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Estado de Minas GEADAS EM MINAS

Mais de 20 mil produtores rurais foram prejudicados pelas geadas em MG

Levantamento da Emater-MG mostra que produtores perderam planta��es em julho, devido as baixas temperaturas; situa��o pode aumentar pre�o de produtos


16/08/2021 16:42 - atualizado 16/08/2021 19:48

Vista aérea de uma propriedade rural em Varginha, Minas Gerais, coberta de geada(foto: Douglas Magno / AFP)
Vista a�rea de uma propriedade rural em Varginha, Minas Gerais, coberta de geada (foto: Douglas Magno / AFP)
O m�s de julho bateu recorde de baixas temperaturas em Minas Gerais. Diversos munic�pios foram atingidos por geadas, muitos deles com �reas em produ��o de pastagens, gr�os, frutas, hortali�as e flores. Segundo um levantamento divulgado pela Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), nesta segunda-feira (16/8), 257 cidades mineiras foram atingidas pelo fen�meno, que prejudicou cerca de 24 mil produtores
 
Do total de �rea cultivada nos munic�pios onde foram registradas a ocorr�ncia de geadas, estima-se que o fen�meno clim�tico tenha afetado aproximadamente 31,7% da �rea. De acordo com o levantamento, os grupos que tiveram mais produtores afetados foram os de pastagem, com cerca de 16.260, seguido pelos de olericultura (hortali�as) e de fruticultura, com aproximadamente 3.885 e 2.455 agricultores, respectivamente.
 
A pesquisa foi realizada na Regi�o Sul do estado, nas cidades de Alfenas, Guaxup�, Lavras, Passos e Pouso Alegre, al�m do Tri�ngulo Mineiro, em Uberaba e Uberl�ndia. Tamb�m participaram as cidades de Patos de Minas, na regi�o do Alto Parana�ba, Juiz de Fora, na Zona da Mata e S�o Jo�o del Rei, no Campo das Vertentes. Na Regi�o Central, os dados foram pesquisados em Belo Horizonte, Curvelo, Divin�polis e Sete Lagoas. 
 
As cidades do Sul de Minas sofreram com as baixas temperaturas desde o fim de maio que, aos poucos, foram se intensificando a ponto de formar geadas por dias seguidos. Moradores da regi�o puderam ver que o verde das planta��es estava encoberto por uma camada branca, dando a impress�o de neve nas cidades.
 
Vegetação na área rural de Maria da Fé, no Sul de Minas, coberta pela geada(foto: William Siqueira/Divulgação)
Vegeta��o na �rea rural de Maria da F�, no Sul de Minas, coberta pela geada (foto: William Siqueira/Divulga��o)
 
Em Alfenas, a prefeitura chegou a emitir um decreto de "situa��o de emerg�ncia" na zona rural do munic�pio pelos danos aos produtores rurais. A Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econ�mico, Ind�stria, Com�rcio e A��o Regional estavam autorizadas a adotar todas as medidas que fossem necess�rias para minimizar os problemas ocasionados.
 
Segundo a Emater, 1.235.448 hectares de pastagens foram afetados, o que corresponde a aproximadamente 36,2% da �rea total ocupada com esta cultura nas regi�es onde ocorreram as geadas. 
 
Enquanto a �rea ocupada com a produ��o de gr�os teve cerca de 192.062 hectares prejudicados (17,8% do total). J� na fruticultura, o fen�meno atingiu cerca de 16.622,7 hectares (28% do total dos pomares). 
 
O cultivo de hortali�as foi atingido em 13.942,5 hectares (25,9% do total). As flores foram as mais impactadas, proporcionalmente ao total cultivado. Houve forma��o de geadas em 13,1 hectares de floricultura, o que corresponde a 39,5% da �rea plantada.

Influ�ncia nos pre�os dos supermercados

 
Apesar de os 16 mil produtores de pastagens terem sido prejudicados, o valor da carne bovina n�o corre risco de aumentar devido � geada nas cidades mineiras. De acordo com o coordenador t�cnico estadual de Bovinocultura da Emater, Nauto Martins, a regi�o do levantamento �, predominantemente, produtora de leite. 
 
A pecu�ria de corte � feita da Regi�o Central do estado para 'cima', ou seja, n�o h� quantidade expressiva de produtores desse tipo no Sul de Minas. 
 
"A pecu�ria de corte funciona um pouco diferente do leite. No caso do levantamento da bacia leiteira, h� produ��o bovina de corte e tamb�m de leite. O corte � feito da Regi�o Central para cima, que n�o foram afetadas pela geada. Acreditamos que n�o v� ter um efeito na carne", disse.
 
"Hoje, o pre�o da carne em todo Brasil est� est�vel, l� no alto, mas est�vel. Isso � em fun��o do volume que � exportado. H� pouca oferta de animais para abate, do que houve no passado, mas n�o percebemos influ�ncia da geada no aumento da carne", explica o coordenador. 
 
Segundo Nauto, por ser uma regi�o com grande produ��o de leite, o valor dos seus derivados pode sofrer altera��es, j� que a compra da mat�ria-prima ser� um pouco mais cara. Por isso, as ind�strias poder�o repassar o aumento para o consumidor final.
 
"A maioria dos produtores nessa regi�o � de leite. Tem muito gado em regime de confinamento, mas a maioria � de pasto. Agora os produtores v�o ver diferen�a nos gastos, pois ter�o que usar ra��o, aumentando o pre�o de sua produ��o". 
 
"Sem a mesma produ��o, cai o n�mero de leite no mercado. O consumo n�o vai variar muito, porque ele � afetado pela renda, que j� est� abalada. A procura do leite n�o vai aumentar tanto, mas a oferta vai diminuir. A tend�ncia � que haja aumento nos custos para o produtor. A�, as ind�strias de latic�nio podem repassar os custos de compra da mat�ria-prima para o consumidor final", disse Nauto.
 
Os valores dessa �poca do ano j� podem ser afetados pela esta��o, que al�m de fria � seca, o que diminui a quantidade de pasto dispon�vel para alimentar os animais. Em Minas Gerais, a associa��o Conseleite estabelece um pre�o de refer�ncia para o m�s seguinte � entrega ds produto, analisando todo o cen�rio- esta��o, poss�veis fen�menos naturais, valores de mercado etc.  
 
Com essa an�lise conjuntural, o conselho estabeleceu um pre�o para agosto, do leite entregue em julho, m�s da geada. Os produtores venderam o leite para as ind�strias com 0,1% a mais no pre�o. Segundo Nauto, o reajuste afeta, com certeza, as empresas que compram o leite, mas o repasse para os consumidores na hora de comprar os derivados no supermercado � opcional.
 
"O pre�o pago ao produtor aumentou cerca de 0,1%, n�o necessariamente esse valor vai ser repassado ao varejo nos supermercados. Os consumidores devem notar aumento dos latic�nios, tamb�m, em fun��o do per�odo de seca, falta de chuvas, temperatura fria. Vai ter aumento, mas n�o � algo abrupto" finaliza.
 
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria


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