As restri��es de oferta provocadas por problemas clim�ticos e o aumento na demanda dom�stica e internacional devem manter os pre�os de produtos agropecu�rios em n�veis elevados. O comportamento da taxa de c�mbio nos pr�ximos meses tamb�m ser� determinante para o poss�vel encarecimento dos alimentos. A avalia��o � do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), na Carta de Conjuntura publicada nesta quinta-feira, 19.
Considerando os valores m�dios praticados no primeiro semestre de 2021 em rela��o aos do primeiro semestre de 2020, houve alta de pre�os em todos os produtos pesquisados, exceto a batata. Os gr�os se sobressa�ram, com aumentos de mais de 40% em todos os itens: soja (78%), milho (77%), trigo (40%), algod�o (75%) e arroz (55%).
"Deve-se destacar o importante impacto negativo desse aumento sobre os custos de produ��o na pecu�ria, o que pode influenciar negativamente a oferta de prote�nas no Pa�s. Em termos de perspectivas, para a maior parte dos produtos acompanhados, espera-se aumento ou estabilidade em alto patamar dos pre�os no curto e m�dio prazos", escreveu Ana Cec�lia Kreter, pesquisadora associada na Diretoria de Estudos e Pol�ticas Macroecon�micas do Ipea.
Segundo a pesquisadora, os problemas meteorol�gicos, que incluem tanto as geadas quanto a estiagem em diferentes regi�es do Pa�s, devem continuar a ter um papel decisivo na forma��o de pre�os desses alimentos.
"A intensidade desse poss�vel aumento de pre�os tamb�m depende estreitamente do comportamento da taxa de c�mbio nos pr�ximos meses e dos pre�os internacionais", acrescentou Cec�lia Kreter, no documento.
O Ipea lembra que as commodities mais exportadas pelo Brasil mantiveram demanda aquecida mundialmente no primeiro semestre de 2021 e os pre�os internacionais estiveram mais elevados que no mesmo per�odo do ano anterior: gr�os, carnes e caf�.
"No caso dos gr�os, essa alta dos pre�os internacionais � reflexo do balan�o apertado entre produ��o e consumo na safra corrente, somado a estoques que vinham decrescendo nas �ltimas safras. Para as carnes, o que se observa � um movimento de substitui��o entre as prote�nas animais, seja por quest�es sanit�rias ou pela busca de prote�nas mais baratas", justificou a carta do Ipea.
Apenas o arroz registrou redu��o nos pre�os internacionais no primeiro semestre de 2021 em compara��o a 2020, uma queda de 11%. As altas ocorreram na soja (65,9%), milho (72,3%), trigo (24,4%), algod�o (38,1%), boi gordo (18,3%), porco magro (65,3%) e carne de frango (24,2%).
O estudo do Ipea contou com a colabora��o do Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de S�o Paulo (Cepea/Esalq/USP) para as an�lises dos pre�os dom�sticos e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para as informa��es de produ��o e balan�os de oferta e demanda dom�sticos.
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