Oeste, respons�vel por 70% da capacidade de armazenamento do Pa�s, estava em 24,64%, ante 28,92% de junho. Algumas hidrel�tricas, como as da bacia do Rio Parana�ba, tinham volume de �gua abaixo de 15%.

"Diante de uma demanda em alta e oferta (�gua) em baixa, o risco � de n�o termos energia para todos em alguns hor�rios do dia", diz o professor da UFRJ Nivalde de Castro, coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor El�trico (Gesel). Ele destaca que alguns setores, como os eletrointensivos em energia (que gastam muita eletricidade), est�o tendo uma retomada mais forte porque precisam recompor o estoque reduzido durante a crise sanit�ria.

O governo, que nega o risco de racionamento, pretende iniciar em 1.� de setembro programas desenhados para incentivar ind�strias e consumidores residenciais a economizarem energia. Desde junho, o Minist�rio de Minas e Energia (MME) vem desenhando medidas voltadas para grandes consumidores que, voluntariamente, se disponham a reduzir ou evitar o consumo de energia em determinados hor�rios. Mas, com o agravamento da crise, a pasta tamb�m planeja compensar consumidores residenciais que economizarem energia, o que provavelmente ser� feito por meio de descontos nas contas de luz.

"At� o final deste m�s, vamos apresentar um programa de resposta da demanda. O que isso significa? Que os grandes consumidores de energia e os residenciais tamb�m ser�o beneficiados, caso eles utilizem a sua energia em hor�rios pr�-determinados e isso ser� muito bom para o sistema como um todo e para redu��o tamb�m do custo da energia", afirmou ontem o ministro Bento Albuquerque.

O presidente da Associa��o dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, diz que, depois de definidos os par�metros do programa, o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) e a C�mara de Comercializa��o de Energia El�trica (CCEE) precisam fazer ajustes para iniciar o processo. Tamb�m � necess�rio tempo para as empresas se adaptarem e dizerem se v�o ou n�o aderir ao programa.

"A ideia � que as empresas fa�am ofertas da quantidade de energia que podem economizar e quanto querem receber", diz Pedrosa. O valor da energia que exceder o PLD (pre�o do mercado � vista) dever� ser inclu�do como encargo na conta de luz. "Essa � uma alternativa para aquelas empresas que podem deslocar a produ��o para alguns hor�rios da madrugada, por exemplo."

Mas nem todos os setores t�m condi��es de aderir ao programa. O setor qu�mico, cujo consumo aumentou 25% em junho, trabalha em processo cont�nuo (24 horas por dia). Qualquer parada precisa ser planejada com muita anteced�ncia, diz a diretora de economia e estat�stica da Associa��o Brasileira da Ind�stria Qu�mica (Abiquim), F�tima Giovanna Coviello Ferreira. Segundo ela, o terceiro trimestre � o melhor para o setor, que cresceu 9,7% no primeiro semestre.

O presidente da ind�stria de produtos de limpeza e higieniza��o Start Qu�mica, F�bio Pergher, confirma as restri��es. Segundo ele, hoje n�o � poss�vel reduzir um �nico quilowatt de energia. "Estou precisando de mais energia para produzir. Se diminuir o consumo, comprometo todo o investimento j� feito e tudo vira um caos." Na empresa, s� h� parada para manuten��o aos domingos.

No setor t�xtil, ind�stria que teve maior alta do consumo de energia em junho (de 60%), nem todos os segmentos conseguem aderir ao programa. "Para a ind�stria t�xtil, a redu��o n�o � fact�vel, pois o trabalho � 24 horas. J� na de confec��o h� maior flexibilidade", diz o presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil e de Confec��o (Abit), Fernando Pimentel. / COLABOROU MARLLA SABINO

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)