O pre�o da gasolina comum j� ultrapassou R$ 7 no Rio Grande do Sul e chegou a R$ 6,99 o litro no Acre na semana passada, segundo a pesquisa semanal da Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP). O pre�o m�dio praticado em todo o Pa�s, de R$ 5,866, subiu 0,22% entre os dias 8 e 14 de agosto (�ltimos dados dispon�veis) e acumula alta de 0,60% no m�s. Para especialistas, o d�lar tem grande influ�ncia nesse comportamento, mas outros fatores tamb�m influenciam.
Os derivados de petr�leo sobem sempre que o c�mbio sofre desvaloriza��o (ou seja, o real fica mais barato) e o pre�o do barril aumenta, explica o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Ontem, o d�lar � vista fechou a R$ 5,3848, e o petr�leo brent negociado em Londres para outubro fechou a US$ 65,18 o barril. "Estamos vivendo um per�odo eleitoral e h� uma confus�o muito grande no governo. Acho que vai continuar tendo uma press�o via c�mbio", afirmou.
Na composi��o do pre�o da gasolina, a fatia da Petrobras � a maior, com 32,9%. A companhia detinha 98% do mercado de refino at� 2019, quando se comprometeu com o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) a vender metade de suas refinarias. Por enquanto, a �nica que j� foi vendida � a da Bahia, que ficou com o Mubadala, o fundo soberano dos Emirados �rabes.
Manter a paridade de pre�os internacional � considerado fundamental para atrair interessados para as outras refinarias. Outro fator que refor�a a necessidade de refor�ar a pol�tica da Petrobras de paridade de pre�os internacionais � o fato de o Brasil precisar importar combust�veis para abastecer o mercado interno. Quase 7% da gasolina consumida no Pa�s entre janeiro e junho deste ano veio de fora, afirma a diretora executiva de Downstream do Instituto Brasileiro de Petr�leo e G�s (IBP), Val�ria Lima. "N�o adianta procurar culpar a Petrobras. Certamente o c�mbio pressiona bastante, e se estivesse mais baixo, a gasolina tamb�m estaria. E isso � resultado da pol�tica econ�mica, afinal, o c�mbio reflete nossas condi��es macroecon�micas", afirmou.
H� outros determinantes para o pre�o final, destaca a diretora. Os biocombust�veis, que tamb�m s�o inclu�dos na mistura final, tamb�m subiram - caso do etanol anidro, que � adicionado na propor��o de 27% na gasolina comum e representa 15,9% do pre�o final. As margens brutas de revenda e distribui��o, por sua vez, s�o estimadas em 11,7% do pre�o final.
Sempre citado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ICMS (imposto estadual) tamb�m � vil�o no pre�o dos combust�veis e respons�vel por 27,9% do valor final. Impostos federais - Cide, PIS e Cofins - representam outros 11,6%. Cada Estado tem compet�ncia para definir a al�quota. Segundo dados da Federa��o Nacional do Com�rcio de Combust�veis (Fecombust�veis), ela varia entre 25% e 34% na gasolina, dependendo do Estado.
A gasolina brasileira n�o est� entre as mais caras do mundo. O pre�o m�dio mundial, segundo o site Global Petrol Prices, era de US$ 1,20 por litro no dia 16 de agosto e de US$ 1,115 no Brasil - valor sem subs�dios e impostos. O mais barato � o da Venezuela, de US$ 0,020 por litro, enquanto o L�bano tem o valor mais caro, de US$ 2,564. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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